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domingo, fevereiro 20, 2011

Nas revistas: A frente gay no paredão do Congresso

Época

A frente gay no paredão do Congresso

A chegada do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), primeiro gay assumido a levantar a bandeira do movimento, provocou agitação no Congresso. Liderado pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), um grupo começa a se alinhar em uma bancada informal antigay. Ela é formada por deputados da Frente Evangélica, somados aos da Frente da Família e a outros que compartilham a contrariedade em ver a discussão sobre direitos homossexuais avançar.

Wyllys começou seu mandato na ofensiva. Ele vai propor um projeto de lei que institui o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em vez de insistir apenas na regulamentação da “união civil” – termo adotado por alguns integrantes do movimento gay, para evitar a discussão no campo religioso. “Tem de ser casamento civil porque é o mesmo direito para todos”, afirma. “Quando um cônjuge morre, o parceiro da união estável só tem direito a herança se não houver nenhum herdeiro direto. Já no casamento, ele é herdeiro direto.” Sua primeira ação, como deputado, foi recolher assinaturas para a Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Jean Wyllys: “O movimento GLBT chegou”

ÉPOCA – Qual é a pauta da Frente GLBT?
Jean Wyllys – A defesa do projeto Escola Sem Homofobia. Também vou protocolar o projeto do casamento civil (entre pessoas do mesmo sexo). Não é “casamento gay”. Isso provoca equívoco quanto à noção do sacramento. O Estado é laico, e o casamento é um direito civil. Se os homossexuais têm todos os deveres civis, então têm de ter todos os direitos. E tem o projeto que criminaliza a homofobia, desarquivado pela senadora Marta Suplicy, parte da Frente no Senado.

ÉPOCA – Como é a reação a suas ideias?
Wyllys – Meu Facebook foi tirado do ar em uma ação orquestrada. É natural que minha presença na Câmara provoque uma reação. O movimento GLBT chegou ao Congresso.

ÉPOCA – Como vê a reação contra o programa que combate a homofobia na escola?
Wyllys – É uma ignorância que persiste por má-fé. O material não ameaça os valores cristãos. Pelo contrário, ele assegura algo que é valoroso para os verdadeiros cristãos: o valor da vida e o respeito ao outro. Quem fala o contrário, fala por má-fé, porque não quer ver seus espaços de poder ameaçados.

Jair Bolsonaro: “Vamos fazer de tudo para enterrar”

ÉPOCA – Como vê a criação da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT?
Jair Bolsonaro – O primeiro passo para desgraçar um país é mexer na célula da família. Eles vão atacar agora o ensino fundamental, com o “kit gay”, que estimula o “homossexualismo” e a promiscuidade. Tem muito mais violência no país contra o professor do que contra homossexuais. Quando eles falam em agressões, é em horário avançado, quando as pessoas que têm vergonha na cara estão dormindo. A regra deles é a porrada e querem acusar nós, os normais, os héteros.

ÉPOCA – O senhor não teme estimular a violência com essa retórica?
Bolsonaro – Negativo. Só quero que a opção sexual se revele na intimidade do quarto, não obrigar um padre a casar um gay. O bigodudo vai dar um beijo na boca do careca, na frente dos convidados, e isso é legal?

O crédito que faz diferença

Lilian Prado, do Projeto Acreditar, com o cheque que simboliza uma doação no valor de R$ 200 mil. À direita, jovens artesãos beneficiados pelo programa de microcrédito desenham estampas para camisetas em um ateliê de Glória do Goitá, em PernambucoLilian Prado é uma jovem tímida, que fala baixo e evita chamar a atenção para si. Quando criança, ajudava os pais na roça plantando mandioca, milho e feijão, na cidade de Glória do Goitá, no interior de Pernambuco. Hoje, aos 26 anos, gerencia um programa de microcrédito no mesmo local e em mais oito municípios. Ele foi batizado de Acreditar, verbo que está impregnado na vida de Lilian e de muitos como ela. Mas, ironicamente, Lilian duvidou da vitória quando soube que seu projeto era um dos dez finalistas do Projeto Generosidade 2010. “Havia tantos outros projetos bons que achei que o nosso não seria escolhido”, afirma. “Foi uma surpresa muito boa. Eu comecei a chorar.”

Ao receber a doação de R$ 200 mil, na segunda-feira, numa cerimônia na sede da Editora Globo, em São Paulo, Lilian fez um discurso improvisado. “Traz mais emoção”, disse. Explicou que o projeto foi criado para evitar que os mais novos deixassem as áreas rurais. “Ninguém queria viver da agricultura porque ela não dá futuro. Então, a gente resolveu aceitar os sonhos dos jovens e também os das mulheres.” Esse sonho era de montar o próprio negócio, empregar a família e engordar a renda. O foco nos jovens foi um dos fatores que garantiram a vitória ao Acreditar. “São eles que constroem o futuro da comunidade. Precisam de apoio para tanto”, diz Bizuka Corrêa, coordenadora do Generosidade. Outro diferencial foi a preocupação com a formação do tomador de empréstimo. Antes de o dinheiro ser liberado, é feito um estudo sobre a viabilidade do negócio. Depois, o empreendedor é acompanhado de perto, até se tornar experiente.

Quase fiel

Carlos Lupi sofreu pressão de Dilma para enquadrar o PDT. No final, o partido rachouA presidenta Dilma Rousseff venceu o primeiro teste de fidelidade da base parlamentar de seu governo. Na madrugada da quinta-feira da semana passada, a Câmara aprovou com folga a nova lei que eleva o salário mínimo para R$ 545 a partir de março e cria regras para os reajustes dos próximos quatro anos. Como costuma acontecer em inícios de governo, o Planalto passou o trator no plenário. Na principal votação, o governo teve o apoio de 361 deputados contra 120 da oposição. O painel eletrônico registrou duas surpresas: a fidelidade integral dos 77 deputados do PMDB, um partido tradicionalmente dividido entre governo e oposição, e a grande dissidência no PDT, legenda do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o auxiliar de Dilma encarregado de propor regras para a política salarial do país.

Até o início da semana, Lupi se recusava a defender publicamente a proposta do governo. Na segunda-feira, Dilma convocou Lupi, que também é presidente nacional licenciado do partido, e solicitou empenho no enquadramento do PDT. Lupi obedeceu e chamou a bancada para uma reunião. O encontro expôs ainda mais as divergências do partido. O líder na Câmara, Giovanni Queiroz (PA), propôs que a bancada votasse no mínimo de R$ 560 e ignorasse os cargos ocupados no governo. Único representante do PDT na Esplanada, Lupi não gostou, e os dois tiveram uma discussão inflamada. No final, ficou decidido que uma parte da bancada votaria com o governo para ajudar o ministro.

A queda do policial-chefe

O ex-chefe da polícia do Rio Allan Turnowski, após depor na PF. Ele nega as acusações, recebeu apoio de delegados e elogio do governador
Com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), as autoridades do Rio de Janeiro conseguiram o que para muitos parecia impossível: começar a livrar favelas do domínio de traficantes. Dentro de casa, porém, a faxina parece mais difícil. Na semana passada, mais um chefe da Polícia Civil caiu suspeito de corrupção. Nos últimos cinco anos, três chefes deixaram a corporação pela porta dos fundos. Em todos os casos, foi necessária uma investigação da Polícia Federal (PF) para que esses agentes fossem denunciados. O Rio vive um momento único em termos de segurança. O índice de homicídios é o mais baixo desde 1991. Mas parte da polícia mantém os mesmos vícios de décadas atrás.

O novo policial denunciado é Allan Turnowski, que deixou o cargo na terça-feira. Seu grupo começou a ser investigado no fim de 2009. Naquela época, a PF montou uma operação para prender o traficante Roupinol, da Rocinha. Horas antes da entrada dos agentes na favela, o bandido recebeu, por SMS, uma mensagem informando que ele poderia ser preso. O suspeito do vazamento era o delegado Carlos Oliveira, ex-subchefe de polícia e braço direito de Turnowski, preso na semana passada durante a operação da PF.

Em busca de uma aliança

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exibe camisa da Seleção Brasileira autografada, na Itália, em 2009. Ele vai visitar o cenário do filme preferido de sua mãe O Brasil e os Estados Unidos viveram, nos últimos três anos, situações opostas. Maior potência mundial há mais de 60 anos, berço da economia com maior capacidade de inovação no mundo, os Estados Unidos vivem um período econômico difícil desde 2008. Os efeitos da crise financeira mundial, associados ao crescimento voraz e avassalador da China, abalam a hegemonia americana. Por seu lado, o Brasil vive um período de prosperidade. Foi o primeiro país a se livrar dos efeitos da crise e atingiu um dos maiores índices de crescimento econômico do mundo. Em tempos de crise também na Europa, o Brasil é reconhecido como uma potência mundial emergente. Nos dois últimos anos de governo Lula, que coincidiram com os primeiros de Obama na Casa Branca, as relações entre o Brasil e os Estados Unidos sofreram vários abalos (leia o quadro abaixo). Com a mudança de governo no Brasil, Dilma empreendeu mudanças na política externa. A principal guinada é uma tentativa de reaproximação com os EUA, que já se traduziu em uma atitude menos condescendente do governo brasileiro em relação ao Irã.

É nesse novo contexto que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, desembarcará no Brasil em março para estabelecer um novo tipo de relação entre os dois países. Obama passará dois dias no Brasil. Em sua chegada, na sexta-feira 18, Obama participará de uma reunião do grupo que reúne presidentes de grandes empresas do Brasil e dos Estados Unidos. O grupo é presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. No dia seguinte, Obama se reunirá com Dilma e ainda almoçará e jantará com ela. Os dois assinarão acordos e tratados comerciais. No domingo, Obama visitará o Rio de Janeiro, onde cumprirá um roteiro sentimental. Ele visitará o Morro Chapéu Mangueira, de grande significado para sua vida. Na década de 1950, o Chapéu Mangueira foi cenário do filme Orfeu negro, do cineasta francês Marcel Camus. Em sua autobiografia, A origem dos meus sonhos, Obama conta que sua mãe, Stanley Ann Dunham, se apaixonou pelo filme ao vê-lo em 1959. Anos depois, Obama viu o filme ao lado da mãe e percebeu o fascínio dela pela obra.

Thomas Shannon: “Manipular a moeda está errado”

QUEM É
Diplomata de carreira, é embaixador dos Estados Unidos no Brasil desde fevereiro de 2010. É casado e tem dois filhos

O QUE FEZ
Doutorou-se em ciência política pela Universidade de Oxford (Reino Unido). Foi assessor especial da Embaixada em Brasília (1989-1992) e secretário de Estado adjunto para o Hemisfério Ocidental (2005-2009)
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, deixou escapar uma palavra em português durante a entrevista que concedeu a ÉPOCA na embaixada, em Brasília: inédito. Foi assim que ele definiu o pacote oferecido pela Boeing ao governo brasileiro para tentar vencer a concorrência na renovação da frota de caças da Força Aérea. É claro que o presidente americano, Barack Obama, não vem ao Brasil em março falar apenas de caças. Depois de divergências significativas entre Brasil e Estados Unidos durante o governo Lula, Shannon considera a visita um marco nas relações entre os dois países e um sinal do “respeito americano pela presidenta Dilma Rousseff”. A seguir, os principais trechos da entrevista.

ÉPOCA - Por que Obama vem ao Brasil?
Thomas Shannon – Será sua primeira viagem à América do Sul. E a primeira parada será o Brasil. É um claro sinal do interesse e respeito americano pelo Brasil, pela presidenta (Dilma) Rousseff. E o desejo de reforçar uma emergente parceria global cada vez mais importante, à medida que o Brasil consolide sua posição de líder mundial. É um claro reconhecimento de que o Brasil não é só um ator regional, mas mundial. Há ainda o desejo de aprofundar e expandir a parceria que os dois países já têm, com um olho no futuro. O terceiro motivo seria o desejo de melhorar nossas relações comerciais e de investimento. Embora os países estejam negociando mais do que nunca em números absolutos, em números relativos tem havido uma queda.

Isto É

O Free Shop dos militares

A Receita Federal costuma doar às Forças Armadas mercadorias apreendidas em ações de repressão ao contrabando que possam ser usadas na rotina militar, como peças automotivas, equipamentos de informática e ferramentas. Mas os oficiais-generais têm se aproveitado de uma fiscalização frágil para abastecer os quartéis de bebidas alcoólicas, perfumes importados, jogos eletrônicos e outros itens de luxo. Uma investigação da Procuradoria da Justiça Militar em Santa Maria (RS) descobriu que ente 2005 e 2010 esse expediente irregular foi utilizado pela Aeronáutica e pelo Exército. Há vários casos envolvendo organizações subordinadas ao Comando Militar do Sul, que foi chefiado por dois anos pelo general José Elito Carvalho Siqueira, hoje ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “As mercadorias doadas devem ter relação com a atividade-fim do órgão. Não me parece que seja o caso”, afirma o promotor Soel Arpini, um dos autores da ação.

Em despacho à Procuradoria-Geral da Justiça Militar, Arpini e o promotor Jorge Cesar de Assis pediram a abertura de procedimento investigatório preliminar. Eles calculam que a caserna tenha recebido pelo menos R$ 2 milhões em produtos de contrabando, sendo R$ 117 mil de bebidas importadas no período. Além de questionar a regularidade das doações, os promotores também alertam para a falta de controle das organizações militares sobre essas mercadorias. Elas não foram registradas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e o controle de entrada e saída nos quartéis é deficiente. “Toda mercadoria que entra na administração precisa ser contabilizada. Se o controle desses produtos não é feito, isso cria condições para desvios”, explica Arpini. Os promotores se deram conta das doações irregulares quando apuravam, por meio de IPM, o extravio de uma carga de R$ 220 mil com milhares de DVDs, CDs virgens e esteiras para caminhada, que haviam sido doados pela Receita à 3ª Divisão de Exército (DE).

Trator governista

No seu primeiro teste político no Congresso, o governo Dilma Rousseff repetiu o resultado das eleições do ano passado e atropelou a oposição. Graças à esmagadora maioria parlamentar que construiu nas urnas em outubro, aprovou o salário mínimo de R$ 545 com extrema facilidade. Por 361 votos a 120, os deputados rejeitaram, na quarta-feira 16, a proposta de setores oposicionistas que elevava o valor para R$ 560. Na votação do mínimo de R$ 600, o governo triunfou com folga ainda maior: apenas 106 parlamentares votaram a favor. Também foram residuais as dissidências na base aliada. De olho nos postos estratégicos nos ministérios, apenas 15 parlamentares governistas ousaram votar contra a orientação do Palácio do Planalto. “O resultado foi impressionante. A oposição não teve sequer o número de votos correspondentes ao tamanho da bancada”, comemorou o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP).

A vitória no Congresso, considerada uma questão de honra, dá a exata medida da força do governo e revela o acerto da estratégia do Planalto de suspender as negociações de cargos até a aprovação do seu projeto. Mesmo no governo Lula, poucas foram as ocasiões em que o Executivo mostrou tamanha autoridade. O enquadramento foi geral. Na véspera da votação, o Planalto advertiu que não iria admitir deserções ao anunciar que o parlamentar que não obedecesse ao governo seria tratado como oposição. “Se o PDT votar pelos R$ 560, o Lupi vai voltar a vender jornal”, disse o deputado Sílvio Costa (PTB-PE), referindo-se ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT.

Protógenes e a banqueira

Desde que coordenou a polêmica Operação Satiagraha, em julho de 2008, o delegado Protógenes Queiroz viu sua vida mudar radicalmente num curtíssimo espaço de tempo. De lá para cá, saiu da condição de investigador para investigado, sob a acusação de vazar dados sigilosos da operação, foi afastado da Polícia Federal por ter participado irregularmente de atividade partidária e elegeu-se deputado federal pelo PCdoB de São Paulo. Eis que surge, agora, um novo ingrediente, de cunho afetivo e pessoal, capaz de influir novamente no futuro profissional e político do delegado licenciado. O deputado Protógenes vive uma história de amor desde a campanha eleitoral do ano passado, quando conheceu a socialite Roberta Luchsinger. Namoraram, apaixonaram-se e, de acordo com relatos de várias pessoas próximas do casal, Roberta estaria grávida de gêmeos. Segundo as mesmas fontes, Protógenes e Roberta planejam formalizar a união em breve, o que só não teria acontecido até agora porque o parlamentar está em processo de separação judicial de seu primeiro casamento.

Abordado pela reportagem de ISTOÉ no salão verde da Câmara, o deputado do PCdoB tentou despistar. “Roberta? Não conheço”, disse ele num primeiro momento. Diante da insistência, Protógenes mudou a versão. “Conheço ela, por aí. Como todo mundo”. Apesar da cautela do delegado, amigos do casal já falam abertamente sobre o relacionamento. “Tudo isso é verdade. É uma história de amor verdadeiro. Todos têm direito de ser felizes”, confirmou à ISTOÉ Eulália Thereza Espírito Santo, uma grande amiga de Roberta. Procurada, Roberta preferiu não comentar sobre sua vida pessoal, mas sabe-se que, na intimidade, costuma chamar o namorado de “Prózinho”. As implicações que essa união pode ter no futuro de Protógenes estão relacionadas com o peso do cofre da namorada. Roberta é neta de Peter Paul Arnold Luchsinger, suíço radicado no Brasil, e a principal herdeira do grupo Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, com sede em Zurique. “Pode-se dizer que é a união da rainha com o plebeu.. Eles se amam e não há nenhum interesse por trás disso”, garantiu Eulália.

Uma raposa no galinheiro

Após 13 anos na direção-geral do Senado, responsável por um orçamento de R$ 2,7 bilhões, Agaciel da Silva Maia foi afastado do cargo em março de 2009, acusado de usar dinheiro público para fins privados. Ele, por exemplo, não declarou uma mansão de R$ 5 milhões, além de estar envolvido no escândalo dos atos secretos. Com oito processos em andamento na Justiça Federal, escapou da lei dos fichas-sujas e conseguiu se eleger deputado distrital pelo PTC em Brasília, com 14 mil votos. Agora volta a ter acesso ao dinheiro público. Na semana passada, Agaciel conquistou a presidência da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa e será o responsável por gerir R$ 26,6 bilhões, dez vezes mais o que ele movimentava no Senado. Paraibano de Brejo da Cruz, ele vai ocupar o novo cargo graças a uma divisão da base do governo do petista Agnelo Queiroz. “Fui absolvido pelo povo de Brasília”, comemorou Agaciel. “Carrego o carimbo de pivô do escândalo do Senado.”

A comissão dirigida por Agaciel é a mais forte da Câmara e tem poder para inviabilizar alguns projetos do governo do DF. Além do aval para liberar verbas do orçamento, ele será encarregado de aprovar empréstimos bancários milionários, analisar o reajuste salarial no serviço público, a principal máquina de fazer votos em Brasília, e ainda sabatinar todos os presidentes de estatais locais. Para turbinar seu poder na Câmara, Agaciel articulou o “Grupo dos 14”, unificando a oposição com os deputados descontentes da base que não foram agraciados com cargos no governo e que usam o mandato como base de barganha. “A dificuldade do governo Agnelo em articular sua base na Câmara permitiu que Agaciel comandasse a comissão”, diz o distrital Cristiano Araújo (PTB), que apoiou a escolha.

Obama superstar. Eles estão chegando

Há muito tempo os Estados Unidos são criticados por negligenciar as relações bilaterais com o Brasil. Por isso mesmo a visita do presidente Barack Obama daqui a um mês está sendo tratada na Casa Branca como uma oportunidade histórica para mudar essa imagem. Obama quer recuperar o tempo perdido, já que levou mais de dois anos para realizar sua viagem ao País. Virá com a mulher, Michelle Obama, e as filhas, Sasha e Malia, e promete transformar sua estada de dois dias num show de diplomacia. Além de firmar acordos para facilitar investimentos, de olho na Copa de 2014 e na Olimpíadas de 2016, o americano quer visitar uma favela do Rio e discursar para um público de ao menos 100 mil pessoas. Como o Maracanã está fechado, o evento deverá ocorrer na praia e contar com estrutura digna das estrelas pop. Tradução simultânea e som de altíssima qualidade devem fazer parte do show, que certamente será transmitido para toda a América do Sul.

Na terça-feira 15, a presidente Dilma Rousseff conversou sobre detalhes da visita com o chanceler Antonio Patriota. “Ela quer seguir à risca o protocolo diplomático, pois está preocupada com o tamanho da comitiva presidencial”, diz uma fonte do Palácio do Planalto. Até a sexta-feira 18, o Itamaraty já tinha contabilizado mil pedidos de vistos de integrantes da comitiva e de jornalistas estrangeiros. Como ocorreu com George W. Bush, a visita de Obama será num fim de semana, nos dias 19 e 20 de março. Primeiro ele desembarcará em Brasília, onde será recebido no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado, em cerimônia com desfile dos Dragões da Independência, salva de canhões e tapete vermelho. Para garantir a segurança, a Polícia Federal e as Forças Armadas preparam uma verdadeira operação de guerra, com a mobilização de até quatro mil pessoas, inclusive um destacamento especial de 500 homens só para cuidar da proteção da família Obama. Dias antes da chegada da comitiva oficial, é uma central de comunicações. Com o presidente, virá aWashington enviará dois aviões com militares e agentes secretos, helicópteros, jipes, três limusines idênticas – para despistar possíveis ataques – e at secretária Hillary Clinton, o secretário de Comércio, Timothy Gartner, e o secretário de Defesa, Robert Gates, além de centenas de funcionários administrativos e diplomatas.

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Fonte: Congressaoemfoco

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