É sinal de bons presságios a idéia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Britto, de defender que a Justiça Eleitoral passe a divulgar a vida pregressa dos candidatos nestas eleições. Com intuito de que o eleitor saiba, antes de votar, se o seu escolhido tem ou não ficha criminal, a iniciativa de Ayres Britto reforça a bem-sucedida campanha desencadeada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Roberto Wider, de tomar a moralidade como parâmetro para a vida pública.
Mesmo que não configure, por completo, a proposta de Wider – Operação Urnas Limpas, na qual são proibidos de se elegerem quaisquer políticos com vida pregressa moralmente suspeita – a divulgação das certidões criminais de candidatos no site do TSE tem como prioritária a idéia de que a Justiça Eleitoral tem o dever de informar o eleitor sobre o "passivo" do candidato, a fim de que faça uma "triagem". A medida, que ainda será discutida com presidentes dos tribunais eleitorais, reforça o princípio da sugestão do TRE-RJ, que a menos de um mês do início da campanha eleitoral promete agir em prol da moral.
Conforme exposto anteriormente neste espaço, desde 2006 Wider vem insistindo na tese de que candidatos imersos em zonas cinzentas estão descredenciados a ter assento em instituições democráticas e não merecem constar da lista partidária de concorrentes ao pleito. Como acertadamente pontua o desembargador, entre o interesse individual (a do político ameaçado de perder o registro) e o coletivo (a defesa do patrimônio público e a ética), a tendência é homenagear o último.
Anúncios nos espaços institucionais do TSE em televisão e rádio vão alertar eleitores sobre a necessidade de se escolher bem candidatos e esclarecerão cada vez mais sobre a importância da medida do TSE. Será um bem-vindo primeiro passo em nome da ética na política.
Fonte: JB Online