quarta-feira, maio 31, 2023

Vergonha! GSI de Lula falsificou relatório à comissão de inteligência do Congresso


O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias

General Gonçalves Dias foi demitido do GSI por Lula

Malu Gaspar
O Globo

Um conjunto de documentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o 8 de janeiro entregues ao ministro do Supremo Alexandre de Moraes e exibidos nesta tarde aos parlamentares da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional promete incendiar a CPI sobre os ataques às sedes dos Três Poderes.

O material é composto por dois relatórios da Abin sobre o episódio, e a comparação entre eles mostra que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula, então comandado pelo general Gonçalves Dias, adulterou o primeiro relatório de inteligência enviado ao Congresso e retirou do documento os registros de que o general foi informado por mensagens enviadas para seu celular dos crescentes riscos de tumulto e de invasão de prédios públicos.

REUNIÃO SECRETA – A informação foi confirmada à equipe da coluna por parlamentares que tiveram acesso nesta tarde aos dois documentos, numa sessão secreta da CCAI. Os documentos também deverão ser encaminhados à CPI do 8 de janeiro.

Os parlamentares constataram que o primeiro documento, entregue à comissão no dia 20 de janeiro e assinado pelo diretor-adjunto de Gê Dias, Saulo Moura da Cunha, não traz os onze alertas que o ministro recebeu no próprio telefone celular entre 6 e 8 de janeiro sobre a movimentação dos golpistas.

Só que esses mesmos alertas constam de uma outra versão do mesmo documento, enviada pela mesma Abin à mesma comissão, só que em 8 de maio passado – agora com o GSI já sob o comando de outro general, Marco Antonio Amaro dos Santos.

HOUVE DUAS VERSÕES – A primeira versão do documento foi enviada ao Congresso por requisição da própria CCAI, logo depois dos atos golpistas. Já a segunda foi entregue por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República.

No último dia 4, Moraes não só mandou que a Abin e a PM do DF fornecessem os relatórios à PGR como também determinou que a comissão do Senado enviasse todos os relatórios de inteligência que recebeu das autoridades.

Na segunda versão do documento, assinada pelo atual diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, aparecem 11 envios de alertas ao celular do ministro Gê Dias – incluindo três mensagens enviadas só a ele.

PROVA CONTUNDENTE – Lidas em sequência, elas não deixam dúvidas de que a percepção dos agentes de inteligência do próprio governo identificaram o “risco de ações violentas contra edifícios públicos e autoridades”.

Diz o documento enviado no dia 6 de janeiro às 19h40m: “Destaca-se a convocação por parte de organizadores de caravanas para o deslocamento de manifestantes com acesso a armas e a intenção manifesta de invadir o Congresso Nacional. Outros edifícios da Esplanada dos Ministérios poderiam ser alvo das ações violentas.”

A mensagem seguinte, do dia 7, informa que 18 ônibus de outros estados chegariam a Brasília no dia 8 para engrossar o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. E acrescenta: “Mantêm-se convocações para ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos, principalmente na Esplanada dos Ministérios”.

SÓ O GENERAL SABIA – Uma das mensagens que só Gê Dias recebeu foi enviada na manhã do próprio dia 8, alertando que cem ônibus já haviam chegado a Brasília para os atos.

O general Gonçalves Dias pediu demissão depois que a CNN exibiu alguns vídeos gravados pelas câmeras do interior do Palácio do Planalto no momento da invasão. Nas imagens, que antes haviam sido colocadas em sigilo pelo próprio ministro do GSI, ele aparece perambulando pelo Palácio sem tomar nenhuma atitude em relação aos invasores, enquanto alguns funcionários indicam a saída aos golpistas.

O ministro também negou em depoimento à Polícia Federal ter recebido alertas da Abin sobre os riscos de invasão e ataques aos edifícios-sede dos Três Poderes.

MAIS MENTIRAS – O ministro continuou negando ter recebido os alertas na semana seguinte, quando a Folha de S. Paulo publicou em primeira mão o conteúdo dos alertas.

As negativas do ministro vinham intrigando os investigadores da Polícia Federal e integrantes da própria Abin, que conheciam apenas o conteúdo dos relatórios originais e não sabiam que o material entregue ao Congresso havia sido adulterado.

A comparação dos dois documentos, feita agora, ajuda a esclarecer por que Gê Dias manteve a versão de que não recebeu nenhum aviso.

CONTRADIÇÕES – O relatório de inteligência foi produzido pela Abin entre os dias 2 e 8 de janeiro e contém uma extensa tabela com três colunas. A primeira indica a data e o horário do envio; a segunda, o conteúdo das mensagens; e na terceira coluna aparecem os nomes contatos de quem recebeu cada mensagem.

