terça-feira, abril 10, 2007

Geddel defende Wagner e ataca senador baiano

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, rebateu as críticas feitas pelo senador Antonio Carlos Magalhães ao governo de Jaques Wagner durante entrevista concedida, ontem, ao radialista Raimundo Varela, no programa Balanço Geral. Como também foi entrevistado na mesma edição do programa veiculado pela TV Itapoan, Geddel disse, sem citar nomes, “que em 100 dias não se pode fazer sequer uma licitação concreta que possa viabilizar obras e investimentos, que é uma visão antiga de alguns que sempre acreditaram em obras de fachada”. De acordo com o presidente licenciado do PMDB baiano, o governador já começou a mudar coisas as quais “nós nos propusemos como o estilo de fazer política, o estilo de receber críticas e sugestões, a convivência com os opostos, a capacidade de reivindicar e não fazer muito barulho, não gastar muito dinheiro com propaganda”. “Por exemplo, a sensibilidade do governador, quando houve a cheia do São Francisco, ele diuturnamente nos cobrou, insistiu, exigiu que liberássemos recursos da Defesa Civil - que é uma área que também está no nosso ministério -, em torno de R$ 13 milhões e temos o compromisso de viabilizar mais R$ 50 milhões. Quando teve o acidente no Recôncavo, o governador imediatamente nos acionou para liberar cestas básicas para as pessoas que estão desas-sistidas”. Geddel também saiu em defesa do prefeito João Henrique, que poderá deixar o seu atual partido, o PDT, e ingressar no PMDB, comandado agora pelo irmão do ministro, Lúcio Vieira Lima. “Administrar Salvador é uma missão árdua. Salvador se favelizou, é uma cidade pobre. Eu acho que o atual prefeito avançou em algumas coisas e outras deixaram a desejar, e creio que o que nós precisamos é criar condições para investir naquilo que está sendo investido”, disse o ministro ressaltando que “o próximo prefeito, seja ele quem for, tem que ter essa consciência que todos os investimentos para Salvador têm que privilegiar a questão da educação, da saúde preventiva e infra-estrutura para combater a desigualdade no Estado”. De acordo com o peemedebista, na última semana foram liberados R$ 3 milhões para a Secretaria Estadual de Infra-estrutura para viabilizar a conclusão de obras de macrodrenagem e outros programas como o de encostas. “Vamos criar ainda no ano que vem, o ministério da Integração em Salvador e em outras regiões da Bahia, com uma ação mais efetiva no combate a essas graves desigualdades que estão nos afrontando. Deixo claro que tenho a obrigação, o dever, seguindo a orientação do presidente Lula de olhar por todos, olhar por todo o País. Mas deixo bem claro que como ministro da Integração serei sempre um guardião dos interesses da Bahia”. Também durante a entrevista, o ministro ressaltou a importância do PMDB na nova composição ministerial. “Eu acredito que o presidente percebeu nosso papel dentro do PMDB. Ao formar o ministério, ele procurou quadros que possam, ao seu ver, ter uma formação administrativa para contribuir com gestão e que possam dar tranqüilidade na relação com o Congresso Nacional, onde passam medidas fundamentais para o governo e o País. E estou pronto para contribuir no campo da Articulação Política ajudando o ministro Walfrido dos Mares Guia e, sobretudo, no campo da gestão. São grandes desafios que terei pela frente, inclusive para o nosso Estado, a luta que preciso fazer para trazer desenvolvimento para a Bahia”. Sobre o projeto de revitalização e transposição do Rio São Francisco, Geddel voltou a defender o projeto para o desenvolvimento da Bahia e falou sobre a sua participação de uma audiência pública na Assembléia Legislativa. “Nenhum receio em fazer este enfrentamento. Eu já estive aqui na Bahia, tive o privilégio de conversar com jornalistas, na ABI. Em seguida, fui à Assembléia, expor como é do meu estilo, ao debate franco, as colocações, as críticas, ouvir as sugestões. Depois estive com Dom Geraldo da igreja católica, que tem colocado algumas objeções ao projeto. Estou discutindo e debatendo, levando em diante aquilo que é o meu dever. Tenho trocado idéias com a sociedade para mostrar que esse projeto, muito ao contrário de prejudicar a Bahia, pode significar um instrumento de alavancagem de projetos que estão tramitando há 14, 20 anos, e ainda ajudar o restante do Nordeste”. (Por Raiane Verissimo)
