domingo, abril 30, 2006

Rodízio de pizza

Por: Diário do Amapá (AP)

Brasília possui o mais sofisticado (e mais caro) rodízio de pizzas de todo o universo. São pizzas para todos os gostos, mas a preços pra lá de astronômicos, que não é o bolso de qualquer cidadão comum que tem disponibilidade para pagar.
Mas são pizzas pra lá de apetitosas, em-bora sejam preparadas através de uma culinária recheada de mistérios, intrigas, tensões e mesmo gritos de protestos, partidos de uma considerável parcela da população que não tem acesso ao deguste e também dos seus beneficiários diretos.
Já tivemos oportunidade de nos sobressaltarmos com pizzas dos mais variados gostos e para todo tipo de freguês, mas o último rodízio de pizzas proporcionado aos mais abastados que vivem no Planalto Central foi (e está sendo oferecido até os dias atuais), sem dúvida, o "Rodízio de Pizzas do Mensalão", que se constitui no mais caro rodízio de pizzas do Congresso Nacional, tendo sido requisitados 19 mestres dessa culinária de massa esverdeada, dos quais quatro não quiseram nem sentir o gosto das famosas pizzas, surpreendidos que foram por fortes dores estomacais, talvez pelo fato de estarem enjoados de tanto consumirem pizzas.
Três desses mestres da culinária foram demitidos - escolhidos como "bodes expiatórios" -, responsabilizados pelo fato de algumas dessas pizzas terem sido servidas sem o recheio adequado.
Nove deixaram a cozinha e se transformaram em clientes especiais, sendo os mesmos acomodados em mesas com visão panorâmica do Planalto Central, e atualmente se encontram degustando os mais variados e suculentos tipos de massas.
O último pizzaiolo que foi transformado de operário a cliente especial foi José Mentor, do PT de São Paulo, cuja pizza foi a mais cara até agora vendida pelo "Rodízio do Congresso nacional": exatamente R$ 120 mil, tendo sido por isso contemplado com a mesa mais privilegiada da pizzaria.
Ainda restam na cozinha do Planalto três reconhecidos pizzaiolos, que trabalham aguerridamente contra o relógio, aguardando ansiosamente o final do rodízio, mas têm esperança de que não serão demitidos. Não pelo risco de passarem do ponto de cozimento ou por falta de recheio.
Pelo contrário, recheio existe até de sobra. Mas o que vai faltar, mesmo, é tempo para que elas sejam consumidas pelos fregueses previamente selecionados.
E com a preclusão do tempo, serão os últimos mestres da culinária de massa esverdeada que passarão pela farmácia das urnas, para que lhes sejam administrados, pelos farmacêuticos do povo (os eleitores), os remédios apropriados para os males que os acometem.
Felizmente, não se tem notícia de que o "Rodízio de Pizzaria do Planalto" tenha contado com algum cozinheiro amapaense. Ou mesmo um cliente especial abastado integrante da bancada federal - o que não deixa de ser um alívio.
Talvez porque os mais cotados não te-nham demonstrado os dotes culinários para serem admitidos nessa cozinha tão especial.

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