BRASÍLIA - Palanques eleitorais farão parte do roteiro de viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano de eleições municipais. Lula começou ontem a discutir uma estratégia para evitar rachas entre aliados que querem disputar as eleições de outubro nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Na primeira reunião ministerial do ano, ele cobrou empenho de líderes do governo no Congresso e de ministros na busca de consenso nos municípios, especialmente nas capitais.
Ele reafirmou a importância de a base governista trabalhar unida nas cidades mais importantes", relatou o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). Durante o encontro, Lula deixou claro que só subirá em palanques, no primeiro turno, em municípios onde a base aliada lançar apenas um candidato.
"O presidente participará de campanha apenas em cidades em que todas as forças que compõem a coalizão estiverem unidas", disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio. "Sem consenso, ele respeitará as questões locais, os problemas de cada cidade".
Lula, segundo participantes da reunião, demonstrou muita disposição de fazer campanha daqui para frente. "Como líder político, ele quer participar intensamente das disputas", afirmou Henrique Fontana. No final de fevereiro, o presidente deve começar um giro pelas periferias das grandes cidades para inaugurar ou lançar obras de saneamento básico e habitação.
O Ministério das Cidades dispõe, segundo o ministro Márcio Fortes, de R$ 4,4 bilhões para gastar em obras neste ano. Os cortes "cirúrgicos" que o governo vai fazer para compensar a perda da receita da CPMF, imposto extinto pelo Senado em dezembro, não inclui as principais ações da pasta, segundo Fortes.
Uma das primeiras cidades que vão entrar no roteiro de viagens é Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, administrada por Washington Reis (PMDB), aliado do governador do Rio, Sérgio Cabral. Lula vai visitar obras na comunidade do Parque Vila Nova, antiga favela do Lixão. O Ministério das Cidades prevê investimentos de R$ 127 milhões na melhoria urbana do local, sendo R$ 100 milhões de recursos federais.
Fonte: Tribuna da Imprensa