Até o mundo cair sobre os ombros de Antonio Imbassahy e Raimundo Varela, muitas pedras rolaram no caminho da sucessão municipal. A dobradinha, que começou a ser costurada na semana passada, por pouco, muito pouco, pouco mesmo saía do campo das intenções e se tornava realidade. Varela vice de Imbassahy durou menos de 24 horas. A pedra no caminho foi o presidente nacional do PRB, Vitor Paulo dos Santos. Ele foi claro no encontro que teve em São Paulo na presença de Varela, Imbassahy, e dos tucanos Marcelo Nilo (presidente da Assembléia Legislativa) e do deputado federal Jutahy Magalhães Jr. Em Salvador, o partido teria candidatura própria a prefeitura. Em Sampa estiveram também Fabiano de Freitas, diretor da Rede Record local e Alexandre Raposo, diretor nacional. Mesmo assim, o PRB bateu na mesa: nada de vice. E Ponto final. Resultado: tudo volta a ser como antes nos quartéis do PRB e do PSDB. Ambos permanecem isolados à busca desesperada de parcerias. Mas a história começa mais atrás. No domingo passado, o deputado federal e prefeiturável Antonio Carlos Magalhães Neto procurou Varela e lhe ofereceu a vaga de vice na sua chapa. A resposta foi negativa. Segundo uma fonte ligada aos dois, Varela teria ponderado que fora desaconselhado por seu médico a participar da corrida sucessória em função de ser duplamente transplantado - rins e fígado. Inclusive teria exposto esta situação à direção local e à direção nacional da TV Record. Na segunda-feira, portanto 24 horas após a conversa com ACM Neto que foi ao seu encontro, houve um almoço entre Fabiano de Freitas e Imbassahy, no restaurante Alfredo di Roma. Fabiano estaria autorizado a manter negociações em nome de Alexandre Raposo. Ia tudo muito bem, até que o processo apresentou uma falha tida como crucial para a não concretização do acordo. Surgiu a especulação de que o governador de São Paulo, José Serra, participaria do entendimento. Foi o bastante para acender a luz vermelha no Palácio do Planalto. Potencial candidato a presidente da República, Serra, com Imbassahy e Varela, teria, em tese, um forte palanque na capital. Para evitar confrontos com Brasília, Serra tirou o time de campo. Até porque já sabia que o vice-presidente da República, uma espécie de figura maior do PRB, José Alencar, também havia sido pressionado para impedir a dobradinha baiana. O curioso é que o PRB, embora seja considerado uma legenda apêndice da Igreja Universal do Reino de Deus, não segue a sua linha como manda os mandamentos da Iurd. Ante à sucessão de notícias desagradáveis, Imbassahy, Varela, Jutahy, Raposo e Fabiano rumam para Brasília, mas, mais uma vez, em vão. O PRB baiano ameaçou contrariar a orientação nacional do partido para recusar a vice tucana, mas perdeu o rebolado com a severa advertência de Vitor que mostrou-se disposto a intervir no diretório estadual da sigla e dissolvê-la. Por debaixo do pano, o PR do senador César Borges, esteve presente nos principais lances da aliança que não deu certo. O PR se propôs a entrar no samba prol Imbassahy-Varela. Em troca, teria deles a garantia de apoio amplo e irrestrito na campanha de César à reeleição para o Senado em 2010. (Por Janio Lopo - Editor de Política)
Governador acompanhou articulações
As articulações patrocinadas por Marcelo Nilo, tucano que teve no governador Jaques Wagner um aliado para ocupar a presidência da Assembléia Legislativa, não chegaram a preocupar nem a chatear o Palácio de Ondina. Todos os passos de Nilo foram monitorados por Wagner, já que entendia que a aliança que se esboçava com Varela não traria perdas do ponto de vista político para o PT. No mais, o PSDB nacionalmente tem um presidenciável (Serra) e é com ele que os tucanos baianos devem bailar em 2010. Os que foram voltaram, mas não estiveram dispostos a fornecer detalhes da melancólica transação. Há, porém, um motivo para tanto: o PRB baiano ainda vai continuar insistindo na composição com o PSDB. Tem um trunfo nas mãos: Na última segunda-feira, Varela teria ido pessoalmente à casa de Imbassahy. Em bom português, teria afirmado que não seria candidato, mas admitido, mais de uma vez, aceitar a condição de vice. Para complicar ainda mais o quadro político, o colóquio amoroso PRB-PSDB quase destrói as núpcias entre os tucanos e o PPS. A bala estava na agulha para ser detonada e anunciada oficialmente a candidatura de Miguel Kertzman na vice de Imbassahy. O PPS, ao saber que havia sido traído pela plumagem tucana, virou o cão. Habilidosos, dos experientes políticos tucanos - Arnando Lessa e Nestor Duarte - entraram no canal e tentam, a duras penas, repor a casa em ordem. Se nada der errado agora, Kertzman deve mesmo ser o vice de Imbassahy. (Por Janio Lopo - Editor de Política)
