terça-feira, novembro 27, 2007

Ex-presidente do PP vai ser interrogado hoje

BRASÍLIA - O ex-presidente do PP e deputado cassado Pedro Corrêa será o primeiro dos 40 denunciados de envolvimento no mensalão petista a ser interrogado. Hoje, às 9h30, um juiz da 13ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco ouvirá o ex-deputado.
Denunciado por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Pedro Corrêa foi um dos três deputados cassados pelo plenário da Câmara. Além dele, perderam o mandato em função do escândalo apenas José Dirceu (PT-SP) e Roberto Jefferson (PTB-RJ).
Ele foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por ter recebido das empresas de Marcos Valério R$ 4,1 milhões em propina. O dinheiro foi repassado, conforme as investigações, ao assessor do PP João Cláudio Genu.
Corrêa admitiu, em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, ter recebido R$ 700 mil, dinheiro que teria utilizado para pagar os advogados do então deputado Ronivon Santiago. A versão não convenceu os investigadores.
O juiz que interrogará o deputado cassado teve acesso à documentação do mensalão e remeterá as informações em seguida ao relator da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. A decisão de delegar a juízes federais a tarefa de interrogar os réus é uma tentativa de agilizar o processo.
Cada um dos 40 réus será ouvido no estado em que mora por um juiz federal. Dirceu, por exemplo, será ouvido em São Paulo; Valério será interrogado em Minas Gerais; Jefferson, presidente do PTB, falará ao juiz do Rio de Janeiro. Depois dos interrogatórios dos 40 réus, serão ouvidas as testemunhas de defesa e de acusação.
Cada envolvido poderá arrolar, no máximo, oito testemunhas. Em seguida, serão produzidas provas de acusação e defesa e os dois lados terão prazo de 15 dias para as alegações finais. Somente depois de todo esse trâmite a ação será levada ao plenário do STF para que os réus sejam, enfim, julgados. Estimativas feitas por ministros do Supremo indicam que todo esse processo pode demorar três anos.
Fonte: Tribuna da Imprensa