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quinta-feira, outubro 04, 2007
Mercado Governista
Por Plínio Zabeu
“Se todos soubessem como são feitas as leis e as salsichas, ninguém seguiria umas nem comeria as outras” - J. Bernstein, citado por Wiston Churchil 1940.
Parece que esta assertiva cabe bem no nosso Brasil atual. Atual porque começou durante a feitura da Constituição (onde pululavam nada menos de 300 picaretas, conforme informava o atual presidente), com um vergonhoso “toma lá da cá”. Hoje mudou para “da cá e tome lá”, segundo os últimos acontecimentos na Ilha da Fantasia.
Como o PMDB não conseguiu tudo, mas tudo mesmo o que queria, simplesmente destruiu a secretaria “ministerieóide” criada via Medida Provisória para calar a boca de um ilustre professor que havia taxado Lula como o mais corrupto da história “nesse país”. O intelectual concordou em ficar quieto em troca de uma secretaria com jeitão de ministério, altíssimos salários para ele e mais 626 novos apadrinhados. Gente! Isto não é piada. É sério. Mas, nem bem as coisas esfriaram e um novo departamento (agora ministério) foi criado via decreto para que o bico ficasse calado de vez. Mesmo porque só será exigido algum trabalho em troca depois de 2022. (Alopra, quer dizer “a longo prazo” e não só derivado de “aloprado”).
Mais negócios vão se fazendo, ora para livrar o Renan, ora para aprovar a CPMF, ora para agradar uns e outros. Cargos importantes como dirigente da Petrobras, ou chefe do CNTI, ou vice do Banco do Brasil, ou etc., etc., etc..
E vem o presidente chamar-nos mais uma vez de ingênuos, ao comparar “negociatas” com “acordos”, e afirmar que apenas “criando cargos se fará um verdadeiro choque de gestão”. O que será que ele quis dizer com isso? Não importa. Ele tem assegurado o apoio gerado por bolsas de diversos tipos.
Os demais processos do presidente do senado foram como era de se esperar, separados e divididos de tal maneira que, se um dia vierem a ser considerados, isso só se dará no próximo ano, quando a maioria do povo desmemoriado como o nosso, terá se esquecido de tudo. E viva a baderna. E viva a indecência. Tudo vai continuar assim mesmo.
Ao menos parece que o guru Chávez deixou de apresentar exigências. Ele não quer mais o Mercosul mas vem criando condições para parecer ao mundo que o Brasil é que não o quer aqui.
No auge do caos da saúde, quando todos esperávamos alguma reação, eis que uma nova lei negociada tira R$ 3,1 bilhões do setor que mais precisa de investimentos, deixando o pobre ministro da saúde com cara de bobo...
E nós com as leis e as salsichas
Fonte: prosa&politica