Por: Klécio Santos (Diário Catarinense)
O governo está decidido a peitar a Justiça Eleitoral. Não se discute a necessidade do reajuste aos servidores, mas sim se Lula contraria uma regra eleitoral ao estender seu pacote de bondades a 95% do funcionalismo faltando três meses para as eleições. Noves fora as declarações polêmicas e a trapalhada cometida ao engessar as coligações, Marco Aurélio Mello tem sido um feroz guardião da lei. Já deixou claro que não irá tolerar abusos, principalmente os cometidos por quem desfruta o privilégio de disputar a eleição sem se licenciar do cargo.
O recado é direto para Lula. Mas entre correr o risco de ferir a lei e afagar o funcionalismo público, Lula optou pela opção que rende votos. Até porque precisa melhorar sua imagem junto ao funcionalismo, com o qual sua histórica relação foi abalada após a reforma da Previdência. O maior temor do presidente, porém, é que a oposição utilize as MPs dos reajustes para tentar cassar sua candidatura.
O irônico é que até isso pode beneficiar Lula. Como já há sinais vindos do STF de que o governo venceria uma disputa em torno do aumento salarial, quem ficaria com o ônus de ter tentado impedir o reajuste seriam seus adversários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário