NATAL (RN) – O Poder Judiciário brasileiro não é nenhum modelo que se possa indicar, como padrão de excelência. Não é “nenhuma Brastemp”, conforme dizem os trabalhos publicitários. Há uma coisa, no entanto, em que os tribunais brasileiros se destacam. E muito! É o luxo em suas instalações. Não há uma preocupação em fazer justiça. Até porque não se pode dizer que faz justiça um sistema que somente soluciona as pendências que lhe são submetidas em prazos absolutamente incompatíveis. Há outros pecados a destacar. Para vergonha de todos que militam (ou militaram, como é o meu caso) no sistema judiciário brasileiro, ultimamente até se tornaram corriqueiras as denúncias de juízes que vendem sentenças. Digo corriqueiras, considerando que têm se repetido com alguma freqüência, como aconteceu recentemente, quando desembargadores foram presos e juiz de alta corte apontado como vendedor de sentenças. Há até o caso de um juiz que está preso. Apesar de todos os pecados, não se cansam os tribunais de desperdiçar milhões – até bilhões, por absurdo que possa parecer – na construção de prédio suntuosos, de alto luxo.As mais recentes denúncias apontam que serão gastos desnecessariamente 1,2 bí em apenas três edifícios sedes: um de um tribunal regional federal, em Brasília, outro do Tribunal Superior Eleitoral e, ainda, um do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Até um detalhe foi apontado pela imprensa. No Tribunal regional, em Brasília, o gabinete onde “trabalharão” o juiz-presidente e seus assessores é quatro vezes maior do que aquele onde também “trabalha” o presidente Lula. Há casos de tribunais, como o STJ, em Brasília, onde o desperdício de recursos públicos se tornou vergonhoso. O que pensam os juízes, a respeito do uso do dinheiro público? Será que nasce em árvore, ou é simplesmente o dinheiro que o povo paga com os elevadíssimos tributos cobrados pelo Estado?
Fonte: Josué Maranhão
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