Parlamentares que tiveram chance de analisar as duas versões do documento na sala-cofre da CCAI afirmam que a diferença nas duas versões é muito evidente. Mas não é possível saber ou inferir, apenas pela observação, quem no GSI suprimiu as informações e como isso foi feito.

A cúpula da Abin também participou da reunião secreta da CCAI desta tarde e tomou conhecimento da divergência entre os documentos.

NA CPMI DO 8/1 – A adulteração dos documentos oficiais pelo GSI de Lula, porém, tem tudo para se tornar o primeiro grande foco de investigação da CPMI do golpismo de 8 de janeiro, que abriu seus trabalhos nesta quinta-feira em um plenário do Senado e já soma quase 500 pedidos de requerimentos para ouvir autoridades ligadas ao 8 de janeiro, entre outras solicitações de quebra de sigilo.

Desses, cerca de 300 pedidos foram apresentados pela oposição bolsonarista, e o principal alvo é justamente Gê Dias. Já são 13 requerimentos pedindo a convocação do general.

Procurei, nesta tarde, o advogado de defesa do ex-ministro Gonçalves Dias, assim como o diretor-adjunto da Abin, Alessandro Moretti, e Saulo Moura da Cunha, mas não tive retorno até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto aos citados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Um general que envergonha o Exército e tira o brilho das quatro estrelas que indevidamente recebeu. Um militar sem palavra não devia nem passar na frente do quartel. (C.N.)


Crise no PT: Lindbergh, namorado de Gleisi, diz que líder do PT é ‘ditadorzinho de merda’


Gleisi Hoffmann e Lindbergh são ameaçados e provocados em bar do DF |  Metrópoles

Lindbergh e Gleisi, um amor em situação de dissidência

Sarah Teófilo
Metrópoles

As sucessivas derrotas do governo no Congresso Nacional têm demonstrado que a falta de articulação política é um problema enorme a ser enfrentado pelo Palácio do Planalto. Mas essa não é a única questão. Na base do governo, o clima não é dos melhores entre figuras bastante próximas do presidente Lula.

O deputado Lindbergh Farias, namorado da presidente do PT e também deputada Gleisi Hoffmann, tem disparado adjetivos pouco ou nada lisonjeiros contra o líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu, filho de José Dirceu, o ex-todo-poderoso ministro de Lula que foi condenado no escândalo do mensalão.

CPMI do 8/01 -Pelos corredores da Câmara, Lindbergh tem chamado Zeca Dirceu de “ditadorzinho de merda”. O ataque se deve, especialmente, à decisão do líder petista de não incluí-lo entre os deputados do partido indicados para integrar a CPI Mista que vai investigar os atos golpistas de 8 de janeiro.

Lindbergh queria integrar a comissão, mas acabou ficando de fora. O motivo declarado é a postura crítica do namorado de Gleisi ao projeto do arcabouço fiscal enviado à Câmara pelo governo Lula. Lindbergh, porém, não engole a explicação. E culpa Zeca Dirceu por ter sido escanteado na CPI.

A relação entre os dois deputados, ambos donos de ótima relação com Lula, já não é boa há algum tempo. No começo do ano, Lindbergh chegou a disputar com Zeca o posto de líder do PT. Desde então, o ambiente é de desavença. Nas últimas semanas, porém, a crise escalou.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Muitas dúvidas? Vocês acreditam que Lindbergh Farias assume essa dissidência com ou sem conhecimento/autorização de Gleisi Hoffmann, presidente do partido? Os dois namorados estão juntos nisso ou cada um opera isoladamente e à noite pergunta: “Você foi a favor ou contra hoje”? Presidente de partido, como Gleisi, pode ser dissidente? Em tradução simultânea, tudo isso mostra que o governo está uma bagunça e o PT, idem(C.N.)  

Presidencialismo de coalizão sofreu mudanças que travam o governo Lula

Publicado em 31 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

Blog do Guara: Política: Presidencialismo de coalizão e fisiologismo  incontrolável

Charge do Edra ( Arquivo Google)

Celso Rocha de Barros
Folha

Na última terça-feira (23), Lula foi ao Congresso e teve uma grande vitória: o novo regime fiscal foi aprovado com votação esmagadora. No dia seguinte, Lula voltou ao Congresso e levou uma surra. Em um único dia, o Parlamento esvaziou ministérios de Lula, retirando competências das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, aprovou urgência para a votação do marco temporal para demarcação de terras indígenas e liberou uma mutreta que permite desmatar a mata atlântica.

Lula não foi apresentado ontem ao presidencialismo de coalizão brasileiro, em que o presidente se elege sem maioria parlamentar e tem que formá-la distribuindo cargos e verbas. Já administrou o sistema por oito anos e sobreviveu. O que mudou?

