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quinta-feira, setembro 20, 2007

O Brasil imprudente, preconceituoso, explorado, contraditório, conformado

Por: Helio Fernnades

507 anos de incompetência, satisfeito com o retrocesso
O Brasil é um país estranho e surrealista, sempre confundindo e prejudicando a coletividade. Durante essa "longa jornada do dia para a noite" (ou o inverso, tanto faz) uma coisa parecia indiscutível, todos concordavam: "A pista de Congonhas é muito pequena, é preciso colocar uma rede no final, como acontece em muitos países do mundo". Parecia uma solução.
Inesperadamente a descoberta genial: Congonhas tinha uma pista muito grande, resolveram encurtá-la. O que foi feito imediatamente. Decisão do "especialista" Nelson Jobim.
Gastam tempo precioso, dinheiro, tiram muita gente do trabalho com o objetivo de trazer esse senhor Cacciola para o Brasil. Não seria mais fácil, mais justo e mais importante levar para lá os Cacciolas que vivem aqui?
Eu sei, muitas atividades seriam paralisadas, não haveria número para sessões no Senado. Mas não seria finalmente a grande solução para o caso Renan? E o presidente do Senado não viveria muito mais feliz e confortável em Mônaco do que em Murici?
O Brasil dos contrastes e paradoxos mostra a cara do seu preconceito. Em Alagoas, um jovem de 18 anos foi eleito Miss Gay. Estava feliz, na mesma noite foi assassinado. Os que o mataram serão homens mesmo? Ou agiram por inveja e ciúme?
O País da contradição é aqui mesmo: gastamos fortunas com rodovias, o transporte mais caro e mais assassino do País. (Em custo só perde para a aviação). Enquanto isso, os transportes mais baratos, mais rápidos e mais eficientes vivem abandonados ou destruídos.
Falo das ferrovias e hidrovias. Antes de surgir o primeiro automóvel em 1894, que só foi se consolidar a partir de 1912, com a invenção da linha de montagem, os EUA já tinham desbravado seu território, coberto de um lado a outro por centenas de linhas férreas.
O Brasil, até o surgimento do automóvel, não fez coisa alguma em matéria de transporte. Com maravilhosos rios navegáveis (até mesmo nos estados centrais), ficamos esperando que alguma coisa caísse do céu. Começaram a cair aviões, por causa da imprudência, incompetência, inconseqüência.
Aceitamos todas as imposições de fora, chamamos de investimento o dinheiro que vem para a jogatina financeira. Esse dinheiro chega não declarado, produz lucros fabulosos qeu não ajudam o País, em 1 ano vão embora da mesma forma ignorada. Mas o resto, fica produzindo dividendos fantásticos, que são remetidos à hora que desejarem.
Em 1955, Juscelino foi eleito presidente. Viajou pelo mundo, depois dos dois golpes de 11 de novembro. (Sempre existem dois golpes, um vitorioso e que chega ao Poder, o outro, derrotado, que não chega ao Poder ou até mesmo perde o Poder que desejava mais amplo).
JK conversou com reis, rainhas, presidentes, primeiros-ministros, até ditadores. No dia 2 de janeiro de 1956, foi recebido por Antonio Salazar no belíssimo palácio de Queluz. Em determinado momento, no jardim, 1 minuto sozinhos os dois presidentes, este repórter ao lado.
Salazar, que era ditador mas também professor de Economia da Universidade de Coimbra, disse para Juscelino: "Presidente, se o senhor quiser governar sem aborrecimentos maiores, não recorra ao FMI nem faça reforma cambial". Chegou gente, JK perplexo, não pôde perguntar a razão do conselho.
A comitiva de JK nessa viagem era composta de 5 pessoas com funções. Como convidado, apenas este repórter. No carro, Juscelino me perguntou: "Helio, o que o presidente Salazar queria dizer?". E eu, com a maior naturalidade: "Presidente, não precisa nem de interpretação, tem que governar de dentro para fora e não o contrário". Minha convicção, total já nesses distantes 52 anos.
PS - Para terminar, por hoje, por hoje, o que une FHC e Renan Calheiros: a paixão pelo poeta Manuel Bandeira. Principalmente quando ele desvenda o caminho, dizendo: "Tenho a mulher que eu quero, na cama que escolherei".
Ziraldo
O que seria da Bienal do Livro sem a sua presença? Sensação total, parou tudo, só autógrafos dele.
Na CPI do apagão aéreo, a base partidária mostrou que sabe das coisas. Pedida quebra de todos os sigilos do antigo presidente da Infraero, os governistas se mobilizaram e derrotaram a oposição por 1 voto, 6 a 5, mas derrotaram. Era isso o que interessava, pois ninguém ignorava que "era ali que morava o perigo". Se quebrassem o sigilo iria voar tanta coisa, que seria necessária outra CPI. Se apavoraram.
Arrogante, fingindo de absolvido, apesar de condenado a andar cercado por seguranças, Renan afirmou: "Fui vitorioso, a maioria me absolveu, a situação agora é diferente". Renan começou a ver que não é nada disso, ABSTENÇÃO não é vitória.
E o próprio senador Mercadante, que se absteve e coordenou a abstenção, foi à tribuna e simplesmente pediu a saída do presidente do Senado. Arrependimento? Pelo menos.
