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terça-feira, maio 16, 2006

Bolsa-Família deve investir em qualificação, diz especialista

Por: Primeira Leitura


No Valor: "O Bolsa-Família, programa social de maior amplitude do governo Luiz Inácio Lula da Silva, está deixando de atender 10 milhões de pobres com renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo e não pode ser visto como um programa de transferência de renda permanente. As críticas foram feitas ontem por Roberto Cavalcanti de Albuquerque, diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae). Para Albuquerque, o Bolsa-Família tem de ter seu foco direcionado aos realmente pobres e precisa ser mais eficiente na capacitação das pessoas atendidas, com o objetivo de inseri-las economicamente na sociedade. Um dos pontos ressaltados por Albuquerque é o de que o governo poderia investir mais na qualificação das pessoas para o mercado de trabalho. 'A educação-qualificação deveria ser a primeira prioridade, podendo ser ampliada da educação básica de crianças e adolescentes para a escola supletiva eficiente para os adultos jovens', diz Albuquerque em seu estudo Vez e Voz aos Pobres, apresentado ontem na 18ª edição do Fórum Nacional. Segundo ele, o país vive hoje um paradoxo. Tem 35 milhões de excluídos da economia, ao mesmo tempo em que convive com um cenário de inclusão eleitoral: cerca de 94% da população com mais de 16 anos está apta a votar. Albuquerque mostra que houve redução da pobreza de 1970 a 2004 - de 61,1 milhões (68% da população) para 34,7 milhões de pobres (20% da população). A despeito dessa redução, a desigualdade de renda persiste. Enrique Iglesias, ex-presidente do BID, alertou: 'A desigualdade social é uma ameaça à estabilidade.' "

segunda-feira, maio 15, 2006

Parreira convoca a lista de jogadores do Brasil para a Copa do Mundo

Por: Futeboltotal


O técnico Carlos Alberto Parreira anunciou os 23 jogadores que tentarão na Alemanha a conquista do hexacampeonato. A delegação do Brasil viaja neste domingo para Weggis, na Suíça, para um período de preparação até o dia 4 de junho. A estréia do Brasil na Copa do Mundo da Alemanha será no dia 13 de junho contra a Croácia, em Berlim.
Confira a lista completa:
Dida (1) - Reserva em 2002, o goleiro do Milan disputará na Alemanha a sua segunda Copa do Mundo. Foi o titular na Copa das Confederações de 2005.
Convocações:135
Jogos:85
Gols:65
Rogério Ceni (12)- Participou também da campanha do pentacampeonato em 2002. Goleiro do São Paulo, vai disputar a sua segunda Copa do Mundo.
Convocações:38
Jogos:16
Gols:12
Julio Cesar (22) - O goleiro do Internazionale vai disputar a sua primeira Copa do Mundo. Foi titular na conquista da Copa América de 2004.
Convocações:34
Jogos:11
Gols:10
Cafu (2) - Capitão da Seleção Brasileira nas Copas de 98 e 2002, tetracampeão do mundo em 94, o lateral do Milan vai disputar o seu quarto Mundial, é o jogador com mais partidas na Seleção e é recordista em participações em finais.
Convocações:182
Jogos:144
Gols:5
Cicinho (13) - Titular na conquista da Copa das Confederações de 2005, o lateral do Real Madrid vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:14
Jogos:10
Gols:1
Roberto Carlos (6)- Pentacampeão do mundo em 2002, foi vice em 1998. O lateral-esquerdo do Real Madrid vai disputar a terceira Copa do Mundo.
Convocações:143
Jogos:126
Gols:10
Gilberto (16) - Lateral-esquerdo do Hertha Berlim, campeão da Copa das Confederações de 2005, vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:18
Jogos:8
Lúcio (3) - Zagueiro titular na conquista do pentacampeonato em 2002. Jogador do Bayern de Munique, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:66
Jogos:50
Gols:2
Juan (4) - Zagueiro do Bayer Leverkusen, vai disputar a primeira Copa do Mundo. Titular na conquista da Copa América de 2004.
Convocações:63
Jogos:38
Gols:2
Luisão (14) - Zagueiro do Benfica, também vai participar da primeira Copa do Mundo. Foi campeão da Copa América de 2004.
Convocações:40
Jogos:16
Gols:1
Cris (15) - Campeão da Copa América de 2004, o zagueiro do Paris Saint-Germain vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:37
Jogos:17
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Emerson (5) - Disputou a Copa do Mundo de 1998, foi cortado por contusão da Copa de 2002. Jogador do Juventus, via disputar a sua terceira Copa do Mundo.
Convocações:96
Jogos:72
Gols:6
Gilberto Silva (17) - Titular na conquista do pentacampeonato em 2002, jogador do Arsenal, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:51
Jogos:38
Gols:3
Edmílson (18) - Titular na conquista do pentacampeonato em 2002, jogador do Barcelona, vai disputar também a segunda Copa do Mundo.
Convocações:53
Jogos:36
Gols:2
Kaká (8) - Participou da campanha do pentacampeonato em 2002. Destaque na conquista da Copa das Confederações de 2005, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:48
Jogos:33
Gols:9
Juninho Pernambucano(19) - Participou da campanha da conquista da Copa das Confederações de 2005, jogador do Paris Saint-Germain, vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:53
Jogos:38
Gols:4
Zé Roberto (11) - Participou da Copa do Mundo de 1998. Campeão da Copa das Confederações de 2005, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:118
Jogos:79
Gols:5
Ronaldinho Gaúcho (10) - Pentacampeão do mundo em 2002, destaque da conquista da Copa das Confederações de 2005, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:80
Jogos:65
Gols:29
Ricardinho (20) - Participou da campanha da conquista do pentacampeonato, jogador do Corinthians, vai disputar a segunda Copa do Mundo.
Convocações:28
Jogos:18
Gols:1
Ronaldo (9) - Bicampeão do mundo (94 e 2002), vice-campeão em 98, artilheiro da Copa do Mundo de 2002, atacante do Real Madrid, vai disputar a quarta Copa do Mundo.
Convocações:122
Jogos:97
Gols:61
Robinho (23) - Jogador do Real Madrid, campeão da Copa das Confederações, vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:22
Jogos:18
Gols:5
Adriano (7) - Campeão, artilheiro e melhor jogador da Copa das Confederações de 2005, artilheiro e campeão da Copa América de 2004, via disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:45
Jogos:33
Gols:22
Fred (21) - Jogador do Paris Saint-Germain, vai disputar a primeira Copa do Mundo.
Convocações:4
Jogos:3
Gols:2

População pagará a conta da TV digital

Por: Adital

Adital - O custo da transição para a TV Digital pode causar uma nova crise no setor de mídia, como a ocorrida com os investimentos para a implantação das redes de TV a cabo nos anos 90. É o que revela o relatório final do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, entregue pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD) ao governo federal. O Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) informa que este relatório está aliado a uma análise do modelo de financiamento da radiodifusão e aos valores médios para acesso à Internet no Brasil.
Para a população, a transição pode custar R$ 287 bilhões ao longo de 15 anos. Gastos iniciais para as emissoras podem chegar a R$ 5,5 bilhões nos primeiros cinco anos e o bolo publicitário é insuficiente para financiar os novos investimentos

Segundo o FNDC, As estimativas do CPqD apresentadas no documento revelam que a população pagará a maior parte da conta da transição do modelo analógico da radiodifusão de sons e imagens para o digital. Fixando os custos com a compra da unidade receptora-decodificadora (decodificador acoplado ao televisor) e da antena digital em R$ 400, a transição para os brasileiros só com os novos equipamentos seria de R$ 18 bilhões ao longo de 15 anos, que é tempo mínimo previsto para o encerramento das transmissões analógicas. Estes valores aumentam se a opção pelo canal de interatividade também for financiada pela população a uma mensalidade de R$ 15, ou R$ 180 por ano.

Outro custo que faz parte da equação são os R$ 203,44 que cada um dos domicílios brasileiros com aparelho receptor pagou no ano passado para ver televisão, sob a forma de custos de mídia repassados para os preços finais de produtos, serviços e tributos.Somando tudo isso, e levando-se em consideração a existência de 46,7 milhões de domicílios com TV no Brasil (91% dos lares brasileiros conforme o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao longo de 15 anos, a transição pode custar ao bolso da população R$ 286 bilhões. Some-se a isso os valores com a aquisição de terminais portáteis e móveis de TV digital, bem como o custo para o acesso sem-fio, e a estimativa ultrapassa a casa dos R$ 300 bilhões.

Na ponta das emissoras, a maior parte dos investimentos deverá se dar na rede de transmissão e retransmissão. É aqui que se encontra o maior obstáculo para a entrada de novas instituições e mesmo das geradoras educativas e dos canais básicos de utilização gratuita previstos pela lei do cabo (canais comunitários, educativo-culturais, legislativos, universitários). Outro impedimento deverá se dar para muitas prefeituras e câmaras de vereadores do interior do Brasil que hoje bancam a estrutura da retransmissora de uma rede comercial ou estatal no município por falta da presença das mesmas.

Conforme o CPqD, 8% da população brasileira (7% dos domicílios e 24,5% do total de municípios) não está coberta pelos canais de freqüência de caráter primário (as geradoras principais), sendo atendidas pelo poder público e com canal secundário (não protegido de interferências). Os custos de captação da geradora (equipamentos instalados no estúdio) não foram estimados pelo estudo do CPqD.

Com base nestas referências, o CPqD estima em R$ 4,37 bilhões os custos para a transição das emissoras privadas e em R$ 1,25 bilhão para as emissoras públicas. Ou seja, um total de R$ 5,62 bilhões. Em uma das três simulações de modelos econômicos feitas pelo centro de pesquisas para o caso das geradoras, o custo médio anual de implantação para todas as emissoras privadas é de R$ 800 milhões durante cinco anos. Para as emissoras públicas, chega-se a uma média de R$ 215 milhões ao longo de três anos.