PT realiza debate hoje. As prévias ocorrerão domingo
A Secretaria de Organização do PT divulgou o calendário aprovado pela executiva municipal, confirmando as suas prévias para este domingo, 25, a partir das 9 horas, nas vinte zonais de Salvador. Antes das prévias, o PT realiza hoje, às 19 horas, na Faculdade de Arquitetura da Ufba, um debate entre os seus dois postulantes que ainda disputam a vaga para representar o partido na corrida ao Palácio Thomé de Souza, os deputados federais Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro. O debate desta sexta-feira servirá para que os militantes com direito a voto decidam qual deles tem melhores condições de representar o PT. De um lado estará um pré-candidato que representa o “consenso” desejado pela cúpula do partido, e do outro aquele que, aparentemente, tem mostrado mais força junto à militância. Antes consideradas como um instrumento democrático e a melhor forma para escolher os seus representantes nas disputas eleitorais, as prévias agora não estão sendo encaradas com esta mesma importância. Muitos vêem com cautela a sua realização, e temem os efeitos nocivos que elas podem trazer para o partido num momento delicado. O debate, que acontece antes, pode provocar um clima mais acirrado ainda para as prévias. Um exemplo claro de que as prévias podem representar desavenças dentro do PT neste momento foi o resultado das que foram realizadas durante o PED para escolha dos dirigentes estaduais e municipais, que precisou de interferência da direção nacional. Outros exemplos vêm do interior, como as prévias para escolha do candidato em Feira de Santana, onde até hoje José Neto não digeriu a vitória de Sérgio Carneiro. Em Itamaraju, as prévias deste domingo deverão ser realizadas sob um clima bastante acirrado. Corre uma notícia na cidade de que o atual prefeito Dilson Santiago teria “comprado” o apoio de um filiado da legenda para reverter o resultado que lhe foi desfavorável no primeiro turno. A acusação partiu de aliados de Dalvadísio Lima, o outro pré-candidato e adversário de Santiago. Portanto, aqui em Salvador, embora o clima aparente mais tranqüilidade, não se sabe qual será o saldo desta eleição. Alguns simpatizantes ligados ao deputado Nelson Pelegrino, por exemplo, têm usado alguns meios de comunicação para antecipar perguntas que gostariam que fossem feitas ao deputado Walter Pinheiro. Uma deles indaga por que Pinheiro antes era a favor de o partido apoiar a reeleição do prefeito João Henrique e agora mudou de idéia. Se contar com o apoio da militância, como aconteceu na plenária que realizou no Colégio das Mercês recentemente, Pelegrino poderá marcar pontos, mas sabe que enfrentará um adversário preparado, que já conta com o apoio do secretário estadual Luiz Alberto e do deputado estadual J. Carlos, que retiraram as suas pré-candidaturas para lhe apoiar. (Por Evandro Matos)
Bahia lidera crescimento de arrecadação no Nordeste
Crescimento da economia, ampliação das ações de combate à sonegação e a presença mais ativa das equipes de fiscalização junto aos contribuintes do Estado. Estas foram as principais ações que fizeram com que a Bahia liderasse o crescimento da arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), na região Nordeste, no primeiro trimestre de 2008 em comparação com o mesmo período do ano passado. O Estado obteve variação positiva de 24,20% (em valores nominais), mais de um ponto percentual a frente do segundo colocado da região, o Ceará, que ficou com 23,12%. No ranking geral das dez maiores arrecadações do país, a Bahia ficou em terceiro lugar, atrás apenas do Espírito Santo e de Minas Gerais. As informações são da Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe), obtidas no Portal do Ministério da Fazenda. “O resultado comparativo positivo no desempenho da arrecadação do Estado pode ser justificado pelos bons desempenhos dos segmentos de Serviços de Transporte, Petróleo, Agroindústria, Bebidas e Serviços de Utilidade Pública. Além disso, a intensificação das operações de fiscalização tem sido fundamental”, explica o secretário da Fazenda, Carlos Martins.
Fonte: Tribuna da Bahia