Por: Primeira Leitura
Apesar das investidas de seu governo contra a liberdade de imprensa no país — a ameaça de expulsar o jornalista Larry Rother do país, o projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo e a criação da agência nacional do audivisual —, o presidente Lula assinou nesta quarta-feira a Declaração de Chapultepec, espécie de tratado internacional em defesa da liberdade dos meios de comunicação. No pronunciamento na solenidade, ele atribuiu sua ascensão política ao respeito que impera no Brasil a esse princípio. “Eu nasci para o mundo político graças à liberdade de imprensa”, disse. “E, outra vez, eu devo à liberdade de imprensa do meu país o fato de termos conseguido, em 20 anos, chegar à Presidência da República do Brasil”, acrescentou. O mesmo Lula que não queria que Rother permanecesse no Brasil depois de afirmar que o presidente era alcoólatra, definiu seu gesto de assinar a carta como uma forma de “dizer aos senhores políticos, aos empresários da imprensa, aos jornalistas que, no Brasil, não há mais espaço para a censura”, insistindo que esse princípio “vale para um presidente da República, para um prefeito, para um governador, para um jornal, para um grande jornalista”. O presidente também aproveitou para mostrar a diferença de sua conduta com a do pré-candidato do PMDB à Presidência Anthony Garotinho, que decidiu fazer uma greve de fome contra o que chama de “perseguição” da mídia à sua candidatura. “Eu duvido que tenha um empresário de imprensa que, em algum momento, tenha me visto fazer uma reclamação ou culpando alguém porque eu perdi as eleições”, discursou.
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