Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sábado, novembro 22, 2008

Cúpula da Abin desconhece Constituição

Laudo da CPI dos Grampos encaminhado a Jobim atesta que 7 máquinas fazem escutas telefônicas
BRASÍLIA - Sete dos 15 equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) têm poder de realizar grampos telefônicos. É o que mostra a auditoria do Exército feita em equipamentos da agência. O levantamento e auditoria, mantidos em sigilo e assinados por três militares de alta patente, está em poder da CPI dos Grampos, na Câmara.
Na auditoria, o Exército afirma que um dos equipamentos tem função única e exclusiva de realizar escuta telefônica em aparelhos fixos - o que a Abin não pode ter. A proibição legal às interceptações da agência é total. A Constituição, em seu artigo 5, inciso XII, diz que as quebras de sigilo só podem ocorrer para fins de investigação criminal, que não é o caso das ações da Abin.
A lei 9.296/1996, que regulamentou esse inciso, diz que só autoridades policiais poderão fazer grampos e, sempre, autorizados pela Justiça. Na lei que criou a Abin, por sua vez, não há previsão de que a agência possa fazer escutas de qualquer natureza, mesmo ambiental.
No laudo encaminhado pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, à CPI dos Grampos, o Exército atesta ainda que outros dois dos 15 equipamentos podem ser utilizados também para grampo telefônico - não há especificação se o grampo ocorreria em telefone fixo ou celular -, mas precisariam ser usados em conjunto com receptores.
No mesmo documento sigiloso, o Exército ainda concluiu que outros quatro aparelhos adquiridos para monitoramento ambiental também servem para o mesmo fim, novamente desde que usados com receptores.
Mandato legal
Em agosto, ao depor na CPI, o então diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda (ele foi afastado de suas funções pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva), negou que a agência realizasse escutas. "A Abin, por não ter o mandato legal de realizar escutas telefônicas, aboliu completamente esse tipo de conduta. Então, nós não temos nem telefônica, nem ambiental, nem em qualquer outro tipo de comunicação", afirmou Lacerda.
A polêmica em torno da realização de escutas veio à tona, em setembro, com a revelação de que conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foi grampeada. Integrantes da CPI suspeitam, segundo ficou apurado, que a Abin pode ter adquirido equipamentos de grampo por meio do cartão corporativo.
O escândalo com uso irregular de cartões foi revelado no início do ano. Para esclarecer a dúvida, e com base em auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) - que analisa os gastos com o dinheiro eletrônico do governo -, deputados prometem pedir que o Ministério Público Federal (MPF) investigue o caso.
Outros documentos sigilosos também estão em poder da CPI, que na semana passada conseguiu prorrogar seus trabalhos por mais 60 dias. Entre os documentos à disposição da comissão está o que mostra quais equipamentos foram comprados pela Abin, através da Comissão de Compras do Exército, em Washington (EUA).
A lista, também enviada por Jobim ao Congresso, se refere apenas ao ano de 2005. Integrantes da CPI prometeram para a próxima semana requerer ao Ministério da Defesa novamente o pedido para que o governo revele os dados referentes aos anos de 2006, 2007 e 2008.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Em destaque

Está na hora de superar a intolerância e praticar uma política mais fraternal

Publicado em 18 de abril de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Charge do Genildo (Arquivo Google) Pablo Ortellado ...

Mais visitadas