A dificuldade de se identificar um carro clonado tem trazido muita dor de cabeça para proprietários de veículos, que começam a receber multas que não cometeram. Nesta semana, um proprietário de veículo de Belo Horizonte foi surpreendido ao descobrir um clone do seu carro estacionado na própria garagem. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), não existe na legislação de trânsito uma regra específica para carros clonados. Assim, só resta ao proprietário recorrer ao Denatran com a justificativa de que não cometeu a multa ou ainda descobrir se o carro que dirige é a cópia. No caso da justificativa, ela deverá ser escrita à mão e, de preferência, com algum documento anexo que prove o local onde estava o verdadeiro carro no momento da infração, como um bilhete de estacionamento. No site do Denatran há as instruções para o procedimento. Já para descobrir se o carro está irregular, basta fazer uma vistoria de chassi no Ciretran (Circunscricional Regional de Trânsito) da cidade. Porém, os cuidados devem começar na hora da compra. No caso das revendedoras de veículos, que precisam se certificar do histórico do carro, o procedimento é feito por meio de uma empresa privada. “É verificado o número da carroceria, os selos de marcação, os vidros, motor etc. Se tiver algum vestígio de irregularidade, a gente não pega o veículo”, afirma Wesley Lopes Cordeiro, vendedor da revendora Veroneze Veículos, de São Paulo. Os tipos de clonagem Nas montadoras, os carros recebem uma série numérica que é gravada no chassi, motor, vidros e carroceria. Esses números são registrados com uma máquina especial, instalada na linha de montagem. No caso dos vidros, por exemplo, os números já saem serigrafados da fornecedora. Embora haja um rigoroso controle dentro das fábricas por parte do Denatran, os criminosos conseguem acesso a todos os números do veículo, inclusive ao Registro Nacional de Veículos Automotores (código Renavam). As quadrilhas anotam o número da placa de um veículo na rua, a cor e o modelo, em seguida, puxam todos as informações sobre o veículo e fazem a clonagem. Os peritos conseguem identificar a diferença porque a cópia nunca é perfeita, já que a máquina e o processo utilizado não são os mesmos das fabricantes. Segundo Cordeiro, apesar de tantas avaliações, é difícil ter a certeza de que o carro não foi clonado. “Nossa precaução é não comprar o clone, o carro com motor adulterado. Mas não tem como saber se o carro foi clonado”, observa. O mesmo procedimento é utilizado pelas seguradoras quando vão avaliar um carro. “O que acontece muito são casos de pessoas que vêm fazer o seguro e a gente descobre irregularidade. Normalmente dá tempo de devolver o carro”, comenta o diretor do ramo automóveis da Marítima Seguros, José Carlos Oliveira. Para evitar problemas durante a compra do veículo, Oliveira recomenda a consulta do histórico do carro por meio de despachantes ou do próprio Detran (Departamento de Trânsito).
Fonte: Abrastran