Por: EZEQUIEL FAGUNDES
Pré-candidata à Presidência, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) atacou o Congresso Nacional e o governo Lula. Segundo ela, do ponto de vista jurídico poderia ser aberto um processo de impeachment por crime de responsabilidade contra o presidente da República. "Se estivéssemos num Congresso Nacional que não fosse tão desmoralizado, se não estivéssemos com os movimentos sociais em grande parte cooptados, a ordem jurídica vigente no país manda que se abra um processo de crime de responsabilidade contra o presidente Lula que poderia culminar ou não com o impeachment", afirmou, ontem, em Belo Horizonte, onde esteve para uma palestra a estudantes. No entanto, a senadora acredita que o processo de destituição de Lula às vésperas da eleição não teria sentido. "Imagina se o esquema fosse descoberto no governo Fernando Henrique Cardoso. Vamos deixar o processo eleitoral decidir. Mas se o povo quiser, o presidente será reeleito", comentou. Helena questionou que dizer que Lula não teve conhecimento dos atos ilícitos cometidos por seu governo é a mesma coisa que não acreditar que não tenha existido o mensalão. "Quem não acredita que tenha tido improbidade administrativa? Quem não acredita que não houve a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa?" A senadora do recém fundado partido também comentou as abolvições em plenário dos parlamentares conhecidos como mensaleiros. O PSOL defende, segundo ela, um projeto contra a votação secreta e o acesso à quebra de sigilo bancário de agentes políticos. "O político que deixa o cargo, a função ou o mandato mesmo dez anos depois, não pode ter sigilo bancário", disse. Campanha A pré-candidata participou, ontem, da comemoração dos 10 anos do cursinho preparatório da Universidade Federal de Minas Gerais, o Pré-UFMG. No Centro Acadêmico Afonso Pena, da Universidade de Direito da UFMG, a senadora alagoana deu uma palestra para cerca de 2.000 pessoas. Já em ritmo de campanha eleitoral, a senadora foi muito aplaudida pelos estudantes que compareceram ao ato público. De acordo com ela, para o PSOL é essencial a definição de projeto de governo que seja apresentado ao país. "Nós não aceitaremos a subserviência da medíocre matemática eleitoral de tratar as alianças com base no tempo de televisão ou para coeficiente na eleição de deputados. Para nós é primordial a conclusão do programa para apresentar a sociedade, além de outras forças partidárias, e assim identificar se há ou não a possibilidade de aliança", salientou. Ela afirmou que seria desrespeitoso aliar-se a estruturas partidárias que não estão discutindo o programa de justiça social que o PSOL tem para apresentar aos seus eleitores.
Fonte: O Tempo
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