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domingo, junho 10, 2007

Lula se irrita com vazamento de diálogos de Vavá

Esse negócio de segredo de Justiça virou uma piada’



De volta de uma viagem de nove dias ao Reino Unido, à Índia e à Alemanha, Lula reagiu com impaciência ao vazamento para a imprensa de diálogos de seu irmão captados pelos grampos telefônicos da Operação Xeque-Mate. Oficialmente, mandou dizer, por meio da assessoria de imprensa, que não vai comentar o assunto. Em privado, destilou irritação: “Esse negócio de segredo de Justiça virou uma piada no Brasil”, disse a um auxiliar.

Lula retornou ao Brasil neste sábado (9). No final da tarde, voou para São Bernardo do Campo, cidade onde mantém um apartamento e onde também mora o primeiro-irmão Vavá. Ali, pretende passar o final de semana. Nas primeiras avalizações do episódio envolvendo seu irmão, feitas em reserva, Lula considerou que não há nos diálogos expostos no noticiário nada que possa embaraçá-lo ou comprometer o seu governo. Longe disso. Ainda assim, acha que, por trás dos vazamentos, esconde-se a intenção de deixar sua administração em maus lençóis.

Lula ecoa uma queixa que se tornou comum nos meios políticos desde que as mega-operações da Polícia Federal passaram a impor constrangimentos a figurões do governo e do Congresso. O tema já havia sido debatido, há duas semanas, em reunião do conselho político, que congrega os dirigentes dos partidos do consórcio governista.
Na presença de Lula, as lideranças partidárias queixaram-se da divulgação clandestina de dados sigilos dos inquéritos e de supostos excessos cometidos pela PF na execução de mandados de prisão.

Àquela altura, a polícia ainda não aplicara o xeque-mate na quadrilha de caça-níqueis que estendeu os seus tentáculos até a casa de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho de Lula. A bola da vez era, então, Silas Rondeau, desalojado do ministério de Minas e Energia sob a acusação de ter recebido propina de R$ 100 mil da Gautama, aquela construtora da Operação Navalha, sucedânea da Operação Furacão.

Presente à reunião, Lula deu razão aos queixosos. Chegou mesmo a encomendar ao ministro Tarso Genro (Justiça) a apuração de responsabilidades pelos vazamentos. Não há, por ora, notícia acerca da identificação dos responsáveis. Em manifestações feitas nos dias subseqüentes à reunião do conselho, Tarso realçou uma coincidência: os vazamentos costumam ocorrer depois que os advogados dos acusados têm acesso às peças dos inquéritos.

Alheios aos queixumes, os agentes da PF realizaram, entre segunda (4) e quarta-feira (6), um congresso nacional na cidade de Fortaleza (CE). Foi organizado pela Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais). Ao final do encontro, divulgou-se uma “Carta de Fortaleza”. O documento traz, nas entrelinhas, respostas a algumas das críticas que vêm sendo dirigidas ao trabalho da polícia. O texto anota, por exemplo, que a PF é órgão de Estado e, como tal, deve agir “desvinculado das posições ideológico-partidárias dos governos.”

Os policiais defenderam, de resto, “a divulgação universalizada das atividades da Polícia Federal junto aos meios de comunicação, sem privilégios a qualquer segmento da mídia”. Uma clara referência à condenação dos vazamentos seletivos. O problema é que, à luz da lei, os processos que retratam os resultados "das atividades" da PF deveriam correr em segredo.
Escrito por Josias de Souza
Fonte: Folha Online

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