Viviane Monteiro brasília
O temido apagão aéreo passou longe dos aeroportos brasileiros neste fim de semana, um ano depois de a falta de informação, aliada ao mau atendimento e à crise dos controladores de vôo com a Aeronáutica causarem transtornos na maioria dos aeroportos no Natal de 2006. Desta vez, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sob a direção da nova presidente, Solange Paiva Vieira, passou no teste de fogo amparada pela fiscalização rigorosa de funcionários nos saguões.
Com uma nova malha aérea em atividade, os passageiros conseguiram circular sem grandes problemas pelos principais aeroportos. Poucos vôos foram cancelados e a média de atrasos desde o dia 22, em torno de 10% dos vôos, manteve-se dentro do padrão internacional de aceitação. A Anac previu um crescimento de cerca de 16% no volume de passageiros neste fim de ano, em relação a igual período de 2006. De acordo com o último balanço da Operação Verão 2008, da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), divulgado às 19h de ontem, o índice de vôos atrasados no domingo era de 7,7 %, o equivalente a 99 aeronaves de um total de 1.015 vôos programados para o horário compreendido entre meio-dia e 19h. A instituição levou em conta os vôos atrasados acima de uma hora.
Foram cancelados 88 vôos, 6,9% do total. Os dados foram coletados junto às maiores companhias aéreas nacionais - TAM, Gol, Varig e OceanAir.
Investimentos
Desde o dia 24 deste mês, os aeroportos vêm trabalhando com taxa média de atraso de 10%, segundo o diretor de Operações da Infraero, o tenente-brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva. O forte contraste com os números do mesmo período do ano passado mostram que o plano da Anac deu certo. Entre os dias 23 e 25 de dezembro de 2006, o índice atingia 33,9% em média. O índice de atraso, considerado baixo pelo diretor de Operações da Infraero, é resultado dos investimentos de R$ 200 milhões, no decorrer deste ano.
- Quanto maiores são os investimentos, melhores são as condições dos serviços prestados - observou Nicácio Silva. - Esse resultado deve ser comemorado, não apenas pelo governo, mas por todos os brasileiros que já sentem uma melhora significativa no setor.
Ele lembrou ainda do trabalho feito pelo Núcleo de Acompanhamento e Gestão Operacional e do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), realizado nos aeroportos. Nicácio Silva informou que os investimentos previstos para serem aplicados nos 67 aeroportos distribuídos pelo país em 2008 devem ultrapassar a cifra aplicada neste ano, conforme consta na proposta do Orçamento.
- A proposta orçamentária ainda não foi analisada, por conta do fim da CPMF. Mas, oportunamente, ela deverá ser aprovada no Congresso - estimou.
O diretor da Infraero destacou também que a estatal deve investir em radares e modernização do sistema aéreo brasileiro.
- Não podemos deixar o setor entrar em colapso - defendeu.
Fonte: JB Online