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BRASÍLIA - Nem mesmo a Lei Seca, em vigor desde junho, foi suficiente para acabar com o fim de ano marcado por acidentes e mortes nas rodovias federais. Balanços preliminares da situação nas estradas brasileiras divulgados pela Polícia Rodoviária Federal revelam que a combinação explosiva entre a imprudência e irresponsabilidade de muitos motoristas e a péssima condição de muitas rodovias do país, principalmente aquelas mais afetadas pelas intensas chuvas que atingiram algumas regiões nos últimos dias, continua a fazer estragos.
Um dos estados que registrou números elevados de acidentes na vias federais foi Minas Gerais. Além dos fatores tradicionais que causam os acidentes, as estradas da região, divulgou a PRF, foram castigadas pelas fortes chuvas, deixando trechos inteiros danificados e muitas pistas com acúmulo excessivo de água.
Balanço do órgão revelou que desde o dia 20 deste mês até a quarta-feira 34 pessoas já morreram na malha rodoviária federal que corta o estado. O número significa um aumento na média diária de mortes de 30,7%, se comparado com o mesmo período do ano passado.
São 6,8 mortes por dia nas rodovias mineiras. O estado concentra o equivalente a um quarto dos quilômetros de estradas do país. Só na quarta-feira foram 11 fatalidades. Num dos mais graves acidentes, dois adultos e uma criança de dez anos morreram, ontem, após a colisão entre o veículo em que estavam e uma carreta.
Outros estados
No Rio de Janeiro, o tempo chuvoso também contribuiu para o número de colisões, apesar da ausência de grandes engarrafamentos. A PRF não divulgou o balanço de acidentes, mas informou que espera um fim de ano um pouco mais tranqüilo do que em 2007, quando foram registrados 205 colisões, 74 feridos e quatro mortos. No Paraná, já foram contabilizados nos últimos dias 145 acidentes, com 124 feridos e seis mortos. Só em Cascavel, uma ultrapassagem indevida resultou na morte de três pessoas.
No Distrito Federal, até o momento ainda não foram registradas mortes decorrentes de acidentes. Em 2007, foram cinco. A PRF não informou o número de colisões. No Rio Grande do Sul, desde o dia 23 já foram registradas dez mortes em acidentes nas estradas federais do estado.
Em São Paulo, estima-se que até o fim do ano cerca de dois milhões de automóveis deixem a capital em direção ao litoral ou outras regiões do país. E foi no estado que um dos piores acidentes dos últimos dias ocorreu. A colisão aconteceu na rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, na madrugada. Um caminhão tombou na altura do quilômetro 72 da rodovia, sentido Rio de Janeiro, entre Caraguatatuba e São José dos Campos, e deu início a uma série de batidas.
Segundo informações da PRF, após o capotamento o veículo parou no meio da pista. Outros dois carros que vinham logo atrás da carreta não conseguiram desviar e acabaram colidindo no caminhão tombado. Outros três veículos bateram entre si ao tentar desviar do acidente. Em seguida, mais dois automóveis se envolveram no acidente pelo mesmo motivo. Por fim, uma ambulância acertou a traseira de um microônibus que havia conseguido parar a tempo de evitar a colisão.
A paciente que era transportada na ambulância, Claudiana da Silva Souza, de 25 anos de idade, chegou a receber cuidados médicos, mas morreu no local. Ela era transportada para um hospital por que havia sofrido um infarto. O motorista da ambulância e um auxiliar ficaram feridos e foram levados para um pronto-socorro próximo.
De acordo com a PRF, tudo ocorreu entre as 5h15m e 5h20m e chovia fortemente. O tráfego na rodovia ficou congestionado por horas.
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