REPARTIR RECURSOS – Alguns críticos apontam problemas em sua gestão atual do modelo. Por exemplo, o governo pode ter aceitado o fatiamento do Meio Ambiente para evitar o fatiamento da Casa Civil, que controla muito mais recursos. Se for o caso, isso reforça a tese do cientista político Carlos Pereira, que vem insistindo que Lula precisa repartir de maneira mais proporcional os recursos do governo entre seus aliados.

Por outro lado, há duas diferenças notáveis entre o Congresso que Lula encontrou agora e seu vizinho de praça dos três Poderes de 2003.

Para o cientista Sergio Abranches, criador do conceito de “presidencialismo de coalizão”, “o modelo entrou em crise nos últimos anos, mas os presidentes continuam se elegendo sem maioria parlamentar”.

PRESIDENTE FRACOS – O Congresso acumulou poder durante a sequência de presidentes fracos (Dilma, Temer e Bolsonaro) e não quer devolvê-lo a Lula ou a qualquer outro chefe do Executivo.

Como Arthur Lira já deixou claro, os parlamentares querem que um pedaço maior do Orçamento seja distribuído sob a forma de emendas parlamentares, e não gastos em políticas públicas do governo federal. Isso diminui a eficácia de políticas de caráter estratégico, de longo prazo, e joga mais recursos para a política regional, em que a fiscalização da imprensa e das autoridades é menor.

Além disso, o Congresso parece mais ideologizado. Não por acaso, o grande sucesso de Lula no Congresso foi o regime fiscal, que não é tão restritivo quanto a maioria conservadora queria, mas reflete concessões importantes da esquerda. Já as derrotas do governo foram em meio ambiente, direitos indígenas e combate às fake news, pautas em que é a direita que não quer ser submetida a qualquer limite.

À ESPERA DO PODER – Parte desse problema é conjuntural: há uma disputa pelo posto de rival de direita do PT nas disputas presidenciais, posição que por muitos anos foi do PSDB. O cientista político Fernando Limongi nota que os partidos de direita que antes aderiam a qualquer governo (PP, PL, Republicanos, etc.) agora cogitam esperar a próxima eleição presidencial para assumir o poder, dificultando a formação da nova maioria.

No longo prazo, pode ser bom que partidos como o PL, o PP ou o PSD procurem adquirir identidades ideológicas mais claras conforme cresçam e se tornem rivais do PT nas eleições presidenciais.

No curto prazo, porém, Lula vive no pior dos mundos: um Congresso ainda sem ideologia suficiente para dispensar a distribuição de cargos e verbas, mas já ideológico o suficiente para barrar propostas de esquerda, inclusive as boas.

 

Lula procura Lira e a ordem é “nomear e pagar” para findar crise com Congresso

Publicado em 31 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

Câmara usa votação do Marco Temporal para dar recado duplo: um para Lula, outro ao STF; leia análise

Lira, presidente da Câmara, é vaidoso e já não cabe em si…

Julia Lindner
Estadão

Integrantes do Palácio do Planalto veem apenas uma saída para o impasse com o Congresso: pagar as emendas parlamentares e destravar as nomeações políticas nos Estados e ministérios. Os dois pontos são alvos de críticas por parte de congressistas, que reclamam de acordos não cumpridos pelo governo.

O assunto virou tema da reunião de emergência convocada por Lula (PT) com os ministros palacianos para tratar da MP dos Ministérios, que teve que ser adiada ontem e está prestes a perder validade.

LULA E LIRA – Após o encontro, Lula também ligou para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em um esforço para conter as insatisfações no Congresso.

Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha foi pessoalmente ao encontro de Lira, que reuniu líderes na residência oficial pela manhã para tratar do mesmo assunto. Foi Padilha o responsável por colocar Lula em contato com o presidente da Câmara.

Segundo aliados de Lira, o alagoano disse a Lula que cabe ao governo organizar a sua base de apoio e que não pode arcar sozinho com as derrotas em plenário.

REUNIÕES PERIÓDICAS – Parlamentares e ministros da base aliada defendem que Lula faça reuniões periódicas com líderes partidários para ficar mais próximo da articulação política, que tem sido relegada por ele.

A ideia foi defendida diretamente ao presidente, na semana passada, por senadores do MDB que apoiam o governo.

Em outra frente, presidentes de partidos da base aliada também já sugeriram que gostariam de se reunir com Lula a cada 15 dias para estreitar a relação.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Conforme já afirmamos aqui na Tribuna da Internet, o semipresidencialismo idealizado por Arthur Lira vai de vento em popa. Já está em vigor há tempos, mas fora do Planalto ninguém sentiu, não doeu nada… (C.N.)