Por: Profª Sônia Guariza Miranda
email da Profª Sônia Guariza Miranda do DEPLAE- Setor de Educação-UFPR.
Na tarde de 22/05/06, segunda-feira, ocorreu em Brasília a manifestação de estudantes de Pedagogia, como uma das atividades programadas do FONEPE- Fórum Nacional de Estudantes de Pedagogia que vinha ocorrendo em Goiânia desde 20/05/06. A manifestação tinha como objetivo uma audiência com o Ministro de Educação Fernando Haddad quando os estudantes apresentariam sua discordância ao fato do Ministro ter homologado em 04/04/056 as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o Curso de Pedagogia, contrariando acordo feito por ele com a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia em 14/11/05 onde através de ofício, e gravação de imagens do encontro, se comprometeu a não homologar as referidas DCNs sem antes fazer mais uma rodada de discussões com a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia. A insatisfação dos estudantes e de grande parte das instituições formadoras respalda-se no fato de o texto homologado ter deixado de contemplar diversos aspectos que contribuiriam para maiores avanços na formação de profissionais da Pedagogia no Brasil, além de conter uma concepção que privilegia interesses privatistas de formação de profissionais de educação, por seu teor aligeirado e simplificador. Estudantes que ainda estão em Brasília e que participaram da manifestação entraram em contato conosco para informar que o Ministro não só NÃO RECEBEU a Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, como esperou a manifestação com policiais fortemente armados que exerceram repressão com truculência, efetuando disparos na direção dos estudantes, espancando estudantes, provocando ferimentos graves em vários deles, e ainda prendendo cerca de quarenta estudantes de diversos estados do Brasil, que permanecem incomunicáveis, incluindo-se estudantes procedentes do Paraná. Após o recebimento destes informes notificamos à presidência da APUFPR solicitando que esta comunicasse e solicitasse ao ANDES-SN em Brasília a assistência jurídica aos estudantes presos, bem como verificasse a situação dos alunos feridos para seu rápido atendimento médico, pois os demais alunos não tiveram mais notícias dos estudantes presos, inclusive dos feridos. Contatos nossos com o ANDES-SN, posteriormente, nos informaram que este enviou Diretores e a Assessoria Jurídica para dar suporte jurídico aos estudantes e levantar com mais precisão o estado dos estudantes feridos e intervir no sentido de seu pronto encaminhamento ao atendimento médico necessário, além de proceder às providências para a liberação dos estudantes presos. Até o momento do envio desta ainda não recebemos novas informações a respeito. Entendemos que precede a qualquer outro aspecto deste lamentável incidente, no momento, a segurança e a garantia dos direitos humanos dos estudantes envolvidos, para num momento imediatamente posterior a comunidade universitária nacional analisar o significado deste ato repressivo sem justificativa por parte do Governo Federal através da pasta da Educação, cabendo uma clara demonstração de repúdio pela forma excessiva e descabida de uso do aparato policial contra estudantes, tratados como marginais, pelo fato de manifestarem sua legítima indignação diante da improbidade ético-política de um Ministro de Educação que não consegue nem ao menos manter acordos formalmente firmados. Nem contra marginais podemos admitir este tratamento, pois se é que aspiramos viver um dia numa democracia, que ainda estamos longe de ser faticamente, devemos lutar por uma a estrutura jurídica que analise com isenção e autonomia a conjuntura dos fatos. Curitiba, 22/05/06. Profª Sônia Guariza Miranda. DEPLAE- Setor de Educação-UFPR
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