segunda-feira, maio 15, 2006

POLICIAIS MORREM, MAS O ALVO SOMOS NÓS – por Gilberto Dimenstein (*)

O que está em jogo é saber até que ponto o crime organizado consegue pressionar as autoridades e evitar punições. Não se tem notícia de um ataque, comandado por delinquentes, tão forte contra forças policiais em toda a história do Estado de São Paulo --o que só revela como a marginalidade social vai criando áreas necrosadas na sociedade brasileira, da qual o principal reflexo é a violência.Há dezenas de policiais mortos e feridos, mas, de fato, o alvo é toda a sociedade. O dia em que o poder público ceder à chantagem dessas organizações, estará em risco toda a segurança de uma comunidade, gerando a percepção de que ninguém conseguirá impor a ordem.
Daí que, nesse momento, ao invés de tentar proveito eleitoral (Lula está usando a tragédia como palanque para alfinetar Alckmin e prometer a redenção social), partidos, sindicatos, empresários, intelectuais, educadores, ongs, devem se perfilar para que, dentro da lei, a chantagem não vença.
Infelizmente, são cenas como essas que despertam as pessoas para que melhorem as instituições e, mais ainda, que se faça do investimento em educação o melhor mecanismo contra geração de marginais.
(*) Fonte: Folha de São Paulo 14/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário