quarta-feira, maio 21, 2008

Disfunção erétil é ligada à cardiopatia

Dois estudos mostram o risco iminente em diabéticos

Michelle Fay Cortez

Bloomberg

Para homens diabéticos, disfunção erétil pode significar a existência de doença cardíaca, com chances de ataque do coração e derrame, segundo dois estudos recentes.

Pesquisadores em Hong Kong e na Itália descobriram que a impotência pode se desenvolver três anos antes do problema cardíaco e os que apresentam esse quadro correm o risco de morrer. A pesquisa será publicada na revista científica Journal of the American College of Cardiology.

As cardiopatias acontecem quando o sangue que passa pelo músculo cardíaco é sufocado, principalmente por placas de gordura. A disfunção erétil pode ocorrer quando danos às veias dificultam o aumento da quantidade de sangue necessária para a ereção. São as altas taxas de glicose no sangue que danificam as veias.

"O desenvolvimento da disfunção erétil deve ser um alerta em relação ao risco de futuros problemas do coração", informa Peter Chun-Yip, um dos líderes da pesquisa e professor da Chinese University of Hong Kong. Chun-Yip afirma que a disfunção erétil é sinal de um possível problema cardíaco e que, na ocorrência do problema, os médicos devem investigar a presença de diabetes.

O grupo de pesquisadores monitorou, ao todo, 2.306 homens com diabetes, todos sem quaisquer evidências de problemas cardíacos nos quatro anos anteriores. Entre eles, 26,7% tinham problemas de ereção. Para cada mil homens, 19,7 com disfunção erétil desenvolveram cardiopatias a cada ano, comparados com 9,5 homens que não sofriam com problemas de ereção.

Um segundo estudo, conduzido pela Keck School of Medicine, da Universidade da Califórnia, monitorou 291 homens diabéticos com problemas cardíacos "silenciosos", já que a redução do fluxo sanguíneo ainda não havia causado danos significativos. Aqueles com disfunção erétil – cerca de um terço dos homens, no início do estudo – tiveram duas vezes mais chances de sofrer ataques do coração, derrame ou outra complicação cardíaca.

Drogas como o Lipitor cortam o risco em um terço, segundo a pesquisa. Medicações para disfunção erétil, como o Viagra, o Levitra e o Cialis proporcionam algum benefício, apesar de os resultados não serem considerados definitivos, segundo os pesquisadores.

Fonte: JB Online