Os exames preventivos para detectar precocemente doenças do coração devem se tornar mais freqüentes na Bahia, à medida que equipamentos de última geração chegam ao estado. A intenção dos médicos é usar a tecnologia da arteriografia coronária por tomografia computadorizada para fazer triagem numa faixa maior da população. A nova forma de diagnosticar a doença deve beneficiar, principalmente, pessoas com hábito de vida sedentário e sem precedentes hereditários, nas quais a doença surge e evolui silenciosamente
“Agora, nós podemos estabelecer uma estratégia de tratamento em pessoas que ainda não apresentam os primeiros sintomas da doença e isto vai salvar muitas vidas”, afirmou o cardiologista Luiz Francisco Ávila. O médico do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), que veio a Salvador divulgar a técnica, revelou ainda que em 50% dos casos, a pessoa só descobre o problema quando apresenta um quadro de parada cardíaca, conhecida como morte súbita.
Antes do uso do tomógrafo, a única forma de diagnosticar lesões nas artérias era através da coronariografia – exame no qual um cateter é introduzido no sistema circulatório. Além de só identificar lesões avançadas quando 70% do calibre dos vasos está entupido, a técnica é invasiva e requer internamento por, no mínimo, 24 horas em função dos riscos envolvidos no procedimento. O custo é cinco vezes maior do que a tomografia, na qual o procedimento leva uma hora, mas o paciente fica apenas de 8 a 14 segundos dentro da máquina.
Tratamento - Uma vez diagnosticada a lesão, o médico pode optar por uma coronariografia curativa para desobstrução da artéria ou a utilização de um medicamento chamado estatina para dissolver placas de gordura nos vasos. “O ideal é aplicar a técnica em todas as pessoas acima de 45 anos, pois estaríamos aplicando recursos na prevenção, a forma mais eficiente de se lidar com a saúde pública”, explica Luiz Francisco.
No Brasil, existem hoje cerca de 30 tomógrafos capazes de realizar a arteriografia. Destes, três estão na Bahia – Hospital Ana Nery, Clínica Delfin e Image Memorial. Esta última adquiriu um equipamento de múltiplos detectores com 64 canais, que atualmente é a tecnologia mais avançada para o diagnóstico, ideal para identificar problemas dos órgãos de movimento contínuo, em função da velocidade de registro das imagens.
O equipamento custou R$2,4 milhões e está em operação desde fevereiro, mas só agora a comunidade médica foi informada oficialmente da nova arma contra as doenças do coração.
“Estávamos atualizando os protocolos para realização dos exames e agora podemos divulgar mais este serviço à sociedade. Nossos pacientes não precisarão mais viajar para outros estados. É um orgulho saber que nosso estado está na vanguarda da cardiologia mundial”, afirmou o cardiologista César de Araújo Neto, gestor médico da Clínica Image Memorial.
Fonte: Correio da Bahia
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