Ocorrida entre 1972 e 1975, a Guerrilha do Araguaia foi o mais sério confronto armado entre a esquerda e o regime militar. O movimento começou a ser organizado em 1966 com a chegada dos primeiros ativistas do PC do B à região do Bico do Papagaio, mas os embates começariam em abril de 1972, quando as Forças Armadas deram início ao ataque, desalojando os grupos instalados nas matas à margem esquerda do Rio Araguaia. No ano seguinte, depois de infiltrar agentes em todo o circuito da guerrilha - que compreendia uma área de sete mil quilômetros quadrados - durante a chamada Operação Sucuri, os militares já tinham toda a estrutura e a relação dos guerrilheiros: eram 69 militantes do PC do B e cerca de 20 moradores que haviam aderido ao movimento, divididos em três destacamentos.
As três campanhas militares envolveram cerca de 10 mil homens. No final, uma tropa especializada em combate na selva, à paisana e chefiada por oficiais do Exército, foi encarregada de sufocar o que restara do movimento. Prisioneiros só foram feitos durante o ano de 1972. Depois, a ordem era exterminar. Nem os guerrilheiros que se renderam ou acabaram presos nas operações escaparam. Muitos deles foram levados vivos para as bases militares de Marabá (PA), conhecida como Casa Azul, ou Xambioá (TO), e executados. A Guerrilha do Araguaia é o maior trauma da esquerda armada e um dos episódios mais vergonhosos para as Forças Armadas, que escondeu por mais de 20 anos o que havia acontecido nas matas da Amazônia.
Fonte: JB Online