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quarta-feira, janeiro 21, 2009

Obama, a colossal esperança do mundo

Por: Helio Fernandes
146 anos da “libertação”, um negro é presidente dos EUA
Em 1860 só três países ainda mantinham a torpe, cruel e selvagem escravidão. Os EUA, o Brasil e Cuba. O Brasil, passivo e pacífico, esperava que os escravos se libertassem sozinhos. Cuba, naquela época, desconhecida, mas explorada (o que aconteceu durante mais de 100 anos), também não se rebelou.
Nesse estranho e distante 1860, foi eleito presidente dos EUA Abraham Lincoln, ferrenho, combativo e combatente desse regime que só existia nesses 3 países.
Eleito presidente, mas ainda não empossado, esperava em Nova Iorque (e não em Washington, como disseram apressadamente) a data da posse.
10 dias antes recebeu comunicação da capital, mas nem ele (nem ninguém) tinha a menor ideia da notícia que receberia: EXPLODIU A GUERRA CIVIL.
Só que essa guerra civil (a maior dos últimos dois séculos, apenas proporcionalmente ultrapassada pela guerra civil da Espanha de 1936/39) não era para acabar com a escravidão, mas sim para consolidá-la.
Perplexidade geral. As comunicações eram precaríssimas. Não havia telefone (só surgiria, incipiente, em 1876), rádio (1894, experimental), telégrafo sem fio. Marconi havia feito experiências, sem sucesso, montaram uma precária ligação através de postes. (Nada a ver com alguém do PT-PT.
Transporte, só ferroviário. Avião nem pensar, carro só em 1894 (experiência com o Ford). Lincoln sem saber de nada foi para Washington, incerto quanto ao futuro. Mas era tudo verdade.
A guerra havia sido iniciada pelo Sul racista, burro, preconceituoso. "Justificativa" desse Sul que imortalizou a Klu-Klux-Khan: "Se libertarmos os escravos, iremos à falência".
Ora, o Norte do EUA estava em plena prosperidade com o fim da escravidão. Não libertaram os escravos por generosidade e sim por inteligência, seguindo o que havia sido feito na Europa toda.
Não vou contar a história americana e sim as coincidências Lincoln-Obama e dos fatos, em 145 anos. Lincoln, por causa da ameaça de separatismo (secessão), mudou de rumo, deu a impressão de que apoiava o Sul racista. Só que entre o fim da escravidão e o fim da República ficou dividido.
A guerra civil terminou em 1864, sem escravidão e com a República unida. Morreu tanta gente, que a cidade de Gettysburg foi transformada em cemitério. E foi aí que Lincoln pronunciou o mais extraordinário discurso dele e da História.
Lincoln só falava de improviso. Escrito, teria sido o que de melhor já se publicou em lingua inglesa, excetuado naturalmente Shakeaspeare.
Como a história é muitas vezes o registro de coincidências, a guerra civil (libertação, separatismo) terminou nos EUA nesse 1864, mas só se consolidaria em 1964, exatamente 100 anos depois. Pela intervenção corajosa da Suprema Corte. O que não impediu o assassinato de Robert Kennedy em 1968 e de Luther Wing em 1974.
Mas quem esperava tão rápido a eleição de um negro para a presidência de um país ainda a maior potência financeira, econômica e principalmente militar, provavelmente falava sem convicção. Que ontem se transformou numa realidade empolgante, emocionante, a mais colossal esperança que o mundo inteiro já teve.
A festa não foi apenas dos americanos, dos 290 milhões cidadãos, incluídos os quase 20 milhões de desempregados. Os 6 bilhões do planeta (incluindo os párias e miseráveis, que chegam a 3 bilhões de pessoas) riem satisfeitos e cheios de esperança, é a palavra. Esperam muito de Obama e da renovação.
Além de todas as providências que o mundo espera a partir de hoje, não pode haver medo, incompreensão, demora e o consequente tempo perdido. Não tenho a menor hesitação em dizer: é uma tarefa gigantesca, não apenas interna, mas sem dúvida alguma externa.
Os EUA contaminaram o mundo com o HIV financeiro, estão na obrigação de salvá-lo. Mas não sozinhos como tentam fazer desde que Yeltsin e Gorbachov traíram e destruiram a bipolaridade, entregaram aos EUA o poderio e o domínio de tudo. S-O-Z-I-N-H-O-S.
Não se trata de exaltar, defender ou glorificar o regime soviético. (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.) Foi o segundo país a colocar no nome, sua destinação administrativa, ideológica, política e geográfica.
PS - Curiosamente, o primeiro a fazer isso: aquelas províncias que não tinham nem denominação e a partir de 4 de julho de 1776 começaram a se livrar da escravidão dos ingleses. Na Constituição de 1788 (a única que têm), ficaram assim: Confederação dos Estados Unidos da América do Norte.
PS 2 - Não teria sentido Obama se aproveitar desse isolacionismo poderoso para continuar dominando o mundo, fazendo a guerra ou a paz. Acho que Obama não o fará. Mas as pressões serão colossais.
Michelle Obama
Fonte: Tribuna da Imprensa

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