domingo, janeiro 27, 2008

A Montanha está desmoronando

Por Lilian Machado
Tão antiga como as principais ruas da cidade do Salvador, a Ladeira da Montanha, que faz a ligação da Cidade Baixa com a Cidade Alta, dá sinais de problemas estruturais. O desmoronamento de uma parte do muro que fica nos fundos do prédio onde funciona a Fundação Gregório de Matos, ocorrido nesta última quinta-feira à noite, aponta para a necessidade de uma intervenção na área. Há alguns anos sem passar por reformas, a rua, projetada em 1873 pelo engenheiro Francisco Pereira Aguiar e construída cinco anos depois, já foi ponto de referência da boemia na capital baiana. Elemento importante da memória sócio- antropológica da cidade, segundo estudiosos, a Ladeira da Montanha ficou famosa pela presença de casarões onde moravam as chamadas mulheres da vida. Hoje além dos imóveis em situação de risco, a rua apresenta pontos específicos de desagregação. O último estudo do CREA, realizado no final do ano passado, identificou pelo menos cinco casarões com problemas. Em dois deles, há riscos para os transeuntes. No imóvel identificado como 23/25, a marquise apresenta-se comprometida. Há também sinais de intensa infiltração, desprendimento de reboco e ferragens expostas, além de vegetação enraizada. No casarão 17 com fachada em adobe, o risco também era iminente para os transeuntes. O imóvel tinha rachaduras, o reboco estava em processo de desagregação, as telhas cerâmicas estavam soltas e quebradas no beiral e havia uma calha em zinco destruída e pendente. O desprendimento de algumas pedras da contenção e o risco de que outras se desagreguem causaram a interdição do trânsito na Ladeira, que ontem ficou sem a grande movimentação de costume. Técnicos da Superintendência de Urbanização da Capital (Surcap) ainda fazem avaliação do local e recompõem as pedras que se soltaram. A previsão é de que a pista permaneça interditada por três dias. Uma nova resposta sobre a situação da área será dada segunda-feira. De acordo com o superintendente da Surcap, Jorge Halla, a interdição foi necessária para evitar a ocorrência de um grave acidente. Conforme ele, mesmo não havendo riscos de um desabamento mais sério, o entorno do local apresenta instabilidade. “Vamos recompor a área sem mudar o tipo de material, pois o local está dentro da poligonal do centro que foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)”, afirmou. O desmoronamento aconteceu por volta das 20 horas quando já era menor a circulação de carros na Montanha. Pessoas que moram em frente ao local não perceberam o acontecimento. Resistentes alguns nem quiseram falar com a imprensa. O sem-teto, Washigton Rodrigues que mora em um prédio invadido pelo movimento na Rua Chile relatou que ao chegar em casa por volta das 23 horas notou através da janela, a presença de algumas pedras grandes na pista da Montanha. Segundo ele, agentes de alguns órgãos também estavam no local, que teve todo o entulho retirado ainda durante a madrugada. A proibição de veículos na Ladeira da Montanha levou transtorno ontem pela manhã para muitas pessoas que pegam transporte coletivo com passagem na área. Os pontos de ônibus da Rua Carlos Gomes ficaram cheios e muita gente não sabia a causa da demora. Várias linhas que saem da cidade baixa com direção ao centro têm passagem pela Ladeira. À espera da linha Sussuarana em um ponto da Carlos Gomes, a recepcionista, Fátima Nunes ficou surpresa quando foi informada sobre o impedimento do trânsito na Montanha. “O ônibus que pego vem dali. Não sei agora onde pegar outro”, disse. A funcionária pública, Lígia Correia contou que estava há algum tempo aguardando a linha Stiep que também possui passagem pela rua interditada. Outras vias que dão acesso ao local também continuam privadas do tráfego de veículos, como a Pau da Bandeira, na Praça Municipal, e Miguel Calmon, no Comércio. Algumas linhas de ônibus tiveram o percurso modificado. Em vez de subirem a Montanha, usam a Avenida Contorno para chegar ao Campo Grande.