ATITUDE PRESIDENCIAL

Por: Dora Kramer

Se a crise política e os escândalos de corrupção não atingiram de maneira definitiva a imagem pessoal do presidente Luiz Inácio da Silva, a mesma segurança o mundo político não tem em relação aos efeitos que a crise da Bolívia pode provocar.
Entre os especialistas em estratégia eleitoral e pesquisas de opinião, ninguém sabe ao certo se Lula sairá enfraquecido ou se poderá acabar até fortalecido por sua condução no episódio.
A contar pelo cenário de perdas políticas no terreno internacional, resultantes da atitude entre perplexa e hesitante do governo brasileiro frente aos repetidos desaforos de Evo Morales, a hipótese do fortalecimento parece absurda.
Em princípio, o caso tem tudo para render prejuízos ao presidente. Não necessariamente no tocante a resultados eleitorais. Mas parece quase impossível que a percepção popular a respeito do desempenho de Lula como chefe de Estado, defensor dos interesses da Nação, não seja afetada negativamente.
Essa primeira e genericamente disseminada impressão pode vir a se revelar a expressão da verdade nas próximas pesquisas. "Ou não", pondera o sociólogo e consultor na área de comunicação política Antonio Lavareda Filho.
Lavareda trabalha há anos com o PFL, fez análises periódicas para o governo Fernando Henrique Cardoso e continua prestando serviços ao PSDB.
Se fosse hoje antecipar o quadro de perdas e ganhos para seus clientes da oposição, o sociólogo diria que é cedo para registrarem a patinada inicial do governo brasileiro na conta das vitórias políticas dos adversários de Lula.
"Primeiro, porque prejuízo concreto mesmo só haveria se houvesse também um malefício direto à população, como aumento de preço ou falta de gás e isso o presidente já garantiu que não ocorrerá."
Antonio Lavareda lembra que a crise de energia no governo Fernando Henrique Cardoso só se transformou num problema político/eleitoral para o presidente porque houve o racionamento. "Se não fosse o apagão, o debate ficaria restrito às questões da matriz energética, não haveria a materialização da crise."
Em segundo lugar, Antonio Lavareda não descarta a possibilidade de Lula "zerar o jogo". E com a ajuda do próprio Evo Morales.
"Lula tem se mantido como a grande mão estendida à Bolívia. Foi um grande eleitor de Morales e, quando se mantém cauteloso na reação, na verdade ele está evitando se auto-incriminar. Não pode assumir que não foi cauteloso, para dizer o mínimo, ao abrir o Palácio do Planalto como palanque do candidato que depois viria a se voltar contra o Brasil."
Lavareda supõe que, mesmo recuando um pouco no tom, Evo Morales vá se manter no exercício das bravatas nacionalistas até julho para conseguir apoio ao seu plano de eleger 70% dos integrantes da Assembléia Constituinte. E até lá, acredita o sociólogo, Lula vai ficar em estado de amena ambigüidade "para ajudar o amigo e para não reconhecer que fez bobagem".
Depois disso, ele acha que a situação se inverte. "Será a vez de Evo Morales ajudar o amigo Lula ressaltando a importância de o Brasil ser conduzido por um presidente sensível aos problemas da América Latina, o único capaz de administrar com competência problemas delicados e evitar que eles desestabilizem as relações na região."
Nesta hipótese, Lula sairia aos olhos da população como um exímio gerente de crises políticas.
Esse cenário favorável não é necessariamente, diz Lavareda, uma expressão fiel da realidade futura. Mas, segundo ele, os dados à disposição autorizam concluir que Lula trabalha com este quadro: diante do inevitável, tenta uma saída estratégica, ajudando Morales na sua política interna agora na esperança de ser ajudado por ele mais à frente.
E o sentimento de indignação nacional com a humilhação internacional?
"Este se revolve nos campos da Alemanha, no futebol, onde o brasileiro trata de seus problemas com a auto-estima."
Dois outros especialistas em pesquisas, Marcos Coimbra, do Vox Populi, e Ricardo Guedes, do Sensus, na semana passada também faziam a análise de que os ocasionais prejuízos da crise da Bolívia guardam relação direta com as conseqüências do caso sobre o dia-a-dia da população.
Mas ambos avaliam que se o presidente for percebido como um chefe de nação inepto na defesa dos interesses nacionais, isso pode sim vir a ter efeito eleitoral negativo.
Todos concordam que é cedo para um diagnóstico preciso. Até porque as pesquisas de opinião realizadas por encomenda de políticos nos Estados não registraram alterações nos índices de popularidade do presidente da República nos últimos dias.
(*) Fonte: O Estado de São Paulo 14/5.

RESPOSTA DA VEJA A LULA

"1) O presidente Lula não leu e não gostou do que não leu. Ainda assim reagiu intempestivamente à reportagem de "Veja". Insultou jornalistas e a publicação, uma atitude imprópria para um presidente da República. É imperioso ler antes de criticar.
2) "Veja" chegou ao posto de mais respeitada e lida revista brasileira e quarta revista semanal de informação do mundo pela qualidade de suas reportagens.
3) Houvesse o presidente Lula lido a reportagem, teria percebido que se trata de um trabalho de investigação jornalística sobre as atividades do banqueiro Daniel Dantas, com o qual seu governo mantém uma relação tão conflituosa quanto incestuosa -relação que vem sendo objeto de reportagens de diversos veículos de comunicação.
4) O presidente disse que o autor da reportagem poderia ser chamado de "bandido e malfeitor". Disso Lula entende. Nada menos do que quarenta de seus companheiros mais próximos foram descritos pelo procurador-geral da República como integrantes de uma "quadrilha".
5) A reportagem em questão é fruto de seis meses de investigação. A divulgação do resultado do trabalho de apuração, como a própria reportagem ressalta, foi feita justamente para evitar o uso das supostas contas como elemento de chantagem.
6) A revista, em sua reportagem, não afirma que a conta bancária atribuída ao presidente Lula é verdadeira. Também não diz que é falsa, por não dispor de meios suficientes para fazê-lo
7) Para concluir, "Veja" reafirma seu compromisso com os leitores e com o Brasil de prosseguir em sua tarefa de fiscalizar o poder em todas as suas esferas, a fim de impedir que "sofisticadas organizações criminosas", para usar das palavras do procurador-geral da República, continuem a corroer a democracia brasileira.
Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação
Fonte: Argumento

ESTADO DE GUERRA – por Plínio Zabeu

As ações criminosas do PCC e correlatos já eram esperadas desde muitos anos. Depois do episódio do Carandirú, onde morreram apenas 111 presos, graças à invasão da polícia, pois se esta não tivesse agido em tempo teriam sido mais de 2000 os mortos, os bandidos passaram à condição de vítimas. . Infelizmente nem a imprensa, nem a sociedade como um todo, nem as autoridades entenderam o papel heróico de nossos policiais. Chegaram a condenar o coronel comandante a mais de 600 anos de cadeia. Felizmente prevaleceu o bom senso e tal julgamento foi anulado. Desde então surgiram cada vez mais fortes, os chamados grupos de "Defensores dos direitos humanos". Direitos que sempre têm sido apenas dos bandidos. O Judiciário, por sua vez, vem colocando tais elementos sempre naquela condição de vítimas e não como culpados. Hoje, se fosse possível todos os presos contratarem advogados competentes e caros, em pouco tempo ninguém mais estaria preso. Isso porque a Justiça brasileira decidiu que só pode ser preso quem for julgado em última instância, o que significa pelo menos 20 anos de espera. De modo que, se aplicadas corretamente as leis brasileiras nem precisaria de organizações criminosas. Nem de cadeias. Nem de policiais. No Brasil, prevalece o direito dos criminosos, dos políticos corruptos, enfim tudo o que de pior exista. Ao cidadão honesto cabe apenas pagar impostos escorchantes e cada vez com menos direitos. As ações dos bandidos são apenas o começo. Muito mais virá pela frente. E nossos heróicos policiais serão candidatos a vítimas já que não contam com nenhum apoio por parte do governo ou da Justiça. Ai daquele que se atreva a agredir, apenas com um pescoção, qualquer desses bandidos. Será julgado e condenado porque prevalece o direito dos bandidos. Quanta saudade do tempo em que os bandidos tinham medo da polícia! Hoje a situação é totalmente invertida. Que faz um preso condenado e cumprindo pena há mais de 15 anos e dando ordens seguidas, via celular ou advogados, ou familiares ou policiais corruptos? Transferem-se presos. Anunciam medidas de contenção. Mas não é permitido aos policiais combaterem com as mesmas armas. Se bandido pode matar, por quê policial não pode? Ou se muda tudo ou ninguém mais poderá ter sossego neste rico-pobre país.
Plínio Zabeu - Americana SP
E-mail: pz@vivax.com.br
Fonte: Argumento

POLICIAIS MORREM, MAS O ALVO SOMOS NÓS – por Gilberto Dimenstein (*)

O que está em jogo é saber até que ponto o crime organizado consegue pressionar as autoridades e evitar punições. Não se tem notícia de um ataque, comandado por delinquentes, tão forte contra forças policiais em toda a história do Estado de São Paulo --o que só revela como a marginalidade social vai criando áreas necrosadas na sociedade brasileira, da qual o principal reflexo é a violência.Há dezenas de policiais mortos e feridos, mas, de fato, o alvo é toda a sociedade. O dia em que o poder público ceder à chantagem dessas organizações, estará em risco toda a segurança de uma comunidade, gerando a percepção de que ninguém conseguirá impor a ordem.
Daí que, nesse momento, ao invés de tentar proveito eleitoral (Lula está usando a tragédia como palanque para alfinetar Alckmin e prometer a redenção social), partidos, sindicatos, empresários, intelectuais, educadores, ongs, devem se perfilar para que, dentro da lei, a chantagem não vença.
Infelizmente, são cenas como essas que despertam as pessoas para que melhorem as instituições e, mais ainda, que se faça do investimento em educação o melhor mecanismo contra geração de marginais.
(*) Fonte: Folha de São Paulo 14/5

PIADA BRASIL

Por: Adriana Vandoni

O jornalista Sérgio Porto criou na década de 50/60, com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, o FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País). Era um arquivo das besteiras praticadas pelos políticos brasileiros. Naquela época Stanislaw já dizia que no Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixam de acontecer. E não é que é assim até hoje? Nunca se viu, como hoje, tantas besteiras feitas e desfeitas, faladas e desfaladas, praticadas, assumidas e absolvidas. A impressão é que o Brasil está passando por um processo de expurgação.Chegamos a um ponto em que duvidam até das denúncias comprovadas, não acreditamos nas investigações e desconfiamos dos julgamentos. Bem, os veredictos a esta altura são meras peças para os anais do Congresso Nacional ou do Ministério Público, ou da Polícia Federal ou de qualquer veículo de comunicação que se interesse em manter um arquivo de fatos brasileiros.Até quando vamos suportar essa situação? É bem verdade que o crime é uma invenção da sociedade, isto é, a sociedade determina o que é certo ou errado. Dentro da visão de um infrator ele pode acreditar que não está, de fato, cometendo uma transgressão, restando apenas convencer seus julgadores de que não houve crime, logo, não há culpado. Tudo depende do ponto de vista. Básico e límpido. Aliás, José Cavalcanti, deputado federal pela UDN da Paraíba até 1963, quando foi cassado, disse certa vez que: o homem de responsabilidade política não mente, inventa a verdade. Portanto!Nossa classe política é fantástica, ela está em constante processo de auto-superação. Uma parte não viu nada, outra não escutou e outra não falou. Se falou, esqueceu. Silvinho “land Rover” que o diga. Triste mesmo é ter memória num país de desmemoriados. Ser imbecil é muito mais fácil, vamos nos imbecilizar para suportar.De nada vai adiantar ficarmos como boiótas indignados. Chego apensar que é melhor acabarmos achando graça, porque o Brasil de hoje está muito mais divertido que antes. Em qual época existiu um Garotinho fazendo greve de fome por terem descoberto que seu financiador mora dentro de um presídio? É uma piada. É a banalização da corrupção. Não existe, nisso eu acredito, que haja um só programa ou ação governamental na qual não se encontre ao menos um indício de desvio de dinheiro público.Até quando vamos suportar essa situação? Como dizia o Barão de Itararé: Ou restaure-se a moralidade ou locupletemos-nos todos!Adriana Vandoni é economista, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas/RJ e articulista de A Gazeta. Blog: www.argumento.bigblogger.com.br E-mail: avandoni@uol.com.br

Congresso Nacional: imenso e incompetente

Por: Antônio Augusto Mayer dos Santos, advogado especialista em Direito Eleitoral


A recente alteração promovida no texto da Lei Eleitoral comprova e acentua, salvo as justas e necessárias exceções, que o Congresso Nacional é um imenso e incompetente agrupamento humano. As exceções ficam por conta dos poucos parlamentares lúcidos, combativos e vocacionados para a árdua e responsável tarefa de apresentar e votar leis em prol do corpo eleitoral que os elege e remunera. Especificamente com relação às pálidas e inconsistentes alterações determinadas pela Lei Federal 11.300, que proíbe a divulgação de pesquisas eleitorais 15 dias antes da eleição e também a distribuição de brindes mas sabe-se lá porque motivo não fixou o objetivo e bem elaborado conceito jurídico de “caixa-dois” constante no Substitutivo do Projeto Bornhausen, elas correspondem a uma perfumaria inútil. Menos mal que o Executivo vetou a proibição das cenas externas que o projeto apresentava. Manter tal excrescência seria involuir aos termos da Lei Falcão.O nó da questão envolvendo as campanhas eleitorais do Brasil está assentado num tríplice engenho legal: sistema de financiamento, prestação de contas e possibilidade de cassação do mandato parlamentar obtido pela via espúria da sonegação. Enquanto estas situações não forem tratadas objetivamente, de nada adiante impedir doação de lixa de unha, cesta básica ou coisa similar pois a troca do voto continuará intensa. O TSE que o diga. Basta uma leitura na sua jurisprudência mais recente. A rigor, o sistema jurídico atual é incapaz de punir candidatos eleitos por “caixa-dois”. Salvo, é claro, se o eleitor acredita em “quebra de decoro”. Os violadores confessos do painel do Senado de 2001 que o digam... Ademais, se a intenção era dar uma resposta para este pleito geral que se aproxima, a incompetência fica explícita pois conforme recentemente frisou o Ministro Marco Aurélio, “está na Constituição, em bom vernáculo, que qualquer modificação normativa do processo eleitoral deve se fazer com antecedência mínima de uma ano”. Este, aliás, foi o entendimento que prevaleceu por maioria tanto no TSE como no STF para impedir a derrubada da Verticalização. De duas, uma: ou os Congressistas burlam a Justiça Eleitoral ao apresentar o Registro afirmando que são alfabetizados ou não pretenderam gerar efeitos imediatos e diretos contra as suas próprias campanhas eleitorais, na iminência de começar. Assim, se efetivamente quisessem promover alguma alteração visando dar credibilidade ao processo eleitoral deste ano por conta das lições extraídas a partir dos intermináveis escândalos, a maioria dos 594 congressistas do maior Parlamento do mundo poderia ter derrubado a exigência da anualidade do texto constitucional. Para esta tarefa, bastava o debate e a votação da Proposta de Emenda Constitucional 446/05 que, aliás, tem parecer favorável do relator. Como não o fizeram (a PEC está parada desde 15 de dezembro do ano passado), remeteram os efeitos da “nova” lei para a próxima eleição. Com isto, além da nova e evidente frustração generalizada que o país assiste, fica a necessidade de uma reflexão inadiável em torno de um tema que não tem sido abordado objetivamente: a necessidade de redução do Congresso Nacional a patamares mais razoáveis, seja por razões de economia de dinheiro público, seja por conta da evidente inoperância que o atual significa ou, principalmente, em vista dos resultados sociais que não produz.
Fonte: DiegoCasagrande

PCC ataca bancos e incendeia mais de 60 ônibus

Por: FAUSTO SALVADOs atentados atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) --que começaram na sexta-feira (12) com ataques contra policiais e guardas civis, provocando mais de 60 mortes-- diversificaram os alvos nas últimas horas. Entre a noite de domingo (14) e a madrugada desta segunda-feira, criminosos incendiaram 61 ônibus na Grande SP e atingiram pelo menos dez agências bancárias.Os ataques contra a polícia, porém, não foram deixados de lado. Em Cangaíba (zona leste), criminosos atiraram contra a casa de um capitão da PM e atearam fogo ao carro na garagem.No final da noite de domingo, o delegado Godofredo Bittencourt e o comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, já haviam comentado que atacar bancos era a nova estratégia do PCC para tentar demonstrar força. "A bronca deles não é somente contra os atos da polícia, existe uma insatisfação social. Estão fazendo esses ataques [aos bancos] para criar desequilibrio social e econômico. Pode, daqui para frente, ter um cunho político", disse Bittencourt.Os criminosos atiraram contra um Banco do Brasil da rua Bom Pastor, no Ipiranga (zona sul), outro Banco do Brasil na rua São Silvestre, em Heliópolis (zona sul), duas agências (do Bradesco e da Caixa Econômica Federal) na avenida São João Clímaco (zona sul) e um Banco do Brasil na avenida Campanela, em São Miguel (zona leste).Em outras agências, os criminosos preferiram provocar incêndios utilizando coquetéis molotov. A tática foi usada em um Itaú na avenida Francisco Morato, na Vila Sônia (zona oeste), e em outro Itaú instalado na rua do Tesouro, no centro de Taboão da Serra (Grande São Paulo). Outra agência do mesmo banco foi incendiada na alameda Vicente Pizon, na Vila Olímpia (bairro nobre na zona sul de São Paulo). Na mesma rua, os criminosos atacaram uma prédio comercial e ainda tentaram atingir uma testemunha, sem sucesso. Um coquetel molotov foi atirado num Unibanco da avenida Nazaré, no Ipiranga, mas o vigia conseguiu deter o princípio de incêndio com um extintor. Uma agência do HSBC foi incendiada na estrada de Itapecerica, no Capão Redondo (zona sul).ÔnibusOs bombeiros registraram 61 ônibus incendiados na Grande São Paulo: 42 na capital (a maioria na zona sul), 14 no ABC (a maior parte em Diadema), três em Guarulhos e dois em Osasco, entre a tarde de domingo e a madrugada de segunda. Duas empresas de ônibus da zona sul recolheram as frotas mais cedo por causa dos ataques. Em Campinas (95 km a noroeste da capital) e Hortolândia (105 km), os ataques queimaram cinco ônibus entre 20h40 e 0h15.As ações são uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção. Na quinta-feira (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), com a intenção de coibir ações promovidas pela facção.No dia seguinte, oito líderes foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.Com Folha de S.Paulo e Agência FolhaORI FILHOda Folha Online

domingo, maio 14, 2006

A vitória sobre a fome

Por: Célia Chaim e Eliane Lobato (ISTOÉ Online)


Sem ajuda do governo, voluntários fazem comque 56 milhões de brasileiros consigam comer
Carolyne, dois anos, é filha de Monalisa, 17. Mas não são apenas esses nomes nobres que elas carregam com orgulho. Ela, a mãe, representa centenas e centenas de mulheres que moram numa das maiores favelas de São Paulo, a Paraisópolis, na zona sul da cidade, com 50 mil habitantes. Ali é fato: ninguém passa fome, embora saiba bem o que é isso. A comida vem graças à União dos Moradores da Paraisópolis, entidade mantida por doações generosas. Na hora do almoço, crianças e idosos fazem fila na porta do refeitório. Terça-feira 9 o cardápio era arroz, feijão, macarrão e lingüiça, aguardado pelas crianças com água na boca. Tudo o que recebem vem exclusivamente de doações. Se alguma autoridade esteve por lá, foi passagem relâmpago, suficiente para deixar promessas não cumpridas. “Neste ano eles vêm porque terá eleição, mas nós não acreditamos mais”, diz a voluntária Graça, moradora do bairro. Com comida, escolas, creches, esportes e até aulas de inglês, além de muitos voluntários, Paraisópolis chegou a um nível em que dispensa a demagogia de políticos e a ajuda do governo.

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Na promessa: Lula anunciou na posse que acabaria com a fome no País. Fez mais do que os antecessores, masnão cumpriu a meta
O Brasil produz alimentos com abundância. E tem recursos naturais de sobra para resolver rapidamente as carências alimentares de todos os seus habitantes. Por tudo isso, é incrível que 56 milhões de pessoas no País encontrem, de alguma maneira, dificuldade para comer todo dia. Só conseguem trocar o prato de farinha com água por outro com arroz, feijão e “mistura” (carnes e legumes) porque uma corrente de pessoas e instituições civis, sem esperar e muito menos receber auxílio do governo, ajuda essa pobre massa. Esses socorridos vivem na faixa da indigência, com renda mensal individual inferior a R$ 79. Um valor insuficiente até mesmo para comprar alimentos com o mínimo de calorias para manter de pé, com dignidade, uma pessoa o mês inteiro. O presidente Lula fez mais do que seus antecessores no combate à fome. Apesar disso, chega ao final de seu mandato sem cumprir a promessa feita na posse: “No meu governo todos os brasileiros vão tomar café da manhã, almoçar e jantar.” A verdadeira revolução que ele faria – e não fez – não está totalmente perdida graças a esses grupos não governamentais que, patrocinados por empresas privadas, combatem a fome em várias frentes, da música ao esporte, da educação à tecnologia.


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Carência: milhões vivemcom menos de R$ 79 por mês. Por isso, falta dinheiro para comprar até ascalorias necessárias

Oberlan Motta, 53 anos, distribui quentinhas para moradores de rua no subúrbio do Rio de Janeiro. Na terça-feira 9, reconheceu um antigo companheiro de escola entre os miseráveis que esperavam na fila. Ambos estudaram na Escola Técnica de Niterói e se emocionaram com o reencontro. Motta é um dos 400 voluntários fixos da entidade Movimento de Amor ao Próximo (MAP), que nasceu há mais de duas décadas para distribuir alimentos, roupas e remédios para moradores de rua. A organização é ecumênica, mas a maioria dos voluntários é kardecista. Não recebe verba pública, só doações. Atua em bairros de subúrbio do Rio, como Ilha do Governador, Rocha Miranda, Manguinhos e Jacarepaguá. Hoje, distribuem dez mil quentinhas por mês. A comida é servida acompanhada de talheres de plástico e água. “Eles pedem muita água, principalmente as crianças que cheiram cola. Ficam ressecadas e precisam de líquido”, diz.
Motta costuma ouvir dos amigos que é um louco por fazer caridade “para esses vagabundos!” E responde: “Sou louco sim, espero morrer louco. Se tivesse mais malucos como eu, não teríamos tanta violência no mundo.” E os “loucos” se multiplicam em associações e entidades. A dona-de-casa carioca Delclemir Ferraz Dias, 54 anos, é uma. Ela é um dos pilares do comitê Fraternidade Sol, ligado à ONG Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida. Assim como Motta, partiu para a ação no combate à fome. “Não aceitamos políticos. Nosso trabalho é todo feito graças à boa vontade de pessoas comuns que querem ajudar”, diz ela. Del, como é conhecida, distribui sopa para moradores de rua. Seu “ponto” é na praça Cruz Vermelha, no centro do Rio. “Temos 40 famílias cadastradas para receber, o ano todo, cestas básicas. E distribuímos cerca de 100 caixinhas de sopa por noite”, explica.

