Diante de uma multidão reunida na frente do Palácio Miraflores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, proclamou sua vitória eleitoral e atacou os Estados Unidos, neste domingo, após a divulgação do primeiro boletim oficial parcial, dando-lhe uma ampla vantagem sobre o adversário, Manuel Rosales, que já reconheceu a derrota.
"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", exclamou o presidente, de braços erguidos, em inflamado discurso aos seus seguidores, que tomaram conta da avenida onde fica o Palácio e comemoravam a reeleição junto com o líder, debaixo de uma chuva torrencial em Caracas.
Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, de pé na frente da chamada "Varanda do Povo" (Balcón del Pueblo), Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano".
"Vocês votaram no socialismo do século XXI, a nova democracia socialista", entusiasmou-se Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".
Cercado por familiares, e em meio à agitação dentro do palácio, com o vaivém de militantes e militares, Chávez garantiu ter sido vitorioso em todo o país.
"Devo lhes dizer que os últimos números que temos, faltando poucas atas para serem contabilizadas, dão-nos a vitória em todos os estados da República", exclamou.
Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".
O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".
Segundo ele, sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", em referência ao presidente americano, George W. Bush.
Chávez, que se projeta como herdeiro do presidente de Cuba, Fidel Castro, garantiu que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, enviou "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade".
Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".
Ele aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.
O rival de Chávez reconheceu a derrota agora à noite, declarando que "nos venceram hoje, mas continuaremos na luta".
"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita (do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial), nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", prometeu ele, tentando apagar os gritos de "Fraude, fraude!" de seus seguidores.
"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.
Pouco antes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Chávez derrotava com 61,35% dos votos o socialdemocrata Manuel Rosales, que aparecia com 38,39%, após a apuração de 78,31% das urnas.
Com uma vantagem de 22,96 pontos, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.
715.292 do governador de Zulia, informou a diretora do CNE, Tibisay Lucena, acrescentando que até agora foram apurados 9.811.333 votos
Fonte: Jornal A TARDE
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