segunda-feira, setembro 24, 2007

Corrida por filiação agita partidos na reta final

De acordo com o calendário estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), termina no dia 4 de outubro o prazo de filiação a um partido político para quem vai disputar a eleição do próximo ano. Na Bahia, quase todos os partidos tiveram a sua rotina alterada durante todo este mês de setembro, devido à procura de pessoas que querem se filiar, buscando cumprir os prazos regimentais da justiça eleitoral.
No PMDB, certamente o partido que mais cresceu na Bahia nos últimos meses, a sede do Costa Azul recebe diariamente visitas de muitas pessoas de municípios do interior baiano que buscam um novo abrigo político. Segundo informações da secretaria, o telefone também não pára de tocar. “Nós estamos saindo daqui todos os dias após as 21 ou 22 horas por conta do trabalho, que aumentou”, declarou uma funcionária. Conforme a contabilidade do diretório estadual, o partido já está implantado em 407 dos 417 municípios baianos. “A movimentação é intensa na sede. A gente já está com o espaço preenchido na maioria dos municípios”, declarou Lúcio Vieira Lima, presidente do diretório estadual e irmão do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a principal liderança do partido no Estado e o responsável maior pelo seu crescimento. O interior tem sido o maior foco migratório para as hostes peemedebistas. “O desejo dos políticos do interior é se filiar a um partido da base aliada. E o PMDB é referencial”, disse Lúcio Vieira Lima, lembrando que o seu partido, hoje, está ocupando o espaço que antes pertencia ao PFL, atual DEM. Lúcio explicou que o crescimento do PMDB acontece em razão de ele fazer parte de uma coligação estadual e federal e ter o controle e influência do Ministério da Integração Nacional. “Com base em pesquisa, somos a segunda legenda preferida no interior”, completou Vieira Lima.
A situação do Democratas é diferente de todos os demais partidos. Oriundo do antigo PFL, atualmente o partido trabalha para a criação de novas comissões provisórias nos municípios do interior baiano, onde sempre foi o mais forte. Definitivamente, este não é um ano positivo para o partido. Primeiro, perdeu a eleição para o governo do Estado, após passar 16 anos no poder. Depois, vieram as discussões sobre a escolha do comando no Estado, que acabaram provocando fissuras entre algumas lideranças. Por último, veio a morte da sua principal liderança, o senador Antônio Carlos Magalhães. Além disso, o partido tem sofrido constantes baixas nos municípios do interior, notadamente de prefeitos e vereadores, que têm migrado para outros que fazem parte da base aliada de Wagner, principalmente o PMDB.
Mas, segundo informações colhidas na sede provisória do partido, na Avenida Tancredo Neves, a procura para a formação dos novos diretórios também é muito grande. “A tendência é que o partido seja criado em mais de 350 municípios até o dia 4”, declarou um assessor do partido. Segundo esta mesma fonte, “quem sempre foi democrata continua democrata”. Contudo, o partido deve perder nos próximos dias o senador César Borges, que já anunciou o seu desligamento para se filiar ao PR. (Por Evandro Matos)

Tribuna da Bahia online, de 23.09.2007.