Fabiana Mascarenhas, de A Tarde
Fim de ano é época de férias, descanso e diversão. E, para muitos, época propícia também para cometer exageros, sobretudo quando o assunto é a alimentação. Tira-gostos à beira-mar, bares, almoços e festas regadas, normalmente, a muita bebida. Mas o resultado desta combinação no verão geralmente não é nada bom. Abusar de alimentos calóricos e gordurosos nesta época do ano pode não só aumentar os ponteiros na balança, como também os níveis de colesterol.Também conhecido como dislipidemia – doença caracterizada por elevadas taxas de colesterol no sangue –, o problema tem atingido cada vez mais pessoas de todas as faixas etárias e um sério fator de risco para as doenças cardiovasculares. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, em média, a cada cinco minutos ocorre uma morte por infarto do miocárdio no Brasil. Uma vez mantida a tendência atual, estima-se que em 2040 ocorrerá uma morte a cada 47 segundos.A realidade cardiovascular no Brasil é vista como alarmante no cenário mundial. O Ministério da Saúde revela que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no País, superando qualquer outra, inclusive câncer e Aids.Desconhecimento – Entretanto, muitos dos pacientes com taxas elevadas de colesterol não se dão conta ou desconhecem a gravidade da doença para o risco do desenvolvimento das doenças do coração. Um projeto denominado Core, desenvolvido pelo Conselho Latino-Americano para Cuidado Cardiovascular (Clacc), revela, inclusive, que é alta a taxa de desistência do tratamento do colesterol.Por meio de pesquisas com pacientes e médicos, o Projeto Core aponta que o paciente não sabe ao certo as graves conseqüências que podem advir dos “escorregões” no tratamento – faltam informações mais detalhadas que realmente motivem a adesão do tratamento – e, quando compara o problema com outras doenças que trazem consigo sintomas, tende a achar que a dislipidemia é menos grave ou que está sob controle.“Não existe, entre os pacientes e a população em geral, a real percepção em relação à gravidade da dislipidemia e suas conseqüências. É preciso ter consciência de que, assim como a hipertensão, o tratamento do colesterol também deve ser mantido a longo prazo”, afirma o médico Andrei Sposito, presidente do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).O mesmo alerta é dado pela endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia – Seção Bahia, Diana Viegas. “O paciente, normalmente, trata o colesterol e depois de dois ou três meses volta a se descuidar, o que é um erro. A dislipidemia é uma doença que pode causar muitos problemas e deve ser tratado com a seriedade que merece”, diz a endocrinologista.A dislipidemia é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas específicos e, conseqüentemente, não representa uma ruptura concreta na rotina dos indivíduos, não sendo reconhecida nem valorizada pelos pacientes como fator de risco à ocorrência de problemas graves, como, por exemplo, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (mais conhecido como derrame).De acordo com o projeto Core, em relação à aderência, é mais comum a não-adesão às mudanças no estilo de vida do que o abandono ao tratamento medicamentoso. Entretanto, entre os abandonos do tratamento medicamentoso, os principais motivos são que os pacientes que fazem dieta se sentem bem e, assim, acreditam que podem parar com a medicação. Já os pacientes com outras patologias associadas, cansados de tomar medicamentos, elegem justamente o de colesterol para deixar de tomar.Medicamento – O questionamento, no entanto, se refere à necessidade de uso contínuo de medicamentos para manter os níveis de colesterol sob controle, assim como ocorre com a hipertensão. Isso não seria possível apenas com uma dieta adequada e a prática de exercícios físicos? De acordo com o presidente do Departamento de Aterosclerose da SBC, Andrei Sposito, não.“O controle do colesterol é feito pelo nosso DNA de forma que mesmo com uma dieta adequada, a redução máxima atingida será de 10% a 20% do colesterol. A atividade física melhora a pressão arterial, o diabetes, aumenta a sobrevida, mas não reduz o colesterol em nada. Assim, a única forma atualmente disponível de manter os níveis adequados do colesterol é o uso contínuo por toda a vida dos medicamentos. Toda pessoa que tem indicação de reduzir o colesterol com medicamentos deve fazê-lo por toda a vida”, explica.De acordo com ele, no Brasil, o uso destes medicamentos ocorre em média por 60 dias. No entanto, qualquer benefício só ocorrerá com vários meses e será maior quanto mais prolongado for o tratamento. “Passamos um longo período com o colesterol alto, construindo placas de gordura nas nossas artérias e para mudar essa situação e evitar novas placas, precisamos nos cuidar por toda a vida”, diz. Se a pessoa é tratada para hipertensão, diabetes ou para o colesterol alto e não tem efeito colateral que justifique a suspensão ou troca do tratamento, não será nada inteligente abandoná-lo. “Seria como voltar ao início do século passado e sofrer as conseqüências de uma vida mais curta e com alta probabilidade de derrames e infartos”, diz.
Fonte: A Tarde
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