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Panelas cheias: as cozinheirasIvaneide, Adalgisa e Maria numafavela de São Paulo: comidapara crianças todos os dias
As caixas a que ela se refere são embalagens de leite recolhidas por voluntários, recicladas e reaproveitadas como recipiente para a sopa. Del trabalha como poucos voluntários e recebe doações de restaurantes como o Cheio de Vida, o mais assíduo, doador há cinco anos. Ela diz que sua ação “não é apenas dar comida”. E explica: “É um meio de não só matar a fome, mas também conversar, dar uma ajuda, tentar encontrar empregos, dar apoio moral, mostrar que tem alguém preocupado com eles, que não estão sozinhos.” Segundo ela, há “pessoas boas” nas ruas. “Muitos são viciados sim, mas o álcool é uma fuga. Eles foram abandonados pela família, pelo Estado... Beber é uma maneira de esquecer.”
Entre os voluntários do comitê de Del está o jovem Rafael Bteshe, 22 anos, carioca, morador de Ipanema. Filho de pais médicos, é estudante de artes plásticas da UFRJ e integra a banda Ruah. Ele ajuda a distribuir sopa duas vezes por semana. “Acho que é o mínimo que posso fazer.” Morador de rua, Luiz Francisco da Silva, 52 anos, nasceu em Macaé, interior do Rio de Janeiro, e vive abandonado nas ruas da capital. “Tô desempregado há anos”, justifica. Ex-marceneiro e ajudante de camelô, hoje ele vive como “catador de latinhas” para reciclagem. “Ontem, catei dois quilos de latinhas, vendi por R$ 5,80, deu para almoçar”, diz. Luiz não tem planos para o futuro. Seus projetos mais longos são estar vivo e assistir aos jogos da Copa no telão que será instalado na Central do Brasil, no Rio. “Se o Brasil ganhar a Copa, as coisas vão melhorar”, acredita.
Esperar dádivas que virão com o futebol é bobagem. Com a música, a Associação Meninos do Morumbi, de São Paulo, resgatou da fome, da pobreza aguda e da violência mais de quatro mil crianças e adolescentes pobres de toda a região – Campo Limpo, Paraisópolis, Vila Sonia, Real Parque, Jardim Jaqueline, Morumbi pobre (existe sim e é grande), Caxingui e os municípios de Taboão da Serra e Embu. O show do grupo é o produto das oficinas de canto, dança e percussão. Integram o repertório músicas folclóricas do Brasil e da África, do universo pop, dos cultos brasileiros e composições próprias. A banda fez em torno de 500 shows no Brasil e na Europa (Inglaterra e França) desde 1996. Eles se apresentaram em grandes teatros e festivais no Brasil e no Exterior, como o Teatro Municipal, Sala São Paulo e no nobre Royal Festival Hall, em Londres. Gravaram CDs com grandes nomes da música brasileira e internacional. É na associação que eles, dia a dia, recuperam sua cidadania. Eles se orgulham do que fazem – o que seria impossível se Flávio Pimenta não tivesse criado a associação.
Os Meninos do Morumbi se mantêm em pé porque comem o ideal para arrebentar nos instrumentos musicais (de 2.000 a 2.500 calorias diárias). Diz a medicina que não dá para tapear o estômago: 100 calorias abaixo desse patamar por dia e já se vive com uma fome crônica e se é vítima das conseqüências que a subnutrição traz à saúde, como o fraco desenvolvimento físico e intelectual do indivíduo. O recado final, da Food and Agriculture Organization, a FAO, das Nações Unidas, é direto: “É hora de os países descobrirem porque milhões de pessoas passam fome em um mundo que produz alimentos mais do que suficientes para cada homem, mulher e criança.” Poucas questões são tão adequadas ao Brasil como essa.

O contrabando do urânio brasileiro

Por: Rodrigo Rangel – Enviado especiala Macapá e Porto Grande (AP) (ISTOÉ Online)


Investigação secreta da Polícia Federaldesvenda quadrilha que extrai e enviamaterial radioativo para fora do País
Por Rodrigo Rangel – Enviado especiala Macapá e Porto Grande (AP)
Em julho de 2004, a PolíciaFederal apreendeu no interiordo Amapá, na caçamba de uma caminhonete, 18 sacas de ummineral granulado escuro muito mais pesado do que aparentava ser. O material, examinado depois nos laboratórios da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), era um composto de urânio e tório, minérios altamente radioativos que abundam em jazidas encravadas no extremo Norte brasileiro. Estava ali o fio da meada para a descoberta de uma das mais obscuras máfias em atuação no País, com braços internacionais e especializada na extração clandestina e na comercialização ilegal de urânio. Nas duas últimas semanas, ISTOÉ avançou nesse explosivo terreno. Conheceu a realidade das minas onde garimpeiros põem suas vidas em risco, expostos à radiação, e desvendou uma investigação que, até aqui, vinha sendo tratada como segredo de Estado. São centenas de horas de gravações telefônicas feitas pela polícia que revelam por dentro o funcionamento da máfia, desde a extração do minério nos garimpos situados em plena selva amazônica até as negociatas encabeçadas por quadrilhas que exportam o urânio para clientes tão misteriosos quanto elas próprias – e, muitas vezes, com o respaldo de autoridades constituídas e políticos. Além de brasileiros, estão sob a mira das polícias irlandesa, russa e alemã supostos integrantes de uma conexão que, segundo os investigadores, estaria levando o minério para países da Europa, Ásia e África, em particular a Rússia e a Coréia do Norte. O Palácio do Planalto já recebeu o alerta de que, daqui, o urânio pode estar indo parar, também, nas mãos do terrorismo internacional.
No rastreamento da teia de relações mantidas pelos traficantes, a polícia chegouao nome de Haytham Abdul Rahman Khalaf, libanês apontado como o elo com o grupo extremista islâmico Hamas. Na ponta brasileira da trama, até agora a Polícia Federal já identificou três grupos especializados no tráfico de urânio. Todos com base em Macapá. O principal deles tem como testa-de-ferro o empresário JoãoLuís Pulgatti, dono de um pool de empresas de mineração que consegue autorização oficial para pesquisar jazidas de ouro, mas que, na prática, explora e negocia minério radioativo. Por trás de Pulgatti está John Young, 58 anos, irlandês naturalizado canadense que diz representar no Brasil os interesses de uma companhia internacional de mineração. A partir de 2004, Young passou a sersócio das empresas de Pulgatti. De olho nas jazidas e com dólares para investir, a parceria do estrangeiro com o brasileiro avançou. Em agosto do ano passado, o canadense destacou um geólogo para visitar minas no Amapá. Queria comprar uma área de mil hectares que, segundo as conversas grampeadas pela polícia, guarda nada menos que 50 mil toneladas de minério radioativo. Provavelmente de tório e urânio. “Pode mandar o seu pessoal lá checar, trazer amostras e analisar”, diz o dono da área a Pulgatti, encarregado de cuidar das negociações. Pelas terras, o grupo pagaria US$ 1,2 milhão. As escutas revelam que, fora os planos para ampliar a exploração direta de urânio, a dupla tem toda uma estrutura para comprar minério radioativo. Espalha garimpeiros em lugares estratégicos e tem preferência na compra do que for encontrado. Segundo a polícia, outro grupo especializado na aquisição de urânio é encabeçado por Robson André de Abreu, dono de madeireiras, de uma mineradora e de um conhecido restaurante de Macapá. A exemplo de Pulgatti, ele possui uma rede de fornecedores de urânio. O terceiro “grupo criminoso”, como escrevem os agentes nos relatórios secretos obtidos por ISTOÉ, é chefiado por um homem até agora identificado apenas como Nogueira. Ao longo da investigação, os policiais descobriram que o negócio é infinitamente maior que aqueles 600 quilos apreendidos há quase dois anos. Nas escutas, surgem negociações de até dez toneladas.
A máfia do urânio também tem um braço no poder público. Os grampos da Polícia Federal registraram conversas em que o geólogo José Guimarães Cavalcante, braço direito de João Pulgatti, revela o auxílio de um senador da República para desencravar no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em Brasília, um processo em que se buscava autorização para pesquisa de minério. O senador em questão é Papaléo Paes, do PSDB do Amapá. “Ele (um advogado de nome Luís Carlos) ia falar amanhã com o Papaléo pra pedir pra ele ver se segunda-feira ele vai logo lá falar com o diretor-geral (do DNPM), porque assim ele manda publicar isso”, diz Guimarães a um interlocutor, de nome Édson. Mais adiante, ele festeja: “O caminho do doutor Papaléo foi exatamente os orixás que abriram para solucionar o meu problema.” Também conhecido como Zé do Mapa, José Guimarães já foi diretor do distrito do DNPM no Amapá. Acabou afastado após investigação da própria Polícia Federal. Ao mesmo tempo que ocupava o cargo, ele era dono de garimpos no Estado. O atual diretor do distrito, João Batista Picanço Neto, é outro que foi sugado para dentro da investigação. Ele aparece falando com um dos sócios de Pulgatti. Dá orientações sobre como aprovar processos de lavra e indica o funcionário que pode resolver o problema. O interlocutor acolhe a orientação e evidencia a existência de algo suspeito no ar. “Vou procurá-lo pessoalmente. Isso não se fala por telefone”, diz. A investigação envolve até o procurador da República, que estava encarregado de acompanhar o caso. José Cardoso, um dos representantes do Ministério Público Federal no Amapá, passou a ser investigado depois de ter sido citado nas conversas grampeadas. Numa delas, um homem não identificado diz que ele o ajudaria a resolver em Brasília uma pendência burocrática no DNPM. “O dr. José Cardoso levou meu processo em mãos para Brasília e me garantiu que ele mesmo ia falar com o diretor-geral”, afirma o homem em conversa com o sócio de uma das empresas investigadas. Além de ter aparecido nos grampos, Cardoso tem algo mais a explicar. Até o mês passado, José Guimarães, o ex-diretor do DNPM pilhado no contrabando de urânio, trabalhava como funcionário de seu gabinete. Como passou a ser alvo, o procurador foi afastado do inquérito. Há, ainda, outras autoridades e políticos na mira da polícia. Entre eles, um deputado estadual, Jorge Salomão (PFL), e um ex-deputado federal, Sérgio Barcellos.

