sábado, abril 12, 2008

Oposicionistas criticam Geddel

Senador promete levar o caso ao Ministério Público
Brasília
As declarações do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), reconhecendo que sua pasta repassa recursos de convênios para municípios flagrados em irregularidades pela Controladoria-Geral da União (CGU) surpreenderam antigos colegas de Congresso. Em entrevista exclusiva ao Jornal do Brasil e à Gazeta Mercantil, publicada ontem, o ministro disse ainda que nos 12 meses que está à frente do ministério triplicou os recursos para municípios baianos e que seus planos incluem se tornar governador da Bahia em 2010.
Para deputados e senadores, o reconhecimento causa estranheza uma vez que todos os ministérios, o Congresso e a Casa Civil recebem um relatório da CGU recomendando atenção especial e, em muitos casos, o congelamento das transferências para prefeituras que estiverem em situação irregular. Na avaliação do líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), se existir privilégio para alguma região do país é preciso revisar os critérios.
– Quando o orçamento é aprovado ele estabelece um rito especial para que as regiões tenham um tratamento equilibrado e isso precisa ser respeitado por todos os ministérios - destaca Raupp.
O líder da minoria no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO) se diz preocupado com o que acredita ser o desvirtuamento dos interesses do governo em uma obra pública e promete alertar o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal para eventuais ocorrências de uso eleitoral da máquina através de projetos como a transposição.
– Nada impede que uma obra acabe sendo capitalizada politicamente por quem a gerencia, o problema é quando a prioridade passa a ser o favorecimento eleitoral dessa autoridade, em detrimento do interesse público – observa Demóstenes.
– Isso é desvio de função. As declarações do ministro são praticamente a confissão de intenção eleitoreira da transposição.
Fonte: JB Online