Leandro Mazzini
O fantasma da inelegibilidade voltou a assombrar políticos. Dia 29 de maio, em encontro de presidentes de TREs, surgiu a Carta de Natal. Nela, há um consenso para que sejam abolidos os registros de candidatos com ficha criminal ou que respondem a processos.
A Constituição, no entanto, é clara. Afirma o Parágrafo 9º do Artigo 14 que só Lei Complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade além dos que já estão definidos. Ou seja, barrar matadores, estelionatários, sonegadores e afins enquadrados pela Justiça e que desejam concorrer não é função do TSE. O Tribunal responde a consulta sobre isso. Na quinta-feira, um ministro pediu vista, mas o caso caminha rumo a votos suficientes para deixar a situação com o Legislativo. O senador Pedro Simon tem uma emenda ao PLC nº 64, o que pede a impugnação dos registros de fichados pela polícia. Estende o cerco aos que respondem a processos. Está na fila da CCJ, sem data para sair da gaveta. Foras-da-lei vão novamente engrossar a procissão dos impunes rumo às urnas.
Último ato
O estopim para o rompimento do PMDB com o PT no Rio – além dos outros fatores já citados aqui – foi dado pelo próprio candidato petista, o deputado Alessandro Molon, ao dizer na Alerj que votaria pela cassação de Álvaro Lins (PMDB), indiciado pela PF. A turma do PMDB não perdoou.
Bola dividida
Mal tornou-se a fênix de 2008, Eduardo Paes já enfrenta tiroteio. A turma do contra questiona o processo de exoneração dele no Diário Oficial do Estado.
Bola dividida 2
Vale lembrar, pela lei, todo ocupante de cargo público deve sair até dia 5 de junho para disputar a eleição. O juridiquês da questão é o primeiro adversário. A exoneração saiu no DO de ontem, mas retroativa a dia 4. Ocorre que o mesmo DO , do dia 5, publicou seu nome ainda como secretário de Turismo e Esporte.
Bateu na trave
Outros dois complicadores foram driblados a tempo. Paes era conselheiro da TurisRio e da Suderj, órgãos ligados à secretaria. A turma do contra estava de olho, mas ele se livrou dessa. As exonerações foram publicadas a tempo.
Paróquia mineira
O deputado federal Antonio Palocci (PT–SP) deu um afago ontem no prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Disse que os "partidos precisam buscar entendimento entre as realidades regionais e o que foi programado no âmbito nacional".
A bênção
Palocci, que participou de encontro na Fiemg sobre Reforma Tributária, não só abençoou a chapa PT–PSDB como quis dizer um "Vai fundo, amigo".
Coisa de mineiro
Pimentel, aliás, é bem mineiro mesmo. Se não passar por cima do PT, tem um ministério garantido para janeiro do ano que vem. Promessa do presidente Lula. Desde que São Paulo se renda à estrela petista em outubro.
Sai, cupido
O intermediário dessa fracassada tentativa de fazer de Aldo Rebelo (PCdoB) vice de Marta Suplicy (PT) em São Paulo foi o irmão de Renan Calheiros, o deputado comunista Renildo, muito amigo de Aldo.
Vá entender...
Os índios que residem na região de Altamira (PA) repudiam a agressão contra o engenheiro da Eletrobrás Paulo Rezende, esfaqueado por caiapós da cidade de Redenção. O cacique caiapó Jair Bepe Kamró, da Aldeia Topkró, afirma que aquele ato de violência não "não leva a lugar nenhum".
História
Um padre comprou os facões na véspera do ataque. Disse que eram instrumentos culturais e históricos da tribo. Deveria ler primeiro o Regimento de Thomé de Souza, do período colonial. Nenhuma linha cita facão como utensílio de índio.
No azul
Caio Luiz de Carvalho, ex-ministro de FH, anda de bem com a vida. Até o fim do ano, quer deixar no azul as contas da São Paulo Turismo, órgão da capital, que ele administra. A empresa tem dívidas de gestões passadas, e hoje fatura uns R$ 2,5 bilhões por ano.
Fonte: JB Online