quinta-feira, dezembro 20, 2007

Time elege Putin como personalidade de 2007

As mãos-de-ferro do presidente russo, Vladimir Putin, renderam-lhe, no mínimo, popularidade além das fronteiras russas. Ontem, a revista Time o elegeu como sua Personalidade do Ano para 2007, afirmando que ele tirou seu país de uma situação caótica para colocá-lo "no tabuleiro do poder mundial", mesmo que sacrificando princípios democráticos.
Putin, ex-agente da KGB tirado da obscuridade em 1999 por Boris Yeltsin, aparecerá na capa da edição especial da revista como a pessoa que, na opinião dos editores, produziu o maior impacto sobre eventos mundiais de 2007, para o bem e o mal.
- Ele não é um bonzinho, mas fez coisas extraordinárias - disse Richard Stengel, diretor-executivo da Time, que anunciou a escolha no programa Today Show, da NBC. - É o novo czar da Rússia e é perigoso, pois não se importa com as liberdades civis ou com a liberdade de expressão. Ele preocupa-se com estabilidade. É disso que a Rússia precisava e por isso os russos o amam.
Orgulho nacional
Em seu site, a Time disse que o filho do operário de fábrica, cuja avó cozinhou para Josef Stalin, liderou a Rússia com persistência, boa visão do futuro e sentimento de ter incorporado o espírito da Mãe Rússia.
Putin venceu quatro rivais na disputa pela homenagem da revista: o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore (2º lugar), seguido da escritora britânica J.K. Rowling (da saga Harry Potter), do presidente chinês, Hu Jintao, e do general David Petraeus, comandante do Exército americano no Iraque.
Putin levou mais de duas horas numa entrevista com a Time, segundo funcionários do Kremlin.
Dmitry Peskov, vice-porta-voz do Kremlin, disse que a escolha é um reconhecimento do papel do líder ao ajudar a Rússia a retomar o orgulho nacional, mas chamou as preocupações levantadas pela revista de "estereótipos do passado".
A escolha aconteceu dias depois de Putin ter anunciado que ocuparia o cargo de premier caso o candidato oficial Dmitry Medvedev vença.
A Time justifica: o título de personalidade do ano, oferecido desde 1927, não é prêmio de popularidade, mas o reconhecimento das forças que determinam os rumos do mundo.
Fonte: JB Online