Código Da Vinci, o filme

Por: Ivan Claudio (ISTOÉ Online)


Chega a 500 cinemas do País a obrapolêmica estrelada por Tom Hanksque envolve a vida de Jesus Cristo,a Igreja Católica e o Opus Dei numatrama de suspense, crime e mistério
O Brasil possui 2.045 salas de cinema. A conta é exata. Na sexta-feira 19, de cada quatro salas, pelo menos uma estará exibindo O código Da Vinci (The Da Vinci code, Estados Unidos, 2006). É o filme mais aguardado dos últimos anos. Desde o início das filmagens, pouca coisa foi revelada da adaptação cinematográfica do polêmico best seller homônimo do americano Dan Brown. O sigilo, bem apropriado ao lado investigativo da história, cheia de enigmas, códigos, decifrações e descobertas, foi uma estratégia da Sony Pictures, dona dos US$ 125 milhões da produção. O filme também se cerca de boatos e protestos, sendo que as últimas manifestações foram muito bem-vindas ao diretor Ron Howard, que mirou na Igreja Católica e, sobretudo, em sua ala mais conservadora, representada pela organização Opus Dei. Portanto, é com aura de mistério e uma expectativa alimentada por 46 milhões de leitores (só no Brasil são 1,2 milhão) que O código Da Vinci chega às telas, sem sequer passar pelo teste da crítica – ou seja, depois de abrir o Festival de Cannes, o thriller histórico-teológico aterrissa direto em mais de 500 salas do País.
Expectativa: Audrey Tautou e Tom Hanks diante de A última ceia, de Da Vinci, e o diretor Ron Howard com a equipe em Paris
É irrelevante discutir se o filme é ou nãouma boa adaptação do romance, se estamos diante de um fenômeno de marketing que explodiu no exato momento do anúncio das filmagens em 2004. Primeiro, com a escolha de Tom Hanks para viver Robert Langdon, o professor de semiótica de Harvard, protagonista da história. Depois, com todos os problemas gerados pela proibição de se filmar na Inglaterra na Abadia de Westminster. A seguir, vieram as negociações bem-sucedidas para se conseguir filmar no Museu do Louvre, em Paris. O próprio presidente da França, Jacques Chirac, reuniu-se com Howard pedindo que, em troca da cessão do museu, o papel da criptógrafa francesa Sophie Neveu, que auxilia Langdon nas investigações, fosse dado a uma “atriz amiga de sua filha”. Quem venceu a disputa foi a atriz francesa Audrey Tautou.
É em razão de um assassinato acontecido na Grande Galeria do Louvre que Langdon é procurado pela polícia e a sua difícil missão é tentar decifrar ocenário do crime, a poucos passos da tela de Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci. Lá estava o cadáver do curador do museu, Jacques Saunière (Jean-Pierre Marielle), que antes de morrer se postou com as pernas e os braços abertos em V, como em O homem vitruviano, do mesmo Da Vinci (outros trabalhos do italiano, como a Madona das rochas e A última ceia, terão papel importante nas investigações). Por trás desse crime estão dois personagens ligados ao Opus Dei: o monge albino Silas (Paul Bettany) e o Bispo Aringarosa (Alfred Molina). Se existe alguém que ainda não saiba o enredo de O código Da Vinci, após o sucesso estrondoso do livro, é o monge Silas quem mata, a mando de Aringarosa, o curador do museu – que vem a ser o Grão-Mestre do Priorado de Sião. Ele o faz para preservar um dos maiores segredos da Igreja, o fato de Jesus Cristo ser supostamente pai de uma filha com Maria Madalena.
Enigma: Sophie (Audrey Tautou) eo curador do Louvre assassinado
Retratado como um psicótico, Silas se pune com chicotadas e usa um instrumento de tortura, o cilício (aro de metal feito de pontas cortantes) encravado nas coxas como forma de penitência. “Não é exatamente o que eu descreveria como uma roupa confortável”, diz o ator Bettany – que obviamente utilizou um modelo flexível que não penetrava nas pernas. De todos os personagens da história, Silas é o mais excomungado pelos protestos religiosos. A instituição americana Organização Nacional pelo Albinismo e Hipopigmentação (Noah) anunciou que fará manifestações nas portas dos cinemas. O Opus Dei adotou uma estratégia apelidada de Operação Limonada. “Se tem um limão, faça uma limonada. Uma declaração de guerra só interessa ao marketing do filme”, disse o porta-voz da organização, Marc Carroggio. O Opus Dei já havia pedido à Sony Pictures que colocasse nos créditos a ressalva de que se trata de uma história fictícia, mas a empresa não se comprometeu a atender ao pedido: “Não temos intenção de revelar nenhum aspecto do filme antes da estréia”, disse a ISTOÉ Jim Kennedy, porta-voz da Sony. É nesse clima de mistério, portanto, que os espectadores formarão filas nos cinemas.
Preocupada com a mensagem negativa, a Igreja calculou o prejuízo e considera que o público potencial a ser atingido pela heresia fica em torno de 800 milhões de pessoas. Embora não peça um boicote, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Geraldo Majella Agnelo, condenou a “maneira leviana e desrespeitosa” com que estão sendo tratadas convicções tão sagradas para os cristãos. O editor Geraldo Jordão Pereira, da Sextante, que teve a sorte de comprar os direitos de publicação do livro por US$ 12 mil, espera que a estréia do filme dê uma nova alavancada nas vendas. Ele não revela o seu lucro, mas diz: “Pela primeira vez na vida, com 50 anos de carreira editorial, coloquei algum dinheiro no bolso.” E tenta relativizar a polêmica passada do livro e a polêmica presente do filme: “Trata-se de uma ficção.” O professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Fernando Altemeyer, tenta não levar Dan Brown muito a sério. “Ele está a milhões de anos-luz da seriedade teológica. O seu Jesus não tem nada a ver com o de Nazaré, o seu Opus Dei não coincide com o real, Da Vinci não pertencia a nenhuma organização secreta”, diz ele. Certo ou errado, não importa. É certo que o filme vem com a marca de estrondoso sucesso de público.

O sexo pago

Por: Celso Fonseca (ISTOÉ Online)


A prostituição na Alemanha, um trabalhoregulamentado, vai receber reforço depelo menos 40 mil garotas para o Mundial
Depois de ficar 90 minutos assistindo a 22 homens correndo atrás de uma bola, muitos alemães e turistas da Copa do Mundo deverão procurar diversões mais excitantes. Sexo, por exemplo. Durante o Mundial, a Alemanha, que alavancou vários mercados com a competição, será também uma espécie de paraíso do prazer remunerado. No país, desde 2001 a prostituição tornou-se uma profissão como outra qualquer. Há uma lei oficializando a atividade das “profissionais” e não se pode punir freqüentadores de bordel. Por lá, das meninas aos administradores, o mercado sexual envolve 440 mil pessoas. Mas, para a Copa, apenas os países do Leste Europeu deverão enviar um reforço de 40 mil mulheres, muitas ilegais. Neste contingente, há suspeitas de tráfico e exploração, inclusive envolvendo brasileiras.
A polícia começa a agir para conter os excessos. Na quinta-feira 11, 100 pessoas, entre elas 74 prostitutas, foram presas depois que um dos maiores bordéis do País, o Pascha, de Colônia, publicou anúncio em seu site oficial recrutando mão-de-obra para o evento. Queria garotas de toda a Comunidade Européia e assegurava a regularização profissional das candidatas. A empresa gaba-se de ser a única a oferecer devolução de pagamento, caso o cliente não fique feliz com o atendimento. Mas, se o Pascha tem as melhores promoções, o bordel mais badalado e luxuoso da Copa será o Artemis, em Berlim. Está estrategicamente situado bem perto do palco reservado para a final, a apenas três paradas de trem do estádio Olímpico. Oportunamente inaugurado meses atrás, está instalado numa construção de três andares e 5, 5 mil metros quadrados. Custou sete milhões de euros – algo em torno de R$ 18,2 milhões. Deverá dispor de cerca de 100 cortesãs, entre as melhores mulheres do mundo, e poderá promover a satisfação de pelo menos 300 clientes por dia. É uma espécie de Nações Unidas do sexo, com garotas vindas de todas as partes do mundo, até de lugares improváveis como o Afeganistão.
Artemis: só a entrada custa 70 euros
A Copa, que acontecerá entre 9 de junho e 9 de julho, terá uma platéia essencialmente masculina, com dinheiro e tempo disponível. No caso do Artemis, bolso cheio é essencial. São 70 euros apenas para entrar, consumo à parte. Os honorários das moças não saem por menos de 120 euros (R$ 243) e elas, segundo a administração, não pagam taxa de faturamento. Quem não tiver tanta bala na agulha pode apelar para as garotas da rua e utilizar as cabines individuais distribuídas nos subúrbios das cidades-sede dos jogos. A perspectiva de tanto movimento sexual preocupa. Desde janeiro, o Parlamento da União Européia solicita que a Alemanha evite exageros criados pelo mercado do sexo durante a Copa, mas há pouco a fazer. Associações de defesa da família começam a se mobilizar contra o que consideram excessos. Tentam angariar a participação dos jogadores da seleção alemã, mas até agora o único a se engajar foi o goleiro Jens Lehman, que curiosamente trava um duelo árduo com Oliver Kahn, eleito o melhor jogador da Copa de 2002, para ser o titular. No seu caso, qualquer iniciativa que aumente sua popularidade é bem-vinda. Os jogadores da Suécia aderiram à castidade. Anunciaram aos ventos gelados que em hipótese alguma visitarão um bordel. As preocupações não vêm apenas dos conservadores. As próprias prostitutas querem clientes educados, higiênicos e, no país da cerveja, estão em campanha contra o risco de violência por parte de beberrões exagerados. Porque ninguém merece, em qualquer profissão, agüentar um bêbado agressivo.

Belo, o exigente

Por: Ricardo Miranda (ISTOÉ Online)


Bandido-cantor recusa emprego de R$ 2,8 mile pede mais “flexibilidade”. Detalhe: ele estácondenado a oito anos de prisão
Condenado por tráfico e associação para o tráficode drogas, mas beneficiado pela Justiça com o regime semi-aberto, o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, conseguiu um trabalho invejável. O pagodeiro só precisava comparecer, de segunda a sexta-feira, a um escritório no centro do Rio de Janeiro, entre nove da manhã e sete da noite. Transportaria documentose recibos para um escritório de direitos autorais e receberia um salário mensal de R$ 2,8 mil – oito vezeso valor do salário mínimo. Desdenhou. No primeiro dia, esperado às nove horas, chegou às 12h45. Na terça-feira 9, pediu as contas. A justificativa veio de seu secretário particular – sim, ele tem um: “Belo é um cantor e esse emprego não atendeu à necessidade dele de voltar à vida artística. Ele precisa de mais flexibilidade na função”, disse Stênio Madeira.
O assessor do bandido-cantor negou que seu pupilo tivesse aproveitado parte do primeiro dia de trabalho para passear na praia, transgredindo as normas do regime semi-aberto. Não soube explicar, porém, o motivo do atraso. E nem se preocupou com isso. Belo já tem outro emprego engatilhado, numa gravadora na Urca, zona sul do Rio. “Assim ele poderá compor e gravar dentro da própria empresa”, adiantou sua advogada Sandra Almeida, lembrando que cabe ao réu definir o emprego que lhe convier. Um detalhe que ela esqueceu de contar: a Justiça ainda tem que autorizar o novo trabalho para o presidiário.
Ao se demitir do emprego, Belo perdeu provisoriamente o direito ao regime semi-aberto e acabou transferido para o Presídio Plácido Carvalho, no Complexo de Bangu, na zona oeste. “Este novo trabalho é mais complexo e envolve gravações externas que devem ser previamente autorizadas”, avisou o juiz Carlos Augusto Borges, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. O pagodeiro está preso há um ano e meio. Sua prisão foi decretada em junho de 2002, depois que gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, revelaram suas ligações com traficantes de drogas e armas. Em novembro de 2004, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio a oito anos de prisão em regime fechado. Em março deste ano, a Justiça aprovou a progressão de pena do regime fechado para o semi-aberto. Ao encontrar um emprego e, imediatamente, recusá-lo, Belo mostrou que realmente confia na liberalidade da Justiça. Sua aposta é a de que o benefício do regime semi-aberto lhe será concedido indefinidamente até o dia em que, finalmente, encontre um trabalho à altura do que julga ser seu talento.

