quinta-feira, dezembro 27, 2007

PF realizou 40 ações de combate à corrupção

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Tarso Genro, avisou ontem que o governo federal reforçará em 2008 sua política de combate à corrupção, ao crime organizado e às quadrilhas de fraudadores do dinheiro público. Neste ano, a Polícia Federal (PF) realizou 188 operações especiais, 40 delas - mais de 20% - dedicadas ao combate à corrupção.
Foram mandados para a cadeia 329 servidores públicos de todos os Poderes, incluindo políticos de todos os partidos, magistrados e dirigentes do Executivo acusados de corrupção. "Outras operações virão", avisou. Ele apresentou ontem o balanço das ações da PF em 2007.
O ministro enfatizou que, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será intensificada em 2008 a integração da PF com os diversos órgãos fiscais de defesa do Estado, do erário público e da economia popular, entre os quais a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Receita Federal.
"Temos um objetivo: elevar ao grau máximo o saneamento do Estado, com o combate intenso ao crime organizado e à corrupção", disse. Conforme o balanço da PF, as investigações neste ano se concentraram também no combate à lavagem de dinheiro e fraudes em licitações, com 29 operações - 592 pessoas foram presas.
Os esquemas movimentaram mais de R$ 3 bilhões. Outras 33 operações tiveram como alvo o tráfico de drogas. Foram apreendidos 15 toneladas de cocaína, 173,7 toneladas de maconha e 209 mil comprimidos de ecstasy. Tarso disse que a PF começa agora a consolidar os avanços obtidos na gestão anterior, mas com algumas correções de rumos para conter excessos, chamados de "pirotecnia".
"O presidente Lula me recomendou que a PF se transforme num fortim contra a corrupção, mas sem impor pena antecipada aos cidadãos. Por isso, teremos todo cuidado com as operações, para não expor pessoas de maneira indevida". A ação policial, disse ele, será radical contra o crime, mas dentro da lei e da Constituição.
Fronteira
O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, presente à solenidade, disse que nessa nova etapa será adicionada uma atuação forte na Amazônia e na extensa fronteira seca do Brasil com países da América do Sul. Ele afirmou ainda que as ações estratégicas do órgão, como as de inteligência, serão descentralizadas para as 27 unidades regionais da PF nos Estados e no Distrito Federal.
"O número de operações deve crescer com essa descentralização, que vai multiplicar a nossa capacidade investigativa".
Fonte: Tribuna da Imprensa