Por: Raul Monteiro & Equipe - Tribuna da Bahia
Chapão
A radicalização da regra da verticalização decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) caiu como uma bomba entre vários partidos baianos, mas especialmente entre aqueles que tinham interesse em formalizar o chapão para a disputa de deputados na Assembléia Legislativa. A nova orientação do TSE proibe o partido que estiver fora da campanha presidencial de se aliar, nos Estados, com siglas que apóiam candidatos. Na prática, a legenda só poderá se coligar com partidos que também estiverem excluídos da disputa nacional.
Sem líder
A primeira grande defecção no chapão seria protagonizada pelo PFL, maior e mais forte partido do grupo que pensava em armar uma coligação capaz de eleger um grande número de deputados governistas em outubro. Com a provável coligação nacional entre o PFL e o PSDB, dificilmente PL e PP poderão se juntar localmente aos pefelistas para disputar a eleição proporcional.
PL fora
A decisão do TSE promete um duro revés também para o PL, que é aliado nacionalmente dos petistas, mas na Bahia integra o arco de aliança que historicamente apóia o PFL. O presidente do partido no Estado, deputado federal José Carlos Araújo, foi um dos que mais se empenharam pela liberdade de coligação nos Estados, o que a nova decisão do Tribunal Eleitoral praticamente acabou.
Guerra fiscal
O senador César Borges (PFL) está cobrando do governo Lula a criação de uma política de incentivos fiscais para desenvolver as regiões mais pobres do País. Ex-governador que atuou na captação de empresas para a Bahia, César defendeu a chamada “guerra fiscal” como única alternativa de os Estados mais pobres poderem se desenvolver, “ante a omissão federal”. As políticas de concessão de benefícios fiscais nos Estados foram debatidas na CAE com a presença do presidente em exercício do Confaz, Bernardo Appy, que é secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, além de federações estaduais de indústria.
Sessão
A Câmara Municipal de Salvador realiza hoje, às 9h30, sessão especial com o objetivo de discutir a situação dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias. A sessão vai discutir a necessidade de reconhecimento das profissões pelo município de Salvador. “Este é um debate importante porque os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias são hoje fundamentais na estratégia articulada nos três níveis de governo, o acesso e a universalização da saúde através de ações de promoção e prevenção, de forma descentralizada”, afirmou o vereador João Carlos Bacelar.
Tráfico
O deputado Colbert Martins (PPS) disse que saiu satisfeito do encontro mantido pela CPI do Tráfico de Armas com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para tratar de investigação dos advogados envolvidos com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). “A Ordem manifestou total colaboração com nossas investigações”, afirmou Colbert. De acordo com o deputado, a OAB vai criar uma comissão para propor ao Congresso mudanças no processo penal e na Lei de Execuções Penais.
Ligações íntimas
Durante os momentos em que o impeachment chegou perto do Palácio do Planalto e de Lula, Bruno Maranhão, Líder do MLST e do movimento que invadiu anteontem a Câmara dos Deputados, era chamado para preparar a reação dos chamados movimentos sociais em defesa do governo. O secretário nacional de movimentos populares e membro da Comissão Executiva Nacional do PT, recém eleita e presidida por Ricardo Berzoini, é também comensal de Lula, dizem fontes pefelistas abalizadas. Todos os dirigentes do PT, José Dirceu entre eles, não apenas sabem disso como preparavam uma insurreição contra o impeachment de Lula e Bruno Maranhão seria um das cabeças do enfrentamento, era o que dizia ontem, por exemplo, o prefeito do Rio, César Maia (PFL).
Avaliando
A radicalização da regra da verticalização também pegou o PT baiano com as calças na mão, mas não a ponto de tirar o sono de seus dirigentes. A avaliação corrente ontem no partido, um dia depois da decisão do TSE, era que nada mudará na coligação majoritária, na qual já se agrupam nove partidos. O problema recairá sobre a chapa proporcional (de deputados), porque as teses vigentes até a nova orientação apontavam para a formação de duas ou até três coligações no grupo. “Teremos agora que fazer uma avaliação detida do quadro”, adiantou Nelson Simões, um dos coordenadores da campanha de Wagner.
CURTAS
* Aliança com PMDB - Entre assessores do candidato a governador Jaques Wagner (PT), há certeza quase absoluta de que agora, com a radicalização da verticalização, o PMDB coliga de uma vez com o presidente Lula. É que as alianças preferenciais dos peemedebistas nos Estados são com o PT, a exemplo do que ocorre na Bahia. * Mais trabalho - Advogados da área eleitoral tiveram trabalho redobrado para analisar para os clientes partidários a conjuntura nova criada com as deliberações do TSE sobre a verticalização. O pior é que o problema não é tanto do ponto de vista da aplicabilidade da lei, mas sobretudo das indefinições que ainda cercam boa parte das legendas na esfera federal. * Cenário novo - O PSB realizou ontem reunião de sua Executiva para definir o apoio à candidadura do ex-ministro das Relações Institucionais, Jaques Wagner ao governo pelo PT já sob a égide das mudanças propostas pelo Tribunal Superior Eleitoral, que exigirá agora dos apoiadores do candidato muito jogo de cintura para se ajustarem na disputa para a Assembléia Legislativa e a Câmara dos Deputados. * Expediente - Considerando que nos dias 13 e 22 de junho acontecerão partidas da Seleção Brasileira pela Copa do Mundo, o procurador-geral de Justiça Lidivaldo Reaiche Britto determinou o cumprimento de expediente ininterrupto, das 8h às 14h, em todo o Ministério Público do Estado da Bahia para esses dois dias. O Estado também terá horário especial nesse período.
Nenhum comentário:
Postar um comentário