quarta-feira, junho 25, 2008

No Rio, orgasmo é mais freqüente

Pesquisa revela detalhes do comportamento sexual de cariocas e mineiros maiores de 18
Paulo Marcio Vaz
Mineiros costumam fazer mais sexo em um mesmo encontro (3,2 vezes, em média) que os cariocas (2,3 vezes). Entre as mulheres, a proporção é semelhante: as mineiras transam 2,5 vezes por encontro, enquanto as cariocas não chegam a duas (média de 1,8). Porém, 77% das mulheres no Rio dizem ter orgasmo com freqüência, enquanto, em Belo Horizonte, 71,3% estão nessa situação. Os dados são da pesquisa Mosaico Brasil, da Pfizer, comandada pela professora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Até o fim do ano, o ProSex pretende traçar um mapa da sexualidade brasileira, retratando a situação de cerca de 8 mil pessoas em 10 capitais. Por enquanto, só Rio e Belo Horizonte foram visitados.
Nas duas cidades, a pesquisa mostra que homens e mulheres estão chegando a importantes consensos na hora do sexo. Mas algumas diferenças, como a importância dada a atividade sexual como fator de qualidade de vida, ainda são marcantes. Homens cariocas colocam o ato sexual em 2º lugar – em primeiro ficou a alimentação saudável – na lista dos itens mais importantes para uma boa qualidade de vida (para os mineiros, o sexo fica em 3º lugar). Já para as mulheres do Rio, o item sexo fica na distante 9ª colocação (8ª posição em BH), atrás não só da alimentação, como também do relacionamento com a família, da qualidade do sono e da convivência social, entre outros fatores. Por outro lado, a maioria de homens e de mulheres (no Rio e em BH) já concorda que realizações na vida afetiva e na vida sexual são coisas diferentes.
Outro fator de concordância é sobre o grau de importância que homens e mulheres dão a estética e performance: 64% das pessoas acham que mulheres se preocupam tanto com a própria aparência física quanto os homens o fazem em relação à capacidade de ereção. Também há consenso em questões como a influência da auto-imagem no desempenho sexual e sobre de quem depende o sucesso do ato: a maioria de homens e mulheres diz que o êxito depende de ambos.
– A tendência é a de que o homem adquira cada vez mais alguns pontos de vista considerados femininos e que as mulheres passem a adotar posturas que, antes, eram exclusivas dos homens. – observa Carmita Abdo. – Isto leva a relação sexual a um equilíbrio saudável.
Diante da pergunta "você continuaria a viver com um(a) parceiro(a) com quem não mais fizesse sexo?", no Rio, 37,5% das mulheres e 27,1% dos homens respondendo "sim". Já em Belo horizonte, mais equilíbrio: "sim" para 33,7% das mineiras e 30,8% dos mineiros. Divergência maior aconteceu quando os entrevistados foram questionados sobre a possibilidade de fazer sexo sem ter envolvimento com a outra pessoa. Entre as mulheres, 48,6% das cariocas e 30,9% das mineiras disseram "sim". A mesma resposta foi dada pela grande maioria dos homens: 82,7% no Rio e 70,3% em BH.
Iniciação
Com relação à iniciação sexual, prevalece uma tradição: tanto no Rio quanto em Minas, a maioria das mulheres (mais de 80%) teve sua primeira experiência com o namorado. Entre os homens, somente cerca de 30% de mineiros e cariocas se iniciaram com namoradas. Em segundo lugar vem relação com amigas e, em terceiro, com prostitutas.
Sobre o número de relações sexuais realizadas por semana, há uma diferença grande entre o que se faz e o que se gostaria de fazer. No Rio, homens e mulheres têm cerca de três relações semanais. Mas, na verdade, eles gostariam de ter oito e elas, quatro. Já em Minas, mulheres queriam ter em torno de cinco relações semanais, ao invés das cerca das duas que realmente acontecem. Os homens mineiros desejariam oito relações, e não as quatro que dizem ter por semana.
Em relação ao uso de preservativos, cariocas são mais prevenidos, mas os números são preocupantes: 23% dos homens nunca usam camisinha, enquanto 37,2% a utilizam em todas as relações. Em Minas, o número dos que sempre usam preservativo cai para 30,5%. Os que nunca usam são 32,2%.
A Mosaico brasil foi feita apenas com maiores de 18 anos.
Padrão sul-americano
Na sexta-feira, os países do Mercosul aprovaram o Regulamento Técnico Mercosul para Preservativos Masculinos de Latéx de Borracha Natural, que padroniza as normas de uso e fabricação de preservativos no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
Fonte: JB Onlinebxdhth