ACM critica Wagner, mas reafirma desejo de contribuir
Em entrevista ao programa Balanço Geral (TV Itapoan), concedida ontem ao radialista Raimundo Varela, o senador Antonio Carlos Magalhães (Democratas, ex-PFL) criticou os 100 primeiros dias do governo Jaques Wagner e rebateu às críticas feitas pelo governador de que “a Cesta do Povo (criada quando ACM era governador da Bahia) voltou a funcionar sem roubos”. “O governador deu a pior entrevista que eu já vi na minha vida em um jornal baiano”. De acordo com o senador, os índices na educação e na saúde pioraram nestes três primeiros meses. “Há um artigo sobre essa viagem dele ao Japão, que é uma coisa inacreditável, como se gasta o dinheiro baiano à toa. Ele passou dez dias no Japão brincando, não traz nada e ainda não disse o que vai fazer. O governador tem um programa de caça aos carlistas, fora isso, ele não fez nada. Não se faz governo assim, ele está repetindo o governo de Waldir Pires em edição piorada. O doutor Waldir ainda apresentou a escada “magirus”, ele não tem nem a escada para apresentar”, alfinetou. Conforme ACM, a avaliação dos 100 dias de governo Wagner pode ser considerada como “melancólica”, no entanto, os parlamentares comandados pelo seu grupo não impedirão a aprovação de projetos que beneficiem o Estado. “São três meses melancólicos e eu não desejo isso. O que eu puder fazer para Bahia e o Brasil melhorar, vamos fazer, porque nosso papel é esse. Agora, apoiar erros, todos os erros de Wagner, jamais. Mas se ele for enviar um projeto importante para o Congresso, que me convença e aos meus colegas, nós vamos votar o projeto”. Durante entrevista, o senador também comentou o encontro que teve com o presidente Lula na última quarta-feira. “O presidente Lula foi me visitar quando estive hospitalizado em São Paulo e me pediu para que aparecesse em Brasília. Durante uma hora e meia, conversamos sobre muitos assuntos como a economia brasileira e sobre os programas que ele tem em mente fazer , mas eu não entrei em nenhum assunto baiano, nem sobre o apagão”. ACM aproveitou a visita para dar alguns conselhos ao presidente, que segundo ele, um governante “que tem 20 milhões de votos a mais que seus adversários não precisa fazer nenhum favor para fazer um bom governo”. “Basta escolher os melhores. O Brasil tem os melhores, mas nem sempre eles são os escolhidos. Eu disse: presidente, a força não é do PT, está provado, a força é do senhor. O senhor está numa fase eleitoral, que por mais adversários que sejam, como é meu caso, não posso negar que o senhor é o homem mais popular do País. Segundo o senador, a postura do governador Jaques Wagner em tentar denegrir o governo passado, comandado pelo seu grupo, e ainda fazer conchavos com vários partidos para governar não está de acordo com a política do presidente Lula. “Já estão incomodando a ele esses aliados que se vendem facilmente. O que o presidente quer agora é realizar um bom trabalho. O presidente Lula é popular, não é velho. Em 2010 ele não vem, vai ser outro. Pode ser que em 2014 ele queira ressurgir, mas com essa gente que está em torno dele, dificilmente ele vai levar”, criticou. Além de Wagner, o senador ACM também criticou o governo do pedetista João Henrique à frente da prefeitura de Salvador. “Acho fraca. É um rapaz que se veste bem, está sempre bem apresentado, com cabelo arrumado. Entretanto, pintar meio-fio e sinaleira não é administrar. Não há política nenhuma em favor dos menos favorecidos. Na travessia para Platafoma, ou se vai a nado, ou quando a maré está baixa vai a pé. Tenha paciência. Não vamos colocar trem que não passa em túnel. Se ele não melhorar, ele não vai ser páreo nem pra você nem pra ninguém”, disse ACM se referindo a possibilidade de Varela se candidatar em 2008 para prefeito da cidade. Antonio Carlos Magalhães também falou sobre a mudança de nome do seu partido, o PFL, agora Democratas, mas disse que não teve influência na nova composição do Diretório Nacional. “Foi a direção que fez, mas confesso que fui ouvido pouco. Mas Democratas ou PFL, pouco importa, o que importa é pegar as bandeiras populares, do povo sofrido e que ainda hoje sofre. Se melhorou um pouco aqui ou ali, piorou em vários outros lugares. Consequente-mente, o que o PFL tem ou democrata, como queira, é virar-se para o povo”. Quanto ao apagão aéreo que aterroriza o País desde outubro do ano passado - deixando milhares de passageiros sem embarcar ou provocando uma avalanche de atrasos nos vôos -, ACM defendeu mais uma vez a criação de uma CPI . “O Congresso não pode deixar de fazer uma CPI. Tem que fazer para mostrar porque morreram 154 pessoas no avião da Gol, para mostrar os roubos enormes da Infraero".(Por Raiane Verissimo)