Feriado prolongado movimenta as estradas baianas durante o carnaval
Enquanto Salvador se prepara para receber mais de 1 milhão de turistas para a maior festa de rua do mundo - de acordo com o Guiness Book -, milhares de baianos já estão de malas prontas para pegar a estrada e aproveitar o feriado prolongado longe do circuito carnavalesco. Para quem quer tranqüilidade, os destinos mais procurados são as paradisíacas praias dos Litorais Norte e Sul, além de cidades da Chapada Diamantina e do Recôncavo baiano. O maior feriado do ano sugere ainda viagens mais longas. De acordo com estimativas da Agerba e das Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, cerca de 160 mil baianos devem deixar Salvador pela rodoviária e 310 mil pelo ferry-boat. Outras 450 mil pessoas devem chegar à capital baiana para curtir o carnaval. Os motoristas devem incluir na bagagem uma dose extra de cautela e muita atenção, já que o fluxo de veículos será intenso nos dois sentidos. Algumas rodovias baianas estão passando por intervenções, a exemplo da BA 148, no trecho Rio de Contas/Jussiape, e a BR 415, entre Floresta Azul e Ibicaraí. Ao transitar nestas áreas, os condutores devem ficar atentos ao movimento de homens e máquinas na pista. A Secretaria Estadual de Infra-estrutura (Seinfra), através do Departamento de Infra-estrutura de Transportes da Bahia (Derba), traçou os melhores roteiros para uma viagem segura, lembrando sempre o respeito à velocidade e o uso do cinto de segurança. As estradas que dão acesso ao Litoral Sul, Ilha de Itaparica, Extremo-sul e cidades do Recôncavo apresentam boas condições de trafegabilidade. Somente na BA 001, foram realizados, recentemente, mais de 200 km de intervenções rotineiras, com operação tapa-buracos, roçagem, drenagem, limpeza de acostamento e renovação da sinalização. A BA 882, rodovia que dá acesso às praias da Ilha de Itaparica, como Berlinque, Tairu e Cacha Pregos, também passou por serviços de restauração em seu pavimento. O secretário estadual de Infra-estrutura, Antonio Carlos Batista Neves, salienta que “graças ao trabalho permanente de restauração e conservação da malha rodoviária do Estado já é possível trafegar com tranqüilidade em vários trechos antes intrafegáveis”. No entanto, o secretário ressalta a importância do respeito às regras de trânsito. “Por encontrar pistas melhores, alguns motoristas acabam excedendo na velocidade e esse fator, somado a imprudência, é uma das principais causas de acidentes”, observou. Também estão trafegáveis as rodovias que levam às praias do Litoral Norte (Estrada do Coco/Linha Verde), BA 099, e do Sul da Bahia, BA 001 - Ilhéus/Itacaré, Ilhéus/Canavieiras, Valença e Camamu. Na Chapada, as BAs 142 (trecho Andaraí/Mucugê) e 144 (BR 242/Lençóis) estão perfeitamente trafegáveis devido aos serviços de manutenção constante, como a operação tapa-buracos, roçagem, limpeza de acostamento e a renovação de toda sinalização vertical.Outra região muito procurada é a do Recôncavo, onde estão concentradas cidades históricas, como Cachoeira. Um bom caminho é a BR 420, que recentemente passou por limpeza de bordo, recuperação do meio-fio e passivo ambiental. Os trechos desta rodovia, de Maragogipe a São Roque do Paraguaçu, também se encontram em bom estado de conservação. (Por Odilia Martins)
Taxa de desemprego registra uma nova queda na capital
A taxa de desemprego em Salvador voltou a cair no mês de dezembro, passando dos 12,8% registrados em novembro para 11,4%, o que representa uma queda de 1.4%, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE. Conforme o Instituto, em dezembro de 2005 a taxa de desemprego registrada era de 14,6%. Comparando com o índice de dezembro de 2007, a queda foi de 3,2%. Salvador também registrou um bom resultado na geração de novos postos de trabalho com carteira assinada em 2007, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. No período, foram gerados 19 mil novos empregos. Com esse desempenho, a capital subiu duas posições em relação às demais regiões metropolitanas na geração de novos empregos, passando inclusive à frente de Pernambuco, que caiu uma posição em comparação ao estudo anterior, ficando em nono lugar com 18.841 novas vagas. Ao analisar os índices, o secretário de Economia, Emprego e Renda, Paulo Mascarenhas, assinala que desde o inicio da atual administração a taxa de desemprego vem caindo devido à determinação do prefeito João Henrique que teve a coragem de encarar o problema do desemprego adotando medidas que resultaram na geração de novos postos de trabalho. “Em dezembro de 2006, um ano após a posse do prefeito, Salvador registrou a primeira queda na taxa de desemprego, passando de 14,6% para 12,4%”, lembrou. O secretário destaca ainda o esforço da atual administração na qualificação profissional, um dos graves problemas identificados pelo SIMM para o preenchimento de vagas no mercado de trabalho. No próximo dia 29, mais 1.010 trabalhadores estarão recebendo certificados de qualificação em 23 diferentes cursos, sendo a maioria deles ministrada de acordo com as demandas do mercado, o que garante uma empregabilidade maior. “A administração está trabalhando de forma articulada no combate ao desemprego, atuando na atração de novos investimentos, na desburocratização da liberação de alvarás; investindo na infra-estrutura; captando vagas no mercado e intermediando mão-de-obra, reduzindo dessa maneira o tempo em que o trabalhador fica desempregado, e qualificando profissionalmente, principalmente os jovens para que eles tenham, efetivamente, oportunidade de conseguir um emprego”, ressalta o secretário. Segundo o IBGE, houve equilíbrio em todas as regiões, ao avaliar o mês de junho. Em relação a julho de 2005, houve estabilidade em Salvador e altas em Recife (26,9%), Belo Horizonte (21,2%), Rio de Janeiro (25,0%), São Paulo (18,3%) e Porto Alegre (29,2%). Em relação a julho de 2006, comparando com o mês de junho, o desemprego cresceu na Região Metropolitana, passando de 13,5% para 14,4%. Recife ainda continua como capital do desemprego, mesmo tendo passado de 15,4% para 15,3%
Fonte: Tribuna da Bahia