Câmara recebe contratos dos shows

Por: Jornal da Cidade

A Prefeitura de Aracaju encaminhou ontem à Câmara Municipal a documentação relativa aos contratos dos shows, promovidos no último mês de março e orçados em R$ 1,5 milhão. A solicitação foi feita pelo vereador Daniel Fortes (PSC), através de requerimento. A partir da análise da documentação, os vereadores vão decidir se pedem a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de irregularidades nas contratações.
Segundo o prefeito Edvaldo Nogueira, os documentos só foram encaminhados ontem porque cópia do requerimento, aprovado há duas semanas pela Câmara Municipal só chegou ao seu gabinete na última quinta-feira. "Eu já havia inclusive cobrado do presidente da Câmara, o vereador Zeca, que esse requerimento chegasse logo aqui (na prefeitura) para que pudéssemos encaminhar tudo assim como fizemos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE)", contou.
O prefeito explicou que se tivesse se antecipado "estaria me imiscuindo nos assuntos da Câmara e essa é uma atitude que eu reprovo veementemente. Não tenho problema nenhum em apresentar a documentação, porque nós fazemos um governo transparente e ético. No ano passado, comemoramos o aniversário da cidade com três shows lindos de Leonardo, Daniela Mercury e Cidade Negra e ninguém questionou nada. É claro que o que está acontecendo hoje é porque estamos num ano eleitoral", afirmou.
Ele explicou novamente que todos os shows para as inaugurações foram contratados através de empresas que detinham exclusividade com os artistas e que as diferenças entre os valores que eles dizem ter recebido e os que foram pagos correspondem não apenas ao cachê pessoal dos artistas, mas também às despesas com o transporte de equipamentos, passagens aéreas, hospedagens e alimentação dos componentes das bandas, bailarinos e equipes de produção de cada evento, traslados na cidade, organização de camarins e impostos incidentes sobre os contratos, além do próprio e legítimo lucro da empresa responsável pela negociação.
Além disso, explicou Edvaldo, para os shows pagos pela Secretaria Municipal de Saúde foram utilizados recursos próprios do município, arrecadados com os impostos. "Governos de todo o país, inclusive o de Sergipe, contratam como nós contratamos. É uma prática extremamente natural. Nenhum dinheiro do Fundo Nacional de Saúde foi utilizado para shows e a verba foi investida na inauguração de obras da própria SMS", disse Edvaldo Nogueira.
Pefelista é criticado
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), criticou ontem a atitude atribuída ao governador João Alves Filho (PFL) que teria mandado a Secretaria de Segurança Pública (SSP) intimar os servidores da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) para explicar sobre a apreensão dos panfletos com a reprodução da matéria publicada esta semana pela Revista Veja, denunciando os contratos de shows feitos pela Prefeitura de Aracaju, durante o mês de março. "Aracaju deixou de ser um departamento do governo estadual com o fim da ditadura militar", reagiu.
Em entrevista coletiva, no Palácio Ignácio Barbosa, ele reafirmou que não permitirá "a nenhuma autoridade interferir no trabalho da administração municipal". Segundo Edvaldo, a prefeitura da cidade "é um poder autônomo e vai continuar assim". Para o prefeito, o governador do Estado está tentando mais uma vez ingerir no trabalho da administração municipal.
"Eu não vou permitir que o governador João Alves ou qualquer outra autoridade queira sentar na minha cadeira a pretexto de nada. Aracaju sempre manteve e vai manter uma relação respeitosa com o governo de Sergipe, mas em hipótese alguma será subordinada a ele", enfatizou o prefeito. O material gráfico foi apreendido na última quarta-feira pela Emsurb, porque estava sendo distribuído na cidade irregularmente e encaminhado imediatamente à Procuradoria Regional Eleitoral.
"Isto porque é papel legal da Emsurb zelar pela limpeza da cidade e fiscalizar toda a publicidade feita nas ruas da cidade, o que inclui a autorização para distribuição de panfletos de qualquer natureza, fixação de faixas e cartazes, dentre outros. A distribuição era inclusive ilegal porque a empresa que estava entregando os panfletos não possuía nem autorização da Revista Veja para fazê-lo", acrescentou o prefeito.
Preservar
De acordo com ele, a prefeitura vai fazer todo o possível para preservar a integridade dos funcionários da Emsurb. "Eles não vão se apresentar e os advogados da Emsurb irão representá-los. A prefeitura vai levar esta situação até as últimas conseqüências na luta para que nossos servidores não sejam punidos, porque eles não cometeram nenhuma irregularidade na apreensão dos panfletos", frisou Edvaldo Nogueira. "Nós não fizemos papel de polícia judiciária e não prendemos ninguém, mas é tarefa cotidiana da Emsurb apreender materiais que estejam sendo distribuídos ilegalmente e não tenham dúvidas de que isso continuará sendo feito", garantiu.
Depois da apreensão, foi constatado que a empresa distribuidora dos panfletos é prestadora de serviço do governo estadual. "Se eu fosse Sherlock Holmes, diria que o governador João Alves deixou sua impressão digital neste caso. Que interesse uma empresa prestadora de serviços ao governo estadual tem em divulgar uma matéria como esta da revista Veja, que todos sabemos tem um conteúdo extremamente eleitoral?", indagou o prefeito, ao informar que vai mandar um ofício ao governador João Alves explicitando sua posição em relação aos fatos ocorridos.
Edvaldo informou ainda que a PMA requereu da Revista Veja direito de resposta à matéria, já que em momento algum o prefeito Edvaldo Nogueira ou o ex-prefeito Marcelo Déda foram ouvidos. "Não há declaração de guerra ao governo, mas do mesmo jeito que eu respeito o governador como autoridade maior do Estado eleita pelo povo, ele tem que me respeitar como autoridade maior da capital. Este episódio reflete a exacerbação dos ânimos já antes do período eleitoral deste ano e, enquanto prefeito da capital, eu peço que não deixem a campanha deste ano descambar para este nível".

Idosa ganha batalha em plano de saúde

Por: A CRÍTICA

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão que pode abrir um precedente importante para os usuários de planos de saúde. Os ministros da 4ª Turma do STJ confirmaram por unanimidade que a Unimed Ribeirão Preto (SP) – Cooperativa de Trabalho Médico não poderia rescindir unilateralmente o contrato de uma cliente de 84 anos de idade que se recusou a pagar o reajuste determinado pela prestadora, alegando não ter condições financeiras.
Os ministros estudaram o caso e mantiveram a decisão anterior, definida pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo. Nessa instância, os juízes consideraram que dificilmente a idosa conseguiria aderir a um novo plano de saúde.
“Sendo a autora, Catharina Zema da Silva, octogenária, nascida em 1912, a prevalecer tal denúncia unilateral, certamente não teria a mesma possibilidade de ingresso em outra empresa similar, ficando, assim, desassistida de assistência médico-hospitalar, para a qual contribui desde 1992”, afirmou durante o julgamento no TJ o desembargador Ruy Camilo.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, considera a posição do STJ perigosa para as empresas. Ele avaliou que a decisão pode trazer impacto negativo para as operadoras.

Preso em SE estuprador denunciado no Programa Linha Direta

Por: Cinform


Justiça o condenou a 18 anos de prisão, mas ele conseguiu fugir para Tobias Barreto, onde construiu família e conseguiu um emprego
O foragido da Justiça Paulo Rocha dos Santos, 39 anos, foi preso na última sexta-feira, 12, no município sergipano de Tobias Barreto, depois de ter sua foto veiculada no programa Linha Direta, da Rede Globo, na quinta-feira. Ele é acusado de estupro e atentado violento ao pudor contra duas crianças de 5 e 8 anos de idade.O crime aconteceu em Itabuna-BA e Paulo Rocha foi condenado a 18 anos de prisão, mas conseguiu fugir antes mesmo de ser transferido para a Penitenciária de Salvador. Em Sergipe, ele casou, teve um filho e vinha levando uma vida normal, trabalhando há mais de quatro anos.Paulo foi denunciado por vizinhos da casa onde morava. Policiais de Tobias Barreto, sob o comando do delegado Kássio Viana, foram ao local e efetuaram a prisão. O estuprador também é suspeito de ser o autor de um homicídio que teve como vítima o filho de uma ex-cunhada. O crime aconteceu no dia 22 de junho de 2003. O garoto de apenas 11 anos foi encontrado morto a trezentos metros de casa com sinais de violência na região da cabeça.

Escuta do PCC: 'Matem o pessoal do PSDB'

Por: Rita Magalhães (Estadão)


Diálogo de criminosos determinou interrogatório de líderes da facção no Deic

"Matem o pessoal do PSDB. Os irmãos que não cumprirem a missão também ficam sujeitos à morte." Essa foi a ordem que a Polícia Civil interceptou na tarde de sexta-feira nos celulares de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A gravação provocou correria nas Secretarias da Administração Penitenciária e da Segurança Pública. Inicialmente, pensava-se que o crime organizado tinha ordenado o assassinato de autoridades políticas: governador e secretários de Estado. A interceptação telefônica levou o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, a pedir a intervenção do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) custodiar os oito principais líderes da organização, entre eles o número um, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. O objetivo era tentar identificar o mandante e os possíveis executores.
O tiro saiu pela culatra. Os líderes, transferidos para São Paulo anteontem, permaneceram calados e, duas horas depois da chegada de Marcola, os ataques foram deflagrados. Nessa hora, por volta das 20h30, constatou-se que as conversas dos criminosos faziam referência apenas a servidores da segurança pública.
ARROGÂNCIA
Convocado para uma conversa com o delegado Godofredo Bittencourt, Marcola, provocou: "Eu posso entrar numa delegacia e matar policiais. Vocês não podem entrar no presídio para me matar." A petulância do líder revoltou os policiais civis que fizeram a segurança do prédio do Deic. Armados de fuzis e metralhadoras, cerca de 50 policiais da elite da Polícia Civil fizeram vigília na frente do departamento para evitar ataques.
Algumas delegacias da periferia funcionavam com efetivo reduzido. No 40º DP (Vila Santa Maria), apenas um escrivão e dois investigadores trabalhavam. "Se os ladrões invadirem aqui, o que nós vamos fazer?", questionou um plantonista.
Amedrontados, os policiais se diziam alvos ambulantes dos criminosos. "Estamos assistindo ao massacre de nossos colegas e estamos de mãos atadas. O que nós podemos fazer? Sair à caça deles com a viatura de sirene ligada para morrermos também?", questionou indignado um policial.
Por volta de 1h30 de ontem, os secretários Nagashi Furukawa e Saulo Abreu convocaram uma reunião de emergência para definir medidas para pôr fim aos ataques. O encontro durou quase quatro horas.
Quando deixou a sala, o secretário da Segurança apresentou o saldo de 21 mortos, sendo 15 policiais e seis criminosos - números que iriam aumentar ao longo do dia. Naquela hora, em tom de alívio, Furukawa comentava que apenas dois presídios estavam rebelados - logo começaria a onda de rebeliões. A expectativa da polícia era que o cessar fogo ocorresse com o nascer do dia, mas os ataques continuaram, atingindo principalmente as cidades da região metropolitana e interior do Estado.

