Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, agosto 07, 2022

Ao unir apoiadores e militares, Bolsonaro usa o desfile como “arma” de intimidação política


Desfile de tanques desta terça-feira foi recusado pelas Forças Armadas em  2020 e levou à demissão da cúpula militar - Brasil 247

Uma festa cívica agora é transformada em desfile político

Bruno Boghossian
Folha

Se acreditasse que o caminho para ficar no poder é vencer no voto, Jair Bolsonaro não precisaria ter convocado os militares para o comício que pretende fazer no próximo 7 de Setembro. Na semana passada, o presidente anunciou que vai misturar o tradicional desfile das tropas com uma reunião de apoiadores prevista para Copacabana no feriado.

Em busca de sobrevivência política, Bolsonaro confia na lógica da intimidação. O presidente já disse mais de uma vez que seus eleitores devem dar o que ele descreve como “recado” para instituições como o STF e o TSE.

BATER CONTINÊNCIA – Para isso, ele espera ver nas ruas os grupos mais afinados com sua retórica conspiracionista batendo continência para militares.

Mas Bolsonaro não busca uma mera demonstração de apoio popular no 7 de Setembro. Ele parece mais interessado em fazer com que o mundo político e os tribunais acreditem que há gente disposta a usar a força ou fazer tumulto em sua defesa.

O presidente trabalha para criar a impressão de que os militares e seus seguidores mais fiéis se preparam juntos para isso. Na convenção do PL, depois de convocar os bolsonaristas para os atos do feriado, ele ofereceu uma espécie de pacto para unir os dois campos. “Nós, militares, juramos dar a vida pela pátria. Todos vocês aqui juraram dar a vida pela sua liberdade”, declarou.

ÚLTIMAS ARMAS – O 7 de Setembro é uma das últimas armas de Bolsonaro antes do fim do mandato. Se não conseguir reverter a desvantagem que tem nas pesquisas até lá, o presidente deverá usar a ameaça de golpe para manter seus apoiadores engajados em busca de votos. Em última instância, ele pode emparedar as instituições para obter uma saída negociada do poder em condições vantajosas.

É uma jogada que tem seus riscos. Ainda que consiga levar muita gente para Copacabana, Bolsonaro precisaria manter algum nível de mobilização pelas semanas seguintes para atingir seu objetivo.

Se nem isso der certo, pode ficar claro para o país que aquele é o ato de exibição de uma força que ele não tem.


Em destaque

Caras jornalistas, caros jornalistas,

c , Caras jornalistas, caros jornalistas, Nesta próxima sexta-feira, 26 de abril, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) vai ter eleições...

Mais visitadas