Publicado em 24 de agosto de 2024 por Tribuna da Internet
Pedro do Coutto
As novas projeções populacionais divulgadas pelo IBGE com base no Censo 2022 mostram que a população brasileira está envelhecendo mais rapidamente do que se esperava e vai começar a diminuir em 2042, e chegará a 2070, último ano da projeção, com menos habitantes do que temos hoje: 199,2 milhões, contra os 203 milhões atuais. A faixa etária de 60 anos para cima será a maior a partir de 2042, chegando a 2070 representando quase 40% da população.
Segundo a secretária Nacional de Planejamento do Ministério do Planejamento e Orçamento, Virgínia de Ângelis, os dados impõem desafios aos governos nos próximos anos. Segundo ela, as mudanças na demografia vão pressionar não só o regime de aposentadoria, mas os serviços de saúde e educação.
IMPACTO – “A mudança na curva demográfica do Brasil impacta profundamente a prestação de serviços de saúde, educação e o sistema previdenciário. Também incide sobre o tamanho e a composição da população economicamente ativa e deve afetar a distribuição da população nas regiões brasileiras”, afirma, em nota.
Segundo ela, o resultado da pesquisa do IBGE requer um planejamento de longo prazo, integrando diversas políticas públicas: “A resposta a esses desafios requer um planejamento de longo prazo capaz de integrar e orientar diferentes políticas públicas – sociais, de emprego, renda, produtividade, previdência e infraestrutura”, acrescentou.
DESPESA – O levantamento conclui que o fenômeno previsto acarretaria uma despesa previdenciária acima do possível porque o INSS estaria afetado com essa situação. Porém, está equivocada a conclusão e a projeção de especialistas sobre a questão.
O que deve preocupar o governo é o fato de que é preciso que se tenha desenvolvimento capaz de assegurar emprego para os jovens. Funcionando em pleno emprego e com o desenvolvimento da economia, a contribuição para a Previdência Social aumenta na mesma proporção.
Não é o envelhecimento populacional que afeta as contas públicas, mas a falta de desenvolvimento econômico e o pleno emprego. Não adianta criar um caráter alarmista sobre dados que podem estar sendo tratados de forma parcial, sem a devida conjugação de todos os fatores envolvidos.