Governador volta assegurar apoio à reeleição de João
Que a tendência era se acirrar a disputa pela sucessão municipal com o passar dos dias, todos já sabiam. O que ninguém esperava era que, faltando pouco mais de um ano para que os partidos se articulem e se definam pelo lançamento ou não de candidaturas próprias, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), segundo consta no blog de Cláudio Humberto, antecipasse seu apoio à reeleição do prefeito de Salvador, João Henrique (PDT), em 2008. “Se você teve 75% dos votos para se eleger, terá 80% com o meu apoio”, declarou Wagner. No entanto, para o Diretório Municipal do PT, que define hoje, em reunião com o Diretório Estadual, a data da próxima reunião - a expectativa é que aconteça no dia 19 - , o apoio declarado do governador ao prefeito não inviabiliza que o PT discuta a sucessão e decida sair com candidato próprio. “O diretório é uma instância e está acima de qualquer filiado ou filiada. Vamos nos reunir amanhã (hoje), daí decidiremos a data da próxima reunião, mas com certeza as eleições de 2008 irão compor a pauta”, afirmou a presidente municipal da legenda, Marta Rodrigues. Dois nomes petistas há muito vêm sendo cotados. Os dois ocupam uma cadeira na Câmara dos Deputados: Nelson Pelegrino e Walter Pinheiro. Este último sem chances de vir a ser um dos ministros de Lula, já deixou bem claro que, como um bom sotero-politano, sem dúvida gostaria de administrar a cidade. João Henrique, por sua vez, “virou as costas” para a determinação do seu partido (PDT) e apoiou Wagner. Na ocasião, levou com ele o seu pai, atual senador João Durval, sua esposa, a deputada estadual Maria Luíza, e ainda os deputados federais Sérgio Brito e Marcos Medrado, todos pedetistas, o que causou uma “rachadura” irreversível na legenda. Os rumores dão conta, inclusive, de que o prefeito pode se filiar ao PMDB. Contudo, caso se confirme o apoio, o mesmo pode acontecer com o governo Wagner, hoje com uma soma de oito partidos coligados formalmente, fora os informais, já que todos nutrem a esperança de contar com o apoio do governo. O PSDB é um exemplo. Oposição no plano nacional, mas no cenário local forte aliado do governador, já deixou bem clara a possibilidade de o presidente regional do partido, o ex-prefeito Antonio Imbassahy, sair candidato e, conseqüentemente, contar com o apoio de Wagner. (Por Fernanda Chagas)
Marcha de prefeitos reivindicará PEC de precatórios em Brasília
Na 10ª Marcha de Prefeitos a Brasília, que começa hoje, a Confederação Nacional de Municípios vai apresentar ao governo federal uma pauta de cinco reivindicações básicas. A primeira delas diz respeito à Proposta de Emenda Constitucional, que regulamenta o pagamento de precatórios. Segundo o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, o passivo de precatórios de municípios e Estados é de R$ 200 bilhões, sendo R$ 70 bilhões dos municípios e R$ 130 milhões dos Estados. O segundo ponto de negociação com o governo é em relação à emenda constitucional que trata do financiamento à saúde e que prevê o aumento de recursos, de acordo com o crescimento econômico. O terceiro ponto trata do repasse de recursos dos municípios para transportar alunos da rede estadual de ensino. Os prefeitos querem garantir que os recursos sejam repassados pelos Estados nas transferências do Fundeb. Na prática os municípios assumem boa parte do transporte, que deveria ser de responsabilidade do Estado. Outra reivindicação também é referente à área de educação. Os prefeitos querem que o governo reveja o peso de participação no Fundeb, destinado a creches e ao ensino médio.
Fonte: Tribuna da Bahia

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