O coordenador Mares Guias (que deu a vitória a Renan cooptando votos onde eles estivessem, utilizando a máquina do Poder) telefonou para Renan Calheiros. Comunicava que Lula não poderia recebê-lo em audiência, divulgadíssima.
Logo depois, todos já sabiam. Decepcionado, Renan passou recibo do desprestígio: "Falo com o presidente Lula à hora que quiser, eu telefono, ele me telefona". "Menas" verdade.
Derrota completa de Nelson Jobim, que assumiu o Ministério da Defesa com "carta branca". Agora com o problema da ANAC, a "carta escureceu". Milton Zuanazzi, presidente da ANAC, diz que não sai, sabe a razão.
Nelson Jobim nomeou uma substituta para a ANAC, como Zuanazzi continua no cargo, Jobim teve que acrescentar: "Quando o cargo estiver vago". Ha! Ha! Ha! Jobim continua o mesmo troglodita-escalafobético.
Os advogados de Cacciola estão convencidos de que seu cliente não será extraditado. Consideraram excelente a audiência com o juiz. O governo brasileiro não está muito interessado na extradição.
Por quê? Para manter o assunto nas manchetes, desviando a atenção de assuntos mais tormentosos que podem atingir o governo. Cacciola talvez fique na Itália, mas com a conta bancária mais baixa. Lembrem de O.J. Simpson e de Michael Jackson.
A propósito: O.J. Simpson, ex-ídolo de futebol americano, lança livro, está arruinado por causa do processo civil da mulher e o suposto amante, assassinados, embora ele, absolvido.
O título é um achado e atração de venda: "I did it". ("Eu fiz isso"). Versão exata do que ele conta, confessando (hipoteticamente) como mataria os dois, se fosse o assassino.
A respeito da CPMF: tentando fazer média com o governo que não se sente confortavelmente a seu lado, Renan falou sobre o assunto. Tentou capitalizar, dizendo: "Esse assunto não é meu, é do povo".
E explicou: "Sem a CPMF não haverá mais bolsa família". O presidente (?) do Senado (?) chuta de todas as maneiras. Muito antes da bolsa família já existia a CPMF". Só que o P de provisório foi adaptado para P de permanente. Superam tudo.
As bolsas da Ásia e da Europa fecham antes, por causa do fuso horário. Registraram grandes altas (sem exceção) influenciando a jogatina da Bovespa. O que levou o Índice de SP abrir em 57.937 pontos.
Na terça-feira havia terminado em 56.666, quer dizer, subiu mais de mil pontos, chegou quase aos 58 mil em que estava quando engendraram, que palavra, essa jogatina desvairada, com dinheiro do cidadão.
Quando chegou a 46 mil pontos, vindo de 58 mil (expliquei que voltaria ao patamar anterior), garanti que não passava de turbulência financeira. E as CENTENAS de BILHÕES de DÓLARES que os BCs do mundo jogaram nesses cassinos?
Ontem o Índice chegou a estar acima de 2,60% de alta, quase 3%. Mas a cada minuto, "nasce um trouxa", começaram a vender com lucro enorme. Às 4 horas vinha a 56.999, alta de apenas 0,55%.
O dólar funcionou o dia todo em baixa. Oscilou pouco. Chegou a uma queda de 0,84%, fechou em menos 0,43%, 1,86 alto.
Sérgio Cabral deve estar "administrando" pela internet ou celular. Está se divertindo na Europa, na décima segunda viagem em 8 meses e meio, dá ordens ao vice Pezão, não quer voltar.
Só pode ser o cumprimento de ordem vindo da Itália ou de Paris (Cabral já estará na Suíça, se deliciando com as mordomias e a companhia agradável de Ricardo Teixeira?) que levou o vice Pezão em permanente exercício do cargo a fazer o que fez.
Demitiu o comandante da unidade de Duque de Caxias, onde trabalhavam os 57 PMs, presos por conivência com o tráfico.
2 da tarde (7 lá), o secretário Beltrame conseguiu encontrar Cabral. Sugeriu o nome do coronel Luiz Carlos Costa, Cabral "aceitou" correndo.
Não quero defender esses soldados, cabos e sargentos. (Nenhum oficial, mesmo de patente mais baixa, ninguém sabia de nada?)
Quero apenas comparar. Em Nova Iorque, um policial fardado ganha por ano (lá tudo é assim) 72 mil dólares, o que dá 6 mil por mês ou 12 mil reais. Mais plano de saúde, direitos, aposentadoria integral. Aqui, quanto ganham, sabendo que podem não voltar para casa?
XXX
Amanhã, grande festa na Academia, pelos 110 anos de fundação. Comemoração (atrasada) por causa da tragédia da TAM. E avançada, show de Gilberto Gil.
Outros 110 anos, muito festejados do grande Pixinguinha, que devia ter entrado para a Academia, qualquer que fosse.
A propósito de Academia e um grande escritor: o maior sucesso da Bienal foi o Ziraldo. Cansou (mas não de tudo o que se passa) mas de atender a todos. Milhares, mas milhares mesmo de autógrafos, fila atravessando todo aquele imenso espaço. Sucesso é isso.
XXX
Finalmente, chegou e passou (não tão devastador) o tufão que ameaçava Shangai. Esperamos que o tufão chamado de seleção brasileira de futebol apareça hoje em campo e devaste (esportivamente) as adversárias.
XXX
Pesquisa de ontem na Rádio Haroldo de Andrade, sobre os mesmos Poderes que devem ter a PM e a Polícia Civil, você concorda? SIM, 36%, NÃO 64%.
Em qual das duas polícias você confia mais? Nas duas, 9%. Em nenhuma, 36%, na civil, 55%.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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