Alerta nos EUA para risco de suicídio ligado a antidepressivo

Por: Estadão

Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil
AP-AE
WASHINGTON - O antidepressivo Paxil pode elevar o risco de comportamento suicida entre jovens adultos, informam o fabricante, GlaxoSmithKline, e a FDA, órgão do governo americano que supervisiona o mercado de medicamentos e alimentos. O alerta foi feito numa carta aos médicos. O princípio ativo do Paxil, a paroxetina, é comercializado no Brasil como Aropax, Pondera e Cebrilin, entre outros nomes comerciais. A carta de alerta vem acompanhada por mudanças no rótulo do Paxil e do Paxil CR.
Uma análise recente de dados produzidos em testes clínicos de cerca de 15.000 pacientes tratados com Paxil ou pílulas de placebo revelou uma maior freqüência de comportamento suicida em jovens adultos tratados com a droga, de acordo com a carta. A FDA informa que houve 11 tentativas de suicídio - nenhuma resultando em morte - entre os pacientes que receberam Paxil nos testes. Apenas um dos pacientes que tomavam placebo tentou suicídio.
Dado o pequeno número, os resultados "devem ser interpretados com cautela", diz a FDA. Oito das 11 tentativas foram feitas por pacientes com idades entre 18 e 30. Todos os participantes do teste sofriam de problemas psiquiátricos, incluindo depressão grave.
Na carta aos médicos, o diretor de desenvolvimento clínico da GlaxoSmithKline para psiquiatria clínica da América do Norte diz que a companhia continua a crer que seus benefícios compensam os riscos. A FDA avisa que todos os pacientes tratados com Paxil, especialmente jovens adultos e os que estão apresentando sinais de melhora, devem ser monitorados de perto.
Em 2004, a FDA ordenou que avisos fossem colocados nos rótulos dos antidepressivos, alertando para o risco de suicídio infantil

Lula é violento com caseiro e fraquinho com Morales, diz Alckmin

Por: ChristianAlckmin desembarcou na madrugada de hoje em Salvador, em meio a uma disputa entre o PSDB e o PFL da Bahia pela campanha

SALVADOR - O pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin voltou a criticar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na questão da nacionalização do gás da Bolívia. "O governo Lula é violento com o caseiro, para acobertar a corrupção e fraquinho, fraquinho para defender os interesses do Brasil", disse Alckmin, à Agência Estado.
Ele se referia à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que testemunhou a presença do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na mansão da chamada República de Ribeirão Preto.
Alckmin está visitando as obras sociais de Irmã Dulce, em Salvador. Acompanham a visita o governador da Bahia, Paulo Souto, e o senador Antonio Carlos Magalhães, entre outros pefelistas.
Disputa entre PFL e PSDB
Alckmin desembarcou na madrugada de hoje em Salvador, em meio a uma disputa entre o PSDB e o PFL da Bahia pela campanha. Até ontem à noite a agenda oficial de Alckmin não incluía nenhum compromisso com os tucanos baianos. Foi dura a negociação entre o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), para acertar a agenda do candidato.
A briga local está em torno da candidatura do ex-prefeito pefelista de Salvador, Antonio Embassahy, que disputará o Senado pelo PSDB, contra o candidato de ACM, senador Rodolpho Tourinho. ACM não queria que Alckmin tivesse qualquer encontro com os tucanos que pudesse ser interpretado como apoio à candidatura de Embassahy.
Alckmin perdeu o vôo em São Paulo e sua chegada a Salvador, prevista para às 21 horas, acabou acontecendo pouco depois da meia-noite. Ainda assim, ACM e o governador Paulo Souto o recepcionaram no aeroporto. Temerosos de que o atraso irritasse o anfitrião, a assessoria de Alckmin informou ACM que a Varig havia cancelado o vôo. O único tucano presente na chegada de Alckmin foi o deputado João Almeida.
Hoje a programação do pré-candidato será toda com o PFL, a exceção de uma visita à sede do PSDB. Cauteloso, Alckmin evita comentar sobre a polêmica das duas candidaturas ao Senado. Disse apenas que os dois partidos estão conversando, e que a aliança está consolidada.

Lula reage com irritação frente a denúncias da Veja

Por: DiegoCasagrande

Confrontado por jornalistas com as revelações publicadas na última edição da revista Veja, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com irritação. "A revista não traz uma denúncia. Traz uma mentira. Eu considero isso um crime. A reportagem é de uma leviandade e grosseria que um ser humano comum não pode admitir, quanto mais um presidente da República", reclamou o petista.A Veja desta semana traz reportagem sobre o dossiê montado pelo banqueiro Daniel Dantas sobre contas dos chamados “cardeais” petistas – incluindo o próprio Lula –mantidas em paraísos fiscais no exterior. A revista reproduz documento na qual Lula aparece como beneficiário de US$ 38,5 mil.“Se tivessem me avisado antes que eu tinha 38 mil, eu tinha comprado um presente para a dona Marisa", procurou amenizar o presidente Lula. "Acho que houve uma total irresponsabilidade. Vocês conhecem alguns dos jornalistas citados e sabem o que eles têm feito ao longo dos meses no País. Eu não acredito que dentro da Veja haja uma única pessoa que tenha 10% da dignidade e da honestidade que eu tenho", proclamou."Vamos ser francos: a Veja tem alguns jornalistas que já há algum tempo vêm merecendo o Prêmio Nobel de Irresponsabilidade. Eu só posso considerar isso como um crime", acrescentou. Ao ser questionado sobre que providências pretende adotar contra a revista, Lula desconversou e afirmou que ainda não tinha lido a reportagem.

sábado, maio 13, 2006

Série de ataques causa 30 mortes em SP; polícia prende 16 suspeitos

Por: Lívia Marra (Editora de Cotidiano Folha Online
Entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã deste sábado, criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado de São Paulo. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa. As ações deixaram, no total, 30 mortos.Morreram 11 PMs --três deles não estavam trabalhando--, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 16 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco morreram em confrontos.
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capitalSomente na cidade de São Paulo, os criminosos promoveram 31 ataques: cinco no centro, três na zona norte, dois na zona oeste, oito na zona sul e 13 na zona leste.Segundo balanço da Secretaria da Segurança, as ações também ocorreram na Grande São Paulo --dois em Guarulhos, um em Santo André, um em Jandira e um em Jundiaí--, no litoral --dois no Guarujá e um em Cubatão-- e no interior --Araras, Campo Limpo Paulista, Itapira, Mogi Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d'Oeste, Várzea Paulista.ReaçãoA onda de ataques ocorreu após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior. A idéia era isolar a facção criminosa.Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências poderiam provocar "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo.""Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC."Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."PresídiosNa sexta, enquanto líderes da facção estavam no Deic, presos iniciaram rebeliões na penitenciária 1 de Avaré e na penitenciária de Iaras, ambas no interior.As ações criminosas ganharam proporção e os motins se espalharam, neste sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado. Das 23 unidades, 20 permaneciam rebeladas às 15h30. Há reféns.

Não diga, senadora!

`Por: Sabina

A senadora Heloísa Helena denunciou a existência de assassinos no PT, capazes de tudo pelo projeto de poder do partido. Talvez ela fale com conhecimento de causa.
Na última declaração da senadora Heloísa Helena à imprensa sobre as novas denúncias trazidas por Silvio Pereira, há uma acusação séria à conduta ilibada do partido hegemônico. Disse: “Do mesmo modo que existem petistas socialistas e honestos, também há [no PT] pessoas capazes de roubar, matar, caluniar e liqüidar qualquer um que passe pela frente, ameaçando seu projeto de poder". Chocados, diríamos “Ela está afirmando que há criminosos nos quadros do partido político mais ético da história universal. Escândalo!!!” Senadora, a senhora não teme por essa afirmação? Veja lá que a senhora está ameaçando o projeto de poder do PT! Estaria a senhora insinuando algo sobre Celso Daniel e as 6 testemunhas assassinadas? Ou seria sobre o Toninho de Campinas? Será que o PT não vai cobrar da senadora a responsabilidade por essa infamação? E agora, o que dizer às crianças que possuem a carteirinha do partido? E os velhinhos que acreditaram que o partido era de trabalhadores? Bom, uma coisa é certa. A senadora conhece esse tipo de conduta bem de perto. No seu partido, por exemplo. O fundador do PSOL, o senhor Achille Lollo agiu assim na Itália quando um gari, Mário Mattei ameaçou seu projeto de poder. O que fez Lollo? Incendiou o pequeno apartamento onde a família Mattei morava, matando dois filhos do casal. Foi condenado, aguardou um tempo, e fugiu para o Brasil. Senadora, a princípio nos chocamos com sua declaração mas vemos agora que o que a senhora afirma faz sentido. Não é chute, é conhecimento factual, diríamos. Senadores não saem por aí chutando. A senadora sabe bem como funciona a cabeça dos sociopatas socialistas, aqueles, os do mundo melhor. Passou pela frente, zás! Cuidado, senadora. Sabemos que a senhora é valentona. Mas o partido possui 7 milhões e 200 mil companheiros, como afirmaram na última semana, com receio do resultado da análise da OAB sobre o impedimento. Achille Lollo não poderia substituir a senhora, pense nisso.

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Morales nega expulsar Petrobras e fala com Lula amanhã

Por: FolhaNews

O presidente da Bolívia, Evo Morales, adotou nesta sexta-feira um tom menos ríspido, mas ainda crítico, em relação ao Brasil. Desta vez, ele negou que vá expulsar a Petrobras do país vizinho e afirmou que amanhã se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião, que não estava prevista na agenda oficial da viagem de Lula a Viena (Áustria), foi confirmada pelo Itamaraty. Ontem, na Áustria, onde participa de reunião de cúpula entre países europeus e latino-americanos, Morales havia dito que os contratos assinados com as empresas de petróleo, incluindo a Petrobras, eram "ilegais" porque nunca foram aprovados pelo Congresso. Também afirmou que essas empresas "contrabandeiam" combustíveis e ameaçou não indenizar a Petrobras pela transferência de suas empresas na Bolívia para o governo local. Hoje Morales disse que a Bolívia vai investigar se as empresas do setor "pagam impostos" ou se dedicam ao contrabando. Menos ríspido, também afirmou que "respeita" Lula, que acredita em uma solução pelo diálogo e que continuará a haver uma "sociedade" entre empresas e seu governo. Ele criticou, entretanto, o presidente, que, segundo o chanceler Celso Amorim (Relações Exteriores), teria ficado "indignado" ontem com as declarações de Morales. "Disseram que [Lula] está indignado, mas nós também poderíamos ficar indignados com as empresas que exploram nossos recursos naturais", declarou Morales. Segundo ele, a Petrobras e outras empresas continuarão em seu país, mas como "sócias" do Estado. Cartel Morales disse hoje que quer, um dia, que seu país faça parte da Opep (Organização dos países Exportadores), cartel que envolve os 11 maiores exportadores de petróleo do mundo. A Venezuela já é membro do grupo. "Gostaria que meu país fizesse parte fizesse parte do grupo de países exportadores de petróleo e hidrocarbonetos", disse Morales, referindo-se ao cartel. A Opep foi criada em 1960. Seus países-membros possuem 78 % das reservas mundiais de petróleo (dado referente a 2004) e respondem por 40 % da produção mundial e por quase metade das exportações mundiais. Além da Arábia Saudita e da Venezuela, são membros do grupo Argélia, Líbia, Nigéria, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuait e Qatar. O Gabão já foi membro, entre 1975 e 1995, e o Equador também, em 1993. A Opep busca unificar a política dos países membros sobre a administração do comércio do produto, através do controle de preços e do volume de produção.

Casamento de mulher de 92 anos comove Taubaté

Por: Agência Estado


O casamento surpreendeu até o diácono Ronaldo Ferreira, que vai celebrar a cerimônia, na tarde deste sábado (12), na Igreja de São Benedito, em Taubaté, no Vale do Paraíba. A professora aposentada Maria do Rosário Silva, de 92 anos e o também aposentado Jorge do Prado, de 72 anos, namoram há seis meses e decidiram se casar oficialmente na igreja e no civil. Foi a própria dona Maria que foi até a igreja para marcar a data. "Fiquei surpreso e feliz, pelo testemunho, pelo bom exemplo", disse Ferreira. Os dois viúvos se conheciam por morar no mesmo bairro, em casas próximas. Foi a bondade dele que conquistou o coração da professora. "Ele sempre passava em frente de casa e eu pedia pra ele trazer um pãozinho e aí a gente ficava conversando", relembra Maria "No começo eles diziam que eram amigos, se encontravam no portão de casa e depois assumiram o namoro", contam as filhas, que no início foram contra a decisão da mãe de namorar. "Eu fui contra, mas vi que a mamãe estava apaixonada e que o ‘seu Jorge’ era um homem bom", disse a filha Helena da Silva. "Agora mamãe está como uma adolescente, que arruma o primeiro namoradinho", conta a outra fiha Yolanda Kandratovich. A diferença de idade não foi obstáculo. Sem preconceito, Jorge não se importa em se casar com uma mulher 20 anos mais velha. "É melhor, dá menos trabalho. Eu espero que ela seja a pessoa certa pra minha vida", diz, animado. A idade só pesou na hora de escolher o vestido. "De noiva tradicional não. Vou com um vestido discreto que não posso mostrar. Só na hora, senão dá azar", brinca ela. O convite foi preparado pelos netos e a festa pelas filhas. "Se ela está feliz, nós também estamos".

PF prende 12 envolvidos em fraudes de licitações de prefeituras

Por: Folha OnlineA Polícia Federal prendeu hoje 12 pessoas acusadas de envolvimento em fraudes em licitações para obras públicas de prefeituras da Paraíba, no âmbito da "Operação Carta Marcada". Além dos mandados de prisão, a polícia cumpriu ainda outros 32 mandados de busca no Rio de Janeiro e Paraíba. A PF estima desvio de recursos públicos da ordem de R$ 10 milhões, mas a Receita Federal --que colaborou com a investigação- estima uma cifra da ordem de R$ 30 milhões.Os detidos pela PF são pessoas ligadas às empresas de fachadas utilizadas pela quadrilha para fraudar as concorrências públicas. Por enquanto, a polícia não levantou elementos que comprovem a ligação de funcionários públicos ou políticos no esquema. Ficou comprovado, no entanto, que um total de 54 prefeituras da Paraíba fizeram pagamentos às empresas ligadas à quadrilha, que atuava desde 2001.Segundo a PF da Paraíba, o grupo simulava concorrência nas licitações públicas por meio da criação de empresas de fachada, em nome de "laranjas". As concorrências envolviam obras públicas de calçamento e asfaltamento de ruas.As investigações duraram 3 anos e contaram com a participação da Receita Federal, Receita Previdenciária e Ministério Público Federal. Os suspeitos são acusados dos crimes de formação de quadrilha, fraudes em procedimentos licitatórios, sonegação fiscal, crimes contra a ordem tributária lavagem de dinheiro, corrupção ativa/passiva, crimes contra o sistema financeiro nacional e falsidade ideológica

PMDB define quórum e impõe derrota a Garotinho

Por: ANDREZA MATAISda Folha Online, em Brasília

A Executiva Nacional do PMDB decidiu hoje, por 12 votos a 2, que a decisão da convenção de amanhã será válida se tiver a presença de 50% mais um dos 528 convencionais do partido. A convenção vai decidir se o partido terá ou não candidato próprio à Presidência. Com isso, a convenção será considerada válida se tiver a presença de 265 convencionais. Votaram contra o presidente do diretório paulista do PMDB, o ex-governador Orestes Quércia, e o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Eles queriam que a presença de 2/3 dos convencionais (352). Cabral, ligado ao grupo do ex-governador Anthony Garotinho, já avisou que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para invalidar a convenção. Para ele, a convenção só poderia ser iniciada com 2/3 dos convencionais do partido.A atitude de Cabral expõe o racha interno do PMDB. A ala governista --liderada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL)-- quer derrubar a candidatura própria alegando que será mais fácil para fechar alianças nos Estados sem entrar na disputa presidencial. Mas o grupo ligado a Garotinho e Quércia defende a candidatura própria. A favor desse grupo está a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reconheceu a convenção do PMDB de 2004 que decidiu que o partido teria candidato próprio à Presidência. A mesma convenção definiu que a candidatura própria só poderia ser derrubada com 2/3 dos votos obtidos em encontro nacional do partido.Por outro lado, o STF (Supremo Tribunal Federal) mandou arquivar ontem mandado de segurança impetrado por um deputado do Rio que queria cancelar a convenção de amanhã.

Câmara quer enquadrar delegado da PF

Por: Tribuna da Imprensa

Policial terá de explicar vazamento dos nomes de deputados suspeitos de fraude
BRASÍLIA - Na tentativa de enquadrar a Polícia Federal, a Corregedoria da Câmara marcou para terça-feira o depoimento do delegado Tardelli Boaventura, que preside os inquéritos que apuram o desvio de verbas do Orçamento da União por parte de parlamentares e servidores do Legislativo e a atuação de uma quadrilha na venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras de todo o País.
A Corregedoria pretende cobrar do delegado de Cuiabá o vazamento dos nomes de pelo menos 80 deputados e do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) como suspeitos de envolvimento no desvio de verbas do Orçamento da União para a compra de 1 mil ambulâncias. De 2001 até agora, de acordo com a Polícia Federal, foram movimentados R$ 110 milhões para a compra de ambulâncias, dos quais pelos menos R$ 60 milhões teriam sido desviados.
Apesar do suposto envolvimento de mais de uma centenas de parlamentares com as irregularidades - a princípio, falou-se em 170, mas a principal testemunha, Maria da Penha Lino, que fora infiltrada no gabinete do então ministro Saraiva Felipe desde agosto de 2005, não conseguiu se lembrar do nome de todo mundo -, há um clima de revolta na Câmara por causa do vazamento dos nomes.
Maria da Penha optou pelo programa da delação premiada. Disse que o dinheiro para o pagamento dos parlamentares entrava na Câmara em cuecas, meias e malas. Ontem, a comissão da Câmara dos Deputados que investigará a suposta participação de deputados no esquema de compra ambulâncias superfaturadas começou a ouvir, em Cuiabá, os assessores que foram presos na semana passada pela Polícia Federal.
"Massacrado"
O líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna, que estava calado, manifestou-se ontem a respeito das suspeitas que pesam sobre ele. Disse que está sendo "massacrado pela mídia". Ele adiantou que apresentará a defesa na próxima terça ou quarta-feira e disse que já intermediou a compra de várias ambulâncias para as regiões mais carentes da Paraíba, não só por meio de emendas, mas também com recursos próprios.
Dos 223 municípios da Paraíba, disse, somente dois têm hospitais e equipamentos suficientes para atender a população local. Por isso, os prefeitos pedem tantas ambulâncias. "No meu primeiro mandato, foram 82 ambulâncias do meu próprio bolso e no segundo, mais 29 por meio de emendas, até mesmo para atender a resolução que determina que 30% dos gastos do Orçamento devem ser feitos na área da saúde", afirmou.
O senador informou ainda que não sabe quem é Maria da Penha, a assessora do Ministério da Saúde que era funcionária da Planam, a empresa que, de acordo com a Polícia Federal, chefiava o esquema. O nome dela foi apresentado ao Ministério da Saúde em ofício feito pelo deputado José Divino (PRB-RJ), da bancada do ex-governador Anthony Garotinho.
CPI representa contra advogado
BRASÍLIA - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, senador Efraim Moraes (PFL-PB), disse que levará à Mesa do Senado representação contra o advogado Iberê Bandeira de Mello, um dos defensores do ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira. Na madrugada de ontem, ao deixar a Polícia Federal, onde seu cliente prestou depoimento, Bandeira de Mello qualificou de "palhaçada" a forma como os integrantes da CPI dos Bingos interrogaram Silvinho, na quarta-feira.
Durante a sessão da CPI, o senador Demósthenes Torres (PFL-GO) perguntou a Silvio Pereira se ele era "doido". Outros senadores, como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), criticaram Silvinho por ele apresentar, ao mesmo tempo, memória muito boa para os fatos que deseja relatar e amnésia para aquilo que não lhe interessava.
Nas críticas que fez à CPI, Bandeira de Mello, que tem 66 anos, disse que a CPI é formada por um bando de velhos. "Eu sentei ali e vi aquele bando de velhos, aquilo foi uma palhaçada", disse o advogado. "A Mesa do Senado vai representar contra o advogado, que terá de confirmar em juízo se falou ou não que a CPI é uma palhaçada", insistiu Efraim.
Já o relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que Bandeira de Mello "desrespeitou o Senado porque a CPI é uma extensão da Casa". "O advogado tem de entender que os senadores agem de acordo com a Constituição. Acho que ele não estava preparado para ir à CPI, mesmo como advogado", afirmou. Garibaldi também defendeu uma ação do Senado contra o advogado de Silvinho.
Durante o depoimento, na quarta-feira, Silvinho apresentou seus novos advogados. Até o dia anterior, seu defensor era Arnaldo Malheiros, contratado pelo PT. Malheiros também defende o ex-deputado José Genoino. Ele se afastou de Silvinho por considerar que, na entrevista a "O Globo", no domingo, o ex-secretário petista emitiu juízo de valor que o pôs em choque com alguns dos clientes, como Genoino.
Na entrevista, Silvinho disse que quem mandava no PT eram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, José Genoino e o senador Aloizio Mercadante. Silvinho disse ainda que o plano do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza era arrecadar R$ 1 bilhão para si e para o PT durante o atual governo.

Mais amnésia: "Não conheço nenhum Acre"

Por: Tribuna da Imprensa

VIENA - "Que Acre? Não conheço nenhum Acre", disparou o presidente da Bolívia, Evo Morales, ao final de entrevista concedida ontem em Viena. A crise de amnésia, proposital, ocorreu quando Morales foi cobrado pelos jornalistas por não ter respondido se a devolução do Acre à Bolívia seria uma nova contenda territorial de seu país, a exemplo da região ao Norte do Chile.
Na quinta-feira, na mesma sala 18 do Centro de Imprensa da 4ª Cimeira União Européia-América Latina-Caribe, Morales lembrou-se do Acre, e como um exemplo de "espoliação". Segundo ele, o território havia sido comprado pelo Brasil por "um cavalo".
Só há uma similaridade entre a lembrança e o esquecimento de Morales: a incorreção. Nos documentos históricos, o Acre passou a figurar no território brasileiro em 1903, ao final de uma negociação conduzida pelo patrono da diplomacia do Brasil, o Barão do Rio Branco, ao custo de 2 milhões de libras esterlinas e de uma indenização de 150 mil libras à companhia que dominava a região.
Claro, na verdade, a amnésia de ontem foi induzida por um dos assessores de Morales, que lhe passou um bilhete com letras garrafais: "A última pergunta do Brasil não deve ser respondida".
Coca e Cana
Inventivo em sua primeira participação em uma reunião de chefes de Estado, Morales informou à imprensa não ter ficado satisfeito com a condenação da produção de coca e cocaína acrescentada na declaração final da Cimeira de Viena. O ex-líder cocaleiro defendeu que a plantinha, no seu estado natural, "nunca matou ninguém" e não poderia, portanto, ser incluída na lista de ilícitos e venenosos. "Se é preciso penalizar a coca, seria preciso também penalizar a cana, a cevada e a uva", defendeu.

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