Por: Fausto Salvadori Filho, da Folha
A Polícia Federal quer saber de quem partiu a ordem para que o Conselho de Controle da Atividade Financeira (Coaf), do Ministério da Fazenda, investigasse as movimentações bancárias do caseiro Francenildo Costa. O delegado Rodrigo Carneiro Gomes enviou na quinta-feira um pedido de explicações ao Coaf.Assessores técnicos da Caixa Econômica Federal – encarregados dos contatos com o Coaf – afirmaram em depoimento à PF que pediram ao Coaf uma investigação sobre o caseiro atendendo a uma ordem direta do então presidente da Caixa, Jorge Mattoso.A reunião de Mattoso com os assessores teria ocorrido na manhã do dia 17. No dia anterior, o presidente do banco entregou nas mãos do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda), um extrato da conta de Francenildo.Segundo a PF, há dois aspectos nessa história que fogem aos procedimentos usuais da Caixa. Um é o fato de o presidente da Caixa ter ordenado pessoalmente o envio de dados ao Coaf. O outro é a rapidez com que isso foi feito. O envio de dados de uma conta suspeita ao Coaf normalmente não levaria menos de um mês, na avaliação da PF.A PF afirma que o principal objetivo da consulta ao Coaf é confirmar os dados dos depoimentos dos assessores da Caixa.Palocci é suspeito de ter ordenado a quebra do sigilo para tentar desqualificar o caseiro. Em depoimento à CPI dos Bingos, Costa disse ter visto o ex-ministro da Fazenda numa casa em Brasília usada para encontros de lobistas e festas com prostitutas. O escândalo decorrente da violação levou ao afastamento do ministro e de Mattoso.
Por: DiegoCasagrande
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