sábado, março 15, 2008

Quadrilha vendia diplomas falsos em 14 estados

CUIABÁ - A Polícia Federal (PF) desarticulou ontem, em 14 estados, um esquema de venda de diplomas universitários falsos pela internet. O líder da quadrilha, Tiago Francisco Vieira Pereira, de 21 anos, foi preso em sua casa num bairro de classe média em Tangará da Serra, Mato Grosso, no primeiro dia da operação Cola. De lá, ele confeccionava os diplomas solicitados por e-mail e os enviava aos interessados via Sedex pelo correio ao custo de R$ 1,8 mil cada. Mais de 30 pessoas já foram ouvidas no inquérito em vários estados.
Os diplomas mais procurados, segundo a PF, eram os de Medicina, Direito, Fisioterapia e Engenharia Civil. Também havia falsificação para cursos do Ensino Médio. As equipes da PF recolheram diplomas falsos, documentos, e computadores utilizados na falsificação e comercialização dos certificados em endereços residenciais e comerciais dos suspeitos.
Todo o material será enviado para Cuiabá. Ainda não se sabe quantos diplomas foram emitidos ilegalmente. No primeiro dia da operação foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, em 54 endereços nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Pernambuco, Maranhão, Acre, Pará e Bahia.
Segundo o delegado Marco Aurélio Faveri, da Delegacia de Crimes Fazendários da PF de Cuiabá, estão sendo identificados compradores de diplomas em alguns estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Todos vão prestar depoimentos. As investigações iniciaram há cerca de um ano em São Paulo e em seguida transferidas para Mato Grosso. O delegado esclareceu que não há envolvimento das instituições de ensino nem do Ministério da Educação no esquema. Os nomes das faculdades, entre elas a Universidade Paulista (Unip), eram usados de acordo com o interesse do comprador do diploma. "Acreditamos que possa haver mais gente, mas ainda não é comprovado. A documentação existente na casa do suspeito comprova o esquema de falsificação", disse Faveri.
Fonte: Tribuna da Imprensa