sábado, fevereiro 16, 2008

Horário de Verão acaba à meia-noite de hoje

RIO e SÃO PAULO - No Rio, o fim do horário de verão, à meia-noite de hoje, divide o carioca. Uns gostam, outros dão graças a Deus. Depois de 126 dias de vigência, o horário chega ao fim, para alívio dos que não conseguem se acostumar com a mudança.
Cuidados - Para quem for ao cinema, atenção com o relógio. Nas salas da rede Cinemark, por exemplo, o que vale é o "horário velho" - ou seja, se houver uma sessão marcada para a 0h30, ela será realizada às 23h30, de acordo com o horário atualizado.
Para quem for viajar de avião, ainda mais atenção. A assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) sugere que os clientes liguem para as companhias aéreas para ter mais informações sobre qualquer mudança em relação ao horário de seus vôos marcados para a virada de hoje para amanhã.
Com o dia tendo uma hora a mais, trabalho dobrado para todo mundo que vive na noite. Em São Paulo, Deusdete Neres de Souza, ou simplesmente Souzinha para os clientes do bar Veloso, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, já sabe que terá trabalho em dobro neste fim de semana. Se normalmente o barman já faz cerca de 250 caipirinhas e tira algo em torno de 800 copos de chope toda noite, o fim do Horário de Verão vai obrigá-lo a estocar mais limões e açúcar - o ajuste no relógio, que deve ser atrasado em uma hora na virada de hoje para amanhã, fará com que hoje tenha "25 horas".
"Ah, deve bater mais de mil chopes e umas 300 e poucas caipirinhas neste sábado (hoje), né", diz. "A gente tem que trabalhar uma hora a mais sem reclamar, não tem jeito. Mas é uma hora a mais para ganhar dinheiro".
Não será só Souzinha que terá mais trabalho. Nas estações do metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), nos aeroportos, casas noturnas, hotéis, cafés, restaurantes e cinemas da cidade, o expediente terá uma hora a mais - na imensa maioria dos casos, sem acréscimo ao salário. Mas muitos irão comemorar o ajuste.
No motel Astúrias, por exemplo, em Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista, o período de cinco horas custa de R$ 199 a R$ 419. Mas quem chegar antes da meia-noite de hoje vai poder ficar seis horas, sem pagar um tostão a mais por isso.
Economia
A edição 2007/2008 do Horário de Verão proporcionou uma redução do consumo de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste de 4,2% (ou 1.557 megawatts) no horário de pico, das 19h às 22h. O Norte e o Nordeste do País não participaram do esquema, que teve início no dia 14 de outubro do ano passado.
A economia ficou quase no mesmo nível do verão 2006/2007, quando o consumo caiu 2,2 mil megawatts. A diferença marcante, porém, foi nos ganhos em dinheiro, que caíram de R$ 40 milhões na edição anterior para apenas R$ 10 milhões agora.
Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp, isso aconteceu porque foi preciso usar com mais freqüência as usinas termelétricas - que têm uma operação mais cara - por causa do baixo volume de água nos reservatórios até a penúltima semana de janeiro, devido à estiagem.
Tribuna da Imprensa