O ministro Jaques Wagner (Relações Institucionais), que deixou o cargo ontem, afirmou que deve processar o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), por calúnia por conta do documento final da comissão. No relatório, Serraglio diz que a GDK, empresa que tem contrato com a Petrobras, “teria contado com a ajuda de Wagner, cuja campanha para o governo do Estado da Bahia foi, em boa parte, financiada pelo dono da GDK, César Oliveira, que por sua vez empregou uma filha do ministro” na empresa. A suposta ajuda de Jaques Wagner à empresa, somada à possível mediação de negócios pelo ex-secretário do PT Silvio Pereira, teriam alavancado o valor dos contratos da GDK com a Petrobras para R$ 512 milhões —acima dos R$ 430 milhões do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso. O principal desses contratos refere-se à plataforma P-34. Wagner admitiu que sua filha trabalhou na GDK e que recebeu ajuda financeira da empresa, mas negou ter intermediado negócios entre ela e a Petrobras. “Se for feita essa ilação, é caluniosa. Eu nunca fui à Petrobras”, afirmou Wagner. O ministro e seu substituto no Ministério de Relações Institucionais, Tarso Genro, disseram que concordam com a proposta do PT de apresentar um relatório paralelo ao texto original de Serraglio. “Não acho que seja uma radicalização da bancada do PT [apresentar relatório paralelo”, afirmou Genro. As principais críticas ao relatório foram feitas por Wagner. “O relatório é mais do mesmo”, afirmou. “É importante que ele relate o que as investigações mostraram. Ilações e pré-julgamentos não são próprios de relatórios da CPI. Ao governo não interessa juízo de valor”, acrescentou. Na opinião de Wagner, Serraglio faz pré-julgamentos quando indicaria a prática de crime de corrupção ativa por José Dirceu e pelo secretário de Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken. “Essa conclusão é mais próxima do Poder Judiciário”, afirmou.
Fonte: Tribuna da Bahia
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