Por: Renato FerreiraDo CorreioWeb
O Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) vai acionar a Câmara de Medicamentos do Brasil contra os aumentos registrados no setor nos últimos meses. De acordo com o Instituto, alguns remédios foram reajustados em até 158,67% neste mês de abril. Os dados valem para o Distrito Federal e os demais estados do Brasil, com exceção do Rio de Janeiro e São Paulo, onde o Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os remédios é diferente. Alguns dos produtos que tiveram aumento são o Losaprol (+ 40,61%), Neocopan (82,67%), Primolut Nor (+ 14,95%) e Retin-A (+ 14,86%). O campeão de reajuste foi o antibiótico Nemoxil. Em março, ele custava R$ 14,30. Menos de um mês depois subiu para R$ 36,99, ou seja, uma elevação de 158,67%. O levantamento foi feito com base no caderno de preços oficial do mercado e com informações da revista da Associação Brasileira de Farmácias, a ABCFarma. O IDUM já denunciou o caso ao Ministério Público Federal (MPF), pedindo a suspensão dos aumentos. De acordo com o Instituto, os laboratórios e farmácias não estão respeitando o reajuste máximo de 5,51%, autorizado pelo governo federal no dia 31 de março. O coordenador do instituto condena as atuações dos empresários da área. “Eles alegam que gastam milhões com pesquisas para conseguirem a patente dos medicamentos. Mas este custo é reembolsado em três anos de comercialização do produto. Mesmo assim, eles não abaixam o preço”, criticou. Ele denuncia que os laboratórios detentores das patentes nunca tem menos de 500% de lucro por medicamento. “O custo de produção para o material usado no combate à hepatite é de R$ 4. Mas uma ampola chega a ser vendida a R$ 4 mil”, afirmou. O Idum recebe cerca de 50 denúncias de todo o Brasil contra o preço dos medicamentos por semana. Quando o Instituto possuía um 0-8000, o número de reclamações chegava a 40 mil por mês. Nos próximos dias 26 e 27, eles irão lançar uma campanha nacional em São Paulo para discutir o assunto. “Precisamos mobilizar a sociedade. Falta uma política adequada para o setor no Brasil”, concluiu Barbosa. Dificuldade A aposentada Tereza Ribeiro, 62 anos, sabe bem do que o Idum está falando. Ela sofre de dor de cabeça crônica e precisa fazer uso regular de três medicamentos. “Há um ano, pagava R$ 150 pelos três. Hoje, já são mais de R$ 230. E não tive nenhum aumento no meu salário”, reclamou a moradora da Asa Sul. A reportagem não conseguiu entrar falar com a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma). Na Associação Brasileira de Rede de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a informação era de que o responsável pelo assunto estava em reunião. Até às 18h15 desta quinta-feira, não houve retorno.
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