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sábado, março 28, 2009

O “Amigo da Onça” contra Aécio Neves

Por: carlos Chagas

BRASÍLIA – Nos anos quarenta e cinquenta um personagem mandava no Brasil. Era o “Amigo da Onça”, criação imortal de Péricles, que todas as semanas, no “O Cruzeiro”, encantava velhos e moços com todo tipo de maldades praticadas contra os semelhantes. O criador morreu, a criatura logo desapareceu. Pois está de volta.
Só o “Amigo da Onça” seria capaz de programar a deletéria armação de que se tem notícia esta semana contra o governador Aécio Neves. Evidência que nos leva a concluir pelo reaparecimento do “Amigo da Onça”, agora vestido de tucano. No PSDB, informa o sempre lúcido Merval Pereira, querem que o Aécinho abra mão de disputar a próxima indicação partidária para presidente da República, com a compensação de que José Serra, se eleito em 2010, não disputaria a reeleição em 2014, deixando a vaga para o colega mineiro.
Ora bolas, quem pensam que Aécio Neves é? Primeiro, porque no caso da eleição de Serra, ano que vem, nem se os elefantes voassem o hoje governador de São Paulo abriria mão de pleitear um segundo mandato, quatro anos depois. Acresce que mesmo no caso de o Sargento Garcia prender o Zorro, o neto do dr. Tancredo admitiria concorrer contra um Lula renovado e retemperado.
É essa trama que pretendem impingir a Aécio Neves, para que desista de pleitear sua candidatura imediata.
Resta identificar o “Amigo da Onça”. Facílimo. Tem nome e endereço no catálogo telefônico: chama-se Fernando Henrique Cardoso...
Quem não quer aparecer na tv?
Escorregou o presidente Lula ao afirmar que só os políticos querem e devem aparecer nas telinhas. Referia-se à suposição de que à Polícia Federal não interessa estar nas manchetes, vazando informações sobre seus inquéritos e investigações. Nem a Polícia Federal nem a torcida do Flamengo abrem mão de ser vistos pela população inteira, em qualquer oportunidade. Uns delegados mais, outros só um pouquinho menos, não rejeitam a hipótese de aparecer. E, aqui para nós, é perfeitamente natural, no caso das devassas que se sucedem.
Trata-se da necessidade que cada entidade ou pessoa tem de mostrar trabalho. Por que policiais federais deixariam de informar a sociedade a respeito de sua atuação? A autoridade pública, qualquer que seja, só é respeitada quando a opinião nacional toma conhecimento de como atua, em especial quando atua bem. Se for para apurar acusações de roubalheira, mesmo diante da frustração de os ladrões quase sempre conseguirem escapar, como pretender a Polícia Federal trabalhando em silêncio?
O próprio presidente Lula confirma essa obviedade. Não se passa um dia sem que seus improvisos e suas iniciativas ganhem o noticiário, seja televisivo, radiofônico ou impresso. Seria justo negar a um dos braços armados postos a seu dispor a chance de credenciar-se perante a sociedade?
Gente branca de olhos azuis
Jânio Quadros era presidente da República e dedicava-se à “política externa independente”, ampliando fronteiras com o Terceiro Mundo e abrindo seguidas embaixadas na África. Num arroubo de racismo, decidiu que para representar o Brasil em Gana, ninguém melhor do que um representante negro. Escolheu um de seus oficiais de gabinete, imediatamente transformado em embaixador. Naqueles idos, Carlos Lacerda já havia passado de aliado a desafeto de Jânio, e não perdeu a oportunidade. Escreveu estar vaga nossa embaixada na Suécia e sugeriu, para embaixador, que o presidente selecionasse um lourinho no Itamaraty, se era para manter a coerência.
Vem o presidente Lula e, diante do primeiro-ministro inglês, acusa os brancos de olhos azuis como responsáveis pela atual crise econômica. Além do fato de que na Inglaterra prevalece a raça branca e de olhos azuis, esqueceu-se o nosso companheiro de que a bandalheira não tem cor.
A hora de recolher os flaps
Corre em Brasília haver o presidente Lula aconselhado Dilma Rousseff a fazer menos campanha partidária e a dedicar-se mais às tarefas administrativas. Não deu certo a tentativa de aumentar a popularidade da candidata através de reuniões com dirigentes do PT e de partidos aliados, já que a mais recente pesquisa divulgada dias atrás revelou a chefe da Casa Civil com apenas 11% de aceitação junto ao eleitorado. José Serra com 41% e até Ciro Gomes, com 17%, atrapalharam os cálculos palacianos.
Melhor será que dona Dilma procure crescer como administradora, menos do que como cristã nova na política. Até porque, se os companheiros exaltam a candidata como já consagrada pelo comandante, garantia inexiste de estarem sendo completamente sinceros. Sentem-se, muitos deles, atropelados por uma imposição de cima para baixo. Melhor será dar tempo ao tempo. Só que tempo começará a faltar, se as pesquisas mantiverem a mesma tônica.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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