José Pacheco Maia Filho Salvador
Ele tem aparecido sempre entre os mais lembrados pela população de Salvador nas pesquisas para prefeito. De segunda a sexta-feira, está presente no rádio e na tv com o programa Balanço Geral, o qual define como "ouvidoria do povo". Vítimas da precariedade do serviço público de saúde, do desemprego, da violência e criminalidade são personagens freqüentes dos horários que ele comanda na mídia. Com 60 anos de idade, o comunicador Raimundo Varela está no ar há 28. Antes de enveredar pelos meios de comunicação foi jogador de futebol profissional e gerente de uma fábrica de cimento, além de dirigente de clubes do subúrbio baiano.
Em sua carreira à frente do microfone, Varela nunca manifestara o desejo de trilhar o caminho da política, inclusive, chegara a falar no ar que nunca seria candidato. Mas, justifica, o transplante duplo que fez de fígado e rins em 2006 mexeu com sua cabeça.
- Mudei a forma de pensar. Cansei de ser serviçal e quero participar do poder - afirma, confirmando que será candidato pelo PRB.
Em 2004, seu nome apareceu nas pesquisas, empatado com o de João Henrique (PDT), atual prefeito. Segundo Varela, o senador Antonio Carlos Magalhães, na ocasião, lhe propôs ser vice de César Borges, que acabaria sendo derrotado por João Henrique.
Para Varela, se seu nome aparece entre os preferidos da população, é por causa do consenso que se tem criado que todo político é desonesto.
- Então, se há desgaste dos políticos, há espaço para os comunicadores - afirma o radialista, correligionário do vice-presidente, José Alencar (PRB).
Do vice de Lula, Varela ouviu que deveria administrar a cidade como se administra uma empresa privada.
- É isso que pretendo fazer, equilibrar receita e despesa, prestando sempre contas ao povo. Farei uma gestão transparente - diz, comentando superficialmente que a prefeitura gasta mal.
O pré-candidato diz que está criando musculatura política e empresarial. Trabalha na Rádio Sociedade da Bahia e TV Itapoan, veículos ligados à Igreja Universal, e tem apoio dos bispos ligados à instituição religiosa. Afirma que, se eleito, não pretende transformar o secretariado num balaio de gato.
Fonte: JB Online