sexta-feira, novembro 30, 2007

Oposição rebate discurso de Lula sobre CPMF

BRASÍLIA - Parlamentares da oposição e até mesmo aliados criticaram ontem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que quem vota contra a CPFM ou é do DEM, primeiro partido a fechar questão contra a prorrogação do imposto, ou é sonegador. O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), divulgou nota de protesto contra a estratégia adotada por Lula de tentar defender a prorrogação da contribuição ofendendo os opositores do imposto do cheque."Não é um presidente que mente de forma cínica, que governa de costa para o País, que passa por cima dos compromissos assumidos, que não defende os valores éticos e que minou a confiança e a esperança das pessoas que vai definir o futuro do País ou o futuro dos Democratas", afirma a nota, se referindo ao fato de Lula ter afirmando que o DEM está contra a CPMF "porque é um partido sem perspectiva de poder".
Para o partido, quem defende a cobrança do imposto é o presidente Lula, "porque interessa ao governo seguir gastando o dinheiro das pessoas de forma perdulária e sem qualquer controle". "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz previsão sobre um futuro que não lhe pertence, desrespeita a oposição de forma arrogante e autoritária, além de confrontar a vontade da maioria da população brasileira que rejeita a CPMF e condena a gastança imoral do governo", fiz ainda a nota do DEM.
O peemedebista Geraldo Mesquita (AC), que já declarou da tribuna sua oposição à contribuição sintetizou em três palavras o que entende ser a postura de Lulas: "Isto é terrorismo". Para Mesquita, a afirmação do presidente seria inaceitável até mesmo se partisse de alguém que não tem compromisso com nada. "É uma ameaça, coisa feia isso".
Outro opositor da prorrogação da contribuição, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) acredita que Lula se vale de "um destempero" na falta de argumentos que justifiquem a insistência em continuar governando alheio à "prática moderna de acabar com impostos e cortar gastos".
"Sem a CPMF, o governo terá de rever o comportamento perdulário de gastar mais do que arrecada", justificou. Quanto ao fato de o presidente tê-lo tachado indiretamente de sonegador, Jarbas lembra que as palavras de Lula põe em suspeita a eficiência da equipe da Receita Federal. E contra-ataca, questionando a seriedade das palavras de quem, como Lula, combateu o Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Na mesma linha, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pergunta se Lula, também sonegava impostos no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando combatia a CPMF. "De lá para cá, ele já pagou todos os impostos?", ironizou. Para o tucano, Lula escolheu um "caminho pedregoso, com agressões fortuitas e pressões que significam a manutenção de uma pauta que já devia ter sido extinta". Disse ainda que, na falta de argumentos que justifiquem a manutenção da alta carga tributária, o presidente preferiu partir para ofensas".
Fonte: Tribuna da Imprensa