Por: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Apontado como um dos cabeças da quadrilha desmantelada pela Operação Castores, o assessor parlamentar José Roberto Paquier atua há pelo menos 19 anos em funções estratégicas do Senado, sempre vinculado ao PMDB e serviu a dois outros gabinetes até ser cedido pelo partido ao senador Valdir Raupp (RO), nos últimos três anos. Na legislatura anterior, ele foi um dos assessores mais próximos do senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), que presidiu a poderosa Comissão de Orçamento do Congresso.
Durante a operação, a Polícia Federal esbarrou, sem querer, em outro assessor parlamentar, que a partir de hoje passa a ser investigado como suspeito de integrar a quadrilha. Amaury Martins, assessor do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), foi flagrado no Aeroporto "Afonso Pena", em Curitiba, recebendo uma mala do líder da quadrilha, Laércio Pedroso, no momento em que os policiais se preparavam para prendê-lo. Laércio foi detido e a mala, apreendida.
Como não havia mandado de prisão contra Amaury, o assessor de Hauly foi ouvido e liberado, mas hoje será intimado a prestar depoimento como suspeito. As investigações indicam Paquier como peça-chave do esquema de corrupção do setor elétrico brasileiro.
Mas a PF não levantou qualquer indício de que parlamentares como Raupp, cujos nomes apareceram nas investigações, tenham ligação com a quadrilha, segundo ressalvou o delegado Fernando Franceschini, encarregado do inquérito. Ele explicou que os nomes de vários parlamentares surgiram em diálogos telefônicos interceptados ou em outras diligências, mas não foram investigados porque têm foro privilegiado.
A PF enviou os nomes para que os presidentes da Câmara e do Senado decidam sobre eventual aprofundamento das investigações. Em nota, Raupp se disse surpreso com a prisão do assessor e com a invasão do seu gabinete por policiais que cumpriam mandado de busca e apreensão do computador e de documentos na mesa de Paquier.
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