Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), consideram que a situação do colega vai se tornando cada vez mais insustentável. Hoje e amanhã o alagoano começará a receber emissários sugerindo a ele que renuncie ou se licencie da presidência do Senado.
O nome predileto para colocar o guiso no gato é o do senador José Sarney (PMDB-AP), ele próprio um experiente político que sabe a hora de se retirar quando há uma crise. Sarney, é claro, resiste a assumir a espinhosa missão. A tarefa é tão delicada que nenhum renanzista falará a respeito em público. A idéia é deixar a impressão de uma decisão pessoal do próprio Renan.
Essa operação toda seria uma forma de minimizar o dano causado aos outros senadores que ainda pretendem salvar Renan. Entre o compadrio e o prejuízo próprio, os amigos do presidente do Senado preferem a lei do menor esforço, salvando a própria pele.
A opinião quase geral dentro do Congresso é que a absolvição pura e simples de Renan levaria a um desgaste de imagem além do já costumeiro para senadores –e, de quebra, para deputados também. Salvo ou não, Renan será para sempre o “senador dos bois milionários”, o “rei do Gado”, enfim, passará a incorporar ao nome um aposto pejorativo cujo efeito seria o de macular a imagem de toda a instituição.
Por enquanto, avalia-se ser possível a pizza da salvação só em condições especiais. É vital agora que Renan entregue também parte de seu patrimônio. Como a lei impede ao presidente do Senado simplesmente renunciar ao mandato –pois o processo já começou– a idéia é o afastamento do cargo.
Em troca, a investigação começaria a correr em marcha mais lenta. Em alguns meses, possivelmente, poderia ser tudo arquivado. Renan continuaria senador, mas sem poder e totalmente desidratado. Escrito por Fernando Rodrigues
Fonte: http://uolpolitica.blog.uol.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário