PORTO ALEGRE - O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que uma parte da imprensa quer construir o mito de que o governo federal está preocupado com a alta quantidade de escutas feitas pela Polícia Federal. “Não é verdade. Está havendo escutas de menos”, disse. “Só temos que ter o cuidado para que elas não invadam a privacidade do cidadão e não extravasem o inquérito que está sendo objeto de trabalho pelos policiais”, afirmou.
Tarso defendeu a modernização das escutas telefônicas utilizadas pela polícia para que os direitos de quem não está sendo investigado sejam preservados. Ele disse que é preciso aperfeiçoar a legislação penal brasileira, muito atrasada diante do avanço da tecnologia. “A legislação evolui a 10km por hora, enquanto as novas tecnologias, a 1.000km por hora. Então, há superação da legislação penal e inquisitorial existente em face da revolução tecnológica. Temos que dar maior efetividade às escutas de modo que elas não invadam territórios que não são objeto do inquérito. Isso não é difícil”.
Sobre as críticas de que a PF vem deixando vazar informações, Tarso disse que isso não ocorreu no decorrer das investigações, somente depois que os acusados foram presos. “Se fala em vazamento de maneira inadequada. A Polícia Federal investigou por oito meses e não saiu uma linha de vazamento aí. Quando se cumpre mandados, as pessoas são presas e os advogados têm acesso ao processo, ele se torna praticamente público”.
Fonte: Correio da Bahia
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