sábado, maio 06, 2006

UM POÇO DE PROBLEMAS

Por: Roberto Rockmann

A falta de diretrizes desde FHC explica o momento instável do gás

Nos últimos dias, a rotina de trabalho do empresário Lucien Belmonte tem se iniciado pela leitura dos principais sites de notícias da Bolívia. O superintendente da Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro) acompanha o desenrolar do anúncio da nacionalização das reservas de gás e petróleo da Bolívia. Em 2000, as fabricantes de vidro, que têm na energia 30% de seus custos de produção, iniciaram as conversas para conversão de seus fornos. Três anos depois, a maioria das indústrias trocou seus equipamentos a óleo pelo gás. Hoje, o setor consome 1 milhão de metros cúbicos por dia de gás, vindo em grande parte do país vizinho, que responde por metade dos 50 milhões de metros cúbicos consumidos no Brasil diariamente. “Não temos nada a fazer, apenas torcer para que não surjam problemas na Bolívia até o fim da década”, diz Belmonte. Com o desenvolvimento da Bacia de Santos, previsto para iniciar a produção no fim de 2008, a dependência do gás boliviano deve cair para a casa dos 30%. Transformar um único forno de vidro em bicombustível implicaria custos de 1,5 milhão de dólares e demandaria até seis meses para sua implementação. O caso do setor vidreiro não é isolado. Hoje, boa parte do gás consumido no Brasil vem de campos bolivianos. Taxistas, cozinhas comerciais e residenciais e indústrias têm no gás uma fonte de energia. A história, marcada por diversos percalços, nem sempre foi assim. Há cinco anos, queimava-se gás no Brasuk, já que não havia mercado consumidor.
Fonte